«O melhor entre JJ, Lage e Rui Vitória? Bruno Lage, sem dúvida» – Entrevista BnR com André Carvalhas

    – Ai, Jesus-

    «Ainda hoje acho que nunca tive nenhuma conversa com o Jesus»

    BnR: Nunca jogaste pela equipa A do Benfica, apesar de seres convocado. Achas que tinhas qualidade para tirar lugar aos titulares na tua posição?

    André Carvalhas: Sem dúvida que sim. Houve uma fase em que já não treinava pelos juniores, só treinava pelos seniores e era convocado por eles, uma fase muito boa da minha parte, estava muito bem e senti que poderia jogar no Benfica. Lembro-me de irmos jogar ao Marítimo, eram 20 convocados, foi na transição entre o Camacho e o Chalana, e o Di María e o Mantorras tinham ficado fora dos 18 e eu dentro. O Chalana, antes de dizer a equipa titular e de começarmos o aquecimento, fomos ver o relvado, e ele disse-me: “estás preparado?” e eu disse: “estou”, mas comecei logo a tremer, e ele disse: “estás muito bem, íamos pôr-te a titular, mas o Benfica não está numa boa fase, se corresse bem era perfeito, mas imaginemos o pior cenário, se jogasses e as coisas não corressem bem, todos iam questionar a aposta no miúdo nesta fase, então foi melhor não arriscarmos, mas continua assim que estás muito bem”. Isto para dizer que poderia ter sido aposta, poderia ter sido a minha altura, isso não aconteceu e, pronto, bola para a frente.

    Fonte: Instagram André Carvalhas

    BnR: Quem tinhas como concorrentes diretos?

    André Carvalhas: Tinha o Di María, o Cristian Rodríguez, eu jogava mais a extremo, mas por dentro também havia o Rui Costa e o Nuno Assis.

    BnR: Gente de alto gabarito. Jorge Jesus chega em 2009/2010 e tu és emprestado ao Fátima, depois de já teres sido emprestado ao Rio Ave e ao Olhanense. O Jesus deu-te uma oportunidade ou falou contigo?

    André Carvalhas: Nada, nada. Ainda hoje acho que nunca tive nenhuma conversa com o Jesus. Simplesmente, quando somos emprestados, quando não há uma equipa B, resta-nos dizer que sim a tudo o que o clube quer. Eles assinaram o protocolo, na altura, com o Fátima, onde estive dois anos, meteram lá o Rui Vitória. Ele contava comigo, penso que, no primeiro ano também estavam lá o David Simão e o João Pereira, defesa central. O clube já tinha boas relações com o Rui Vitória e no segundo ano fomos nove jogadores para lá. Nunca houve uma conversa, o porquê de não ter voltado, nunca houve uma conversa com os responsáveis do Benfica para me darem uma justificação seja do que fosse, e a esse nível, penso que merecia um acompanhamento diferente, mas sem grande mágoa, e tenho uma boa relação com todas as pessoas lá.

    BnR: Nem chegaste a fazer pré-época?

    André Carvalhas: Eu faço a pré-época com o Quique Flores, quando saio dos juniores, que me correu muito, muito, muito bem, só que, entretanto, contratam o Urretaviscaya e foi muito mais fácil emprestarem-me do que ao Urreta, que tinha acabado de chegar, já sabemos como é em Portugal, e a partir daí nunca mais fiz pré-época.

    BnR: Agora com o Jesus, achas que vai haver novo corte na aposta na formação?

    André Carvalhas: Possivelmente, a estrutura vai pressionar Jorge Jesus para que isso não aconteça, mas na minha opinião isso vai acontecer. Vai haver cada vez menos espaço para os jovens que lá estão e que tiveram oportunidades com o mister Rui Vitória e com o mister Bruno Lage. Penso que agora será mais complicado, mesmo que a política interna tenha mudado.

    BnR: Os jovens do Benfica acabaram de chegar à final da Youth League. Imaginando-te na posição deles, em que correm o risco de serem emprestados porque não contam para JJ, o que pensas em fazer à tua carreira?

    André Carvalhas: Acima de tudo, quando chega à final da Youth League, um jogador só pensa em ser jogador do Benfica, não se pensa em ser emprestado. Mas lá está, com a formação da equipa B dificilmente serão emprestados, vão para a equipa B ganhar experiência para depois chegar, ou não, à equipa principal.

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    Pedro Pinto Diniz
    Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um apaixonado por desporto. Em cada linha, procura transmitir toda a sua paixão pelo desporto-rei, o futebol, e por todos os aspetos que o envolvem. O Pedro tem o objetivo de se tornar jornalista desportivo e tem no Bola na Rede o seu primeiro passo para o sucesso.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.