Vítor Bruno responde ao Bola na Rede: «Não jogamos sozinhos. É preciso um par para dançar»

O FC Porto eliminou o Sintrense na terceira ronda da Taça de Portugal. O Bola na Rede fez uma pergunta a Vítor Bruno.

O FC Porto venceu o Sintrense por 3-0 na terceira ronda da Taça de Portugal. No final da partida, Vítor Bruno, treinador do FC Porto, respondeu uma questão do Bola na Rede.

Bola na Rede: Hoje o Porto entra com desequilibradores com perfil diferente por fora e por dentro com o Galeno e o Gonçalo Borges, dois jogadores com muito ataque ao espaço e mudança de velocidade nos corredores, e com o Fábio Vieira e o Iván Jaime, dois jogadores de bola no pé e muita capacidade de passe em terrenos interiores. O que pretendeu com esta conjugação e pergunto-lhe se é esta a melhor maneira de enquadrar o talento no plantel ou se é uma fórmula que depende sempre das características do adversário? Vítor

Vítor Bruno: Claro que sim, nós não jogamos sozinhos. É preciso um par para dançar, temos de o encontrar e perceber se casamos com esse par, com determinado perfil da nossa parte. Aquilo que disse, da forma como coloca a questão, foi muito daquilo que procurámos. Foi ter gente que garantisse largura, que tivesse 1X1 forte, gente metida por dentro em linhas diferentes. O Fábio Vieira numa fase inicial estava demasiado baixo no campo e não era isso que tinha sido pedido. Pedimos que o Fábio estivesse numa linha mais alta, já a entrar na segunda fase de construção com o Martim [Fernandes] a meteu-se por dentro. Há pequenas nuances e dinâmicas no plano estratégico que não estavam a ser cumpridas na perfeição, depois corrigimos ao intervalo. Com a passada do [Iván] Jaime para o lado direito e a entrada do Danny [Namaso] para a esquerda, vindo o Martim mais por fora, começámos a tentar casar com os perfis dentro de campo. O [Rodrigo] Mora pede coisas diferentes, o [André] Franco também pede coisas diferentes no momento em que está mais baixo no campo porque é alguém que gosta sempre de apanhar o jogo de frente. Depois é tentar levar cada jogador, dentro daquilo que é o plano estratégico, para a maior zona de conforto, para que eles possam dar o melhor de si. A ideia foi essa, ter gente em zonas do campo diferentes e metidos por dentro, gente com capacidade para meter o colega na cara do golo com maior facilidade. Perante um adversário que sabíamos que ia estar mais estacionado atrás, a estrangular os espaços, e queríamos gente que está habituada a rodar em pouco espaço e definir com maior qualidade. Por isso metemos o Fábio e o Jaime numa zona interior do campo, mais alto e perto daqueles que podiam definir no último momento como o Fran Navarro, o Galeno, o Gonçalo Borges. Foi isso que pretendemos. Trabalhámos isso durante estas duas semanas, procurámos perceber que tipo de resposta davam porque é um cenário que pode ser usado no futuro, mas não há jogos iguais. Todos os jogos neste momento levam-nos ou transportam-nos para um grau de dificuldade elevado. Se analisarmos todos os resultados da eliminatória, percebe-se isso. Penso que houve uma equipa da Primeira Liga que ganhou de forma folgada que foi o Arouca [n.d.r: o Casa Pia também venceu por 5-0]. Tudo o resto foram diferenças de um golo, dois golos, três golos como hoje aqui. Hoje é tudo muito equilibrado. Toda a gente trabalha bem, toda a gente é ambiciosa e quer crescer na carreira, o que nos obriga a estar sempre num nível alto de rendimento. Foi aquilo que fizemos hoje, com nuances diferentes que podem ser utilizadas no futuro, dependendo nós do adversário e do que nos pede, podendo nós atalhar caminhos que no futuro podem ser importantes.

Diogo Ribeiro
Diogo Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação, está a terminar o mestrado em Jornalismo e tem o coração doutorado pelo futebol. Acredita que nem tudo gira à volta do futebol, mas que o mundo fica muito mais bonito quando a bola começa a girar.

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