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«O melhor entre JJ, Lage e Rui Vitória? Bruno Lage, sem dúvida» – Entrevista BnR com André Carvalhas

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– Análise aos novos Dragões-

«Acho que o Carraça e o Cláudio Ramos têm capacidades para singrar no Porto»

BnR: Nesse ano no Tondela, jogaste curiosamente com os dois únicos reforços do FC Porto para a temporada que se avizinha: Cláudio Ramos e Carraça. O que tens a dizer deles?

André Carvalhas: Acho que tanto um como outro têm capacidades para singrar no Porto, tudo depende das oportunidades que tenham obviamente, espero que as tenham, e depois de as terem vão conseguir agarrar e vão conseguir singrar, tanto um como outro.

BnR: Tu trabalhaste com eles, viste coisas que os adeptos não veem, os treinos, e que são muito importantes nas escolhas do treinador. Com base nisso, achas que podem ser surpresas e até mesmo titulares neste início de época?

André Carvalhas: Eu acho que tanto um como outro podem ser surpresas, antes de mais. O Carraça tem uma adaptação fantástica a lateral direito, ele quando jogou comigo era médio centro. Ele estava emprestado, quando regressa ao Boavista, é aposta como lateral direito e este ano que passou fez uma época muito, muito boa e deu o salto para o FC Porto. Não acredito que comecem de início, vão começar uns passos atrás dos outros, da equipa que foi campeã, os jogadores das posições deles mantiveram-se, mas se lhes for dada uma oportunidade, acho que vão conseguir singrar.

Fonte: Instagram André Carvalhas

BnR: Vais para Portimão, mais uma vez para a Segunda Liga, e regressas depois a uma casa que bem conheces, o Cova da Piedade. Como foi regressar a casa?

André Carvalhas: Foi ótimo. Acho que, acima de tudo, estava um pouco cansado de andar de um lado para o outro, fora da minha zona. Chegamos a uma altura da nossa vida em que, não acontecendo a passagem à primeira liga, que houve uma altura em que achei que era possível, e começamos a estipular novos objetivos de carreira. O grande objetivo daquela época era voltar para perto da minha família e felizmente o Cova da Piedade tinha acabado de subir à segunda liga, e aproveitei.

BnR: Jogaste ainda com o Silas, jogador em fim de carreira, previas a ascensão dele enquanto treinador?

André Carvalhas: Já previa, porque em conversas que tinha com ele, a analisarmos o nosso próprio treino ou o jogo, ele já conseguia ver coisas que eu ficava a olhar para ele a pensar: “eu não vi isto e ele conseguiu ver”. Já antevia que ele iria ter sucesso como treinador e a prova foi que, em tão pouco tempo, conseguiu chegar ao Belenenses e depois ao Sporting. É alguém com quem mantenho uma grande amizade, e, quando ele era jogador, eu ficava pasmado a olhar para ele, como ele, com 40 anos, fazia tudo igual ao que nós fazíamos, nos aspetos físico, técnico-tático, e eu às vezes olhava para ele e pensava: “quem me dera chegar aos 40 anos e poder estar assim”.

BnR: Tendo passado por treinadores, jogadores que viraram treinadores, também pensas numa carreira assim para ti?

André Carvalhas: Acho que, a cada dia que passa, vou pensando mais, Há uns tempos atrás pensava que não, mas acho que tenho aqui qualquer coisa de treinador, não sei se o irei ser, mas vou trabalhar para melhorar estas qualidades, e depois um dia que acabe a carreira, espero que ainda demore uns anos, penso nisso.

BnR: Mais uma vez mudaste-te e foste para a Madeira, com uma passagem também pela Moldávia, até que à terceira foi de vez e assentaste no Cova da Piedade, ainda que por apenas duas temporadas.

André Carvalhas: Eu assim que acabo a época no Cova da Piedade, tomo a iniciativa de ir para o estrangeiro e mexo-me nesse sentido. Surgiu a hipótese do Zaria Balti, da Moldávia, uma equipa que jogava a pré-eliminatória da Liga Europa, mas assim que cheguei lá deparei-me com condições de trabalho degradantes. Treinei com balizas que nem tinham redes, tenho imensas histórias para contar, ali em três meses que estive na Moldávia. Fiz quatro jogos, ao fim de mês e meio estava esgotado de estar ali, sem condições de trabalho, sem o mínimo de profissionalismo, falei com as pessoas responsáveis e disse que não queria nem mais um euro deles, simplesmente pagavam-me a viagem, eu trazia os papéis todos certinhos e eu vinha-me embora. Finalmente, depois de um mês sem treinar é que consegui resolver, é muito complicado, ninguém fala inglês, só falam russo. Depois, em janeiro, surgiu a hipótese do União da Madeira, onde as coisas me correram muito bem a nível pessoal, não tão bem a nível coletivo. Fizemos o último jogo União da Madeira – Cova da Piedade, o jogo correu-me muito bem e os dirigentes do Cova da Piedade quiseram voltar a contar comigo, voltar a casa é sempre bom e assinei sem pensar duas vezes.

Fonte: Instagram André Carvalhas

BnR: Queria perguntar-te ainda sobre a Moldávia. Não previas esse cenário nem tinhas forma de o prever?

André Carvalhas: Não o previa, possivelmente tinha forma, mas nunca ninguém me disse que as condições eram aquelas com que me deparei, também pensei que uma equipa que jogava a pré-eliminatória da Liga Europa tinha condições mínimas. Não havia um posto médico, um ginásio, não havia um campo de treinos. Uma vez choveu muito na cidade, e nós só tínhamos um campo para treinar e para jogar, e eu falei com um espanhol, era ele que me traduzia tudo o que diziam, porque só falavam russo, e ele disse-me: “hoje vamos treinar a um campo, mas quando chegares lá não faças cara feia, não te preocupes que é só uma vez ou outra que vamos lá treinar”. Eu disse: “tudo bem, o campo pode ser mau, já treinei em campos muito maus, mas não há problema, não é por aí”. Quando lá cheguei, as balizas não tinham redes, havia vacas no meio do campo, aquilo não era relva, era um pelado cheio de buracos com pedacinhos de relva, era mais areia que outra coisa. Meti as mãos a cabeça, eles todos a olhar para mim do género: “este gajo vem da Europa, vamos ver como ele reage”, e eu só pensava: “onde é que eu estou metido, meu deus do céu”. Em dias de jogo, íamos tomar o pequeno-almoço dentro do quarto do massagista que eles tinham para lá. Era um bocadinho de fiambre com um bocadinho de pão, um café, isso não existe em lado nenhum, foram tempos complicados. Longe da minha família, os moldavos não são muito afáveis, eram mais frios e mais distantes. Felizmente tudo correu bem e dei a volta por cima.

– Passes Curtos-

BnR: Melhor jogador com quem jogaste?

André Carvalhas: Rui Costa.

BnR: Melhor treinador que tiveste?

André Carvalhas: Bruno Lage.

BnR: Cova da Piedade ou Benfica?

André Carvalhas: Benfica.

BnR: Melhor golo?

André Carvalhas: O melhor golo que eu fiz até hoje foi um Vitória de Guimarães – Naval, eu estava na Naval, o Vitória tinha levado uma punição e o estádio era à porta fechada e não foi filmado. Tenho uma pena, porque esse golo vendia muito. Ali perto da bandeirola de canto, venho com a bola no pé direito em direção à grande área, dou uma mocada na bola e ela entra ao segundo poste no ângulo, faz um arco incrível, ainda hoje não sei como é que fiz aquilo, foi o melhor golo da minha carreira.

Pedro Pinto Diniz
Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um apaixonado por desporto. Em cada linha, procura transmitir toda a sua paixão pelo desporto-rei, o futebol, e por todos os aspetos que o envolvem. O Pedro tem o objetivo de se tornar jornalista desportivo e tem no Bola na Rede o seu primeiro passo para o sucesso.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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