«Neste momento, não sei se aceitaria um grande» – Entrevista a Gerso Fernandes

    BnR: Em Belém começaste bem a época, mas o Kansas City chamou por ti a meio da temporada. Como é que se processou essa mudança?

    GF: O Kansas City já andava atrás de mim há algum tempo. Já me queriam quando eu estava no Estoril. Só que eu, na altura, tinha apenas 22 anos e achei que era muito cedo para mim. Mas as coisas desenvolveram-se e quando saí do Estoril a minha intenção até era ir para o estrangeiro. No entanto, em conversa com os meus empresários, eles acharam que era melhor ficar mais um ano em Portugal e o Belenenses foi o clube onde fiquei. Mas entretanto falaram-me do Kansas em janeiro e perguntaram-me se eu queria ir. Como eu já tinha na minha mente que iria para fora, foi a altura certa, e eu aproveitei e aceitei a proposta.

    BnR: Era uma oferta mais generosa…

    GF: Sim, claro, também. Mas, mesmo quando rumei para lá aos 25 anos e sabia que iria ser melhor para mim monetariamente, sabia também que ainda tinha, e ainda tenho, o objetivo de jogar em Espanha ou em Inglaterra. Acho que não foi um passo atrás. Apesar de ser uma Liga que não tem tanta força no futebol, acabou por ser positivo para mim.

    BnR: Mas acabaste por ter algum mediatismo, digamos assim… Estar numa Liga que conta com jogadores como Pirlo, Villa…

    GF: Giovinco… Schweinsteiger… Joguei contra eles todos. Só não joguei contra o Schweinsteiger porque estava de castigo. Tinha um jogo de suspensão. Mas contra os outros todos joguei. Foi uma sensação fantástica. Estar habituado a vê-los na televisão e a ver o que eles faziam em campo, a jogar na Playstation com eles, e agora estar a partilhar o mesmo relvado com eles… É uma sensação fantástica; é muito bom.

    Gerso já um ídolo no Kansas Fonte: Sporting KC
    Gerso já um ídolo no Kansas
    Fonte: Sporting KC

    BnR: Trocaste de camisola com algum deles?

    GF: Por acaso não. Respeito-os, mas nisso eu prefiro trocar com um amigo que esteja do outro lado.

    BnR: No Kansas City atingiste o teu número máximo de jogos e golos na carreira. Já és muito acarinhado pelos adeptos. Têm um cântico dedicado a ti. Estás muito feliz lá?

    GF: Não tive uma adaptação difícil. Trataram-me bem e ajudaram-me com tudo. Fizeram com que tudo fosse fácil e com que tivesse uma adaptação tranquila.

    BnR: Achas que estás no auge da tua carreira?

    GF: Acho que sim. Em termos de maturidade como jogador acho que já cheguei ao meu pico, e agora é tentar manter este registo durante o máximo de tempo possível.

    BnR: Queres ficar por lá ou já pensas em mudar?

    GF: Se aparecer uma proposta de Inglaterra ou Espanha não posso dizer que não. Mas, se não aparecer, não vou forçar, porque gosto de lá estar. E o carinho que sinto dos adeptos e de toda a gente… Também é importante sentir isso.

    BnR: E se fosse um dos três grandes?

    GF: Aí é difícil. Olha que ia ser uma decisão muito difícil e não sei se aceitava…  Sinceramente não sei. Para vir para cá teria de ser uma proposta que me compensasse muito e soubesse que, se não jogasse, estaria seguro economicamente.

    BnR: Que diferenças é que encontras entre o futebol norte-americano e o português?

    GF: Costumo dizer: para quem realmente percebe de futebol e gosta de ver como é… Se calhar, vai ver um jogo lá e não acha tão interessante. Vai-se divertir, mas não vai gostar dele taticamente. Mas para as pessoas que só lá vão para se divertir, é um espetáculo engraçado. Está a crescer, mas ainda falta…

    BnR: Achas que os E.U.A. podem vir a ser uma potência do futebol mundial?

    GF: A China também anda a tentar fazer o mesmo mas, com as condições que temos aqui e tendo em conta a forma como os americanos trabalham, mais facilmente poderemos conseguir as coisas aqui. São muito organizados e, quando querem, as coisas surgem. Acredito que no futuro eles consigam vir a ser uma potência do futebol mundial. Têm recursos para isso.

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