Marta Carvalho é atleta do GDS Cascais e já treinou com a Selecção Feminina de Rugby. Começou a jogar aos 13 anos e encontrou nesta modalidade muito mais do que um simples desporto. A atleta falou com o Bola na Rede e contou-nos o seu percurso, aproveitando para analisar o que tem de ser melhorado para que a modalidade continue a evoluir.
1 – Como tem sido o teu percurso nesta modalidade?
O meu percurso desportivo tem sido contínuo e evolutivo. Comecei a jogar aos 13 anos no GDSCascais e formámos uma equipa federada passado um ano. Jogo ainda com algumas amigas que começaram a equipa feminina comigo.
2 – Quando tinhas 13 anos, o Rugby ainda estava muito pouco divulgado a nível feminino. O que te levou a optar por esta modalidade?
Comecei a jogar por incentivo do meu pai que é amigo do director do rugby no GDSC. Esse mesmo amigo do meu pai informou-o que estavam a existir treinos de rugby feminino, e disse ao meu pai para me levar lá. Fui a um treino e adorei, a partir daí, nunca mais saí.

3 – Tens alguma referência no mundo do Rugby que tentes seguir na tua carreira?
Não tenho nenhum jogador preferido no mundo do Rugby. Acho apenas que a dedicação e empenho da equipa sénior portuguesa é um exemplo de que o esforço é sempre recompensado e penso que este deveria ser um modelo a seguir para todos os jogadores de rugby portugueses.
4 – Qual foi o momento mais marcante no teu percurso desportivo?
Fui eleita por outras jogadoras de outras equipas a melhor jogadora em campo num torneio em que participei e fui chamada a alguns treinos da selecção. Foram momentos que me deixaram orgulhosa e que provam que uma pessoa consegue sempre superar as suas expectativas e objectivos.

5 – Que mensagem gostarias de transmitir aos outros jovens que estão a começar nesta modalidade?
Acho que esta modalidade é de uma grande camaradagem e devem apostar nela se querem fazer grandes amizades. O rugby é também um desporto que tem lugar para todos os tipos de pessoas – altos, magros, baixos – o rugby tem uma grande diversidade de posições no qual todos os tipos de corpos se adequam, e onde ninguém é excluído. Fiz grandes amigas na minha equipa que sei que vão continuar na minha vida, jogando rugby ou não.
6- E no futuro? Gostavas de apostar no Rugby a nível profissional?
O Rugby neste momento é o meu desporto, o meu “hobby”. A minha prioridade é acabar o meu mestrado e o rugby é algo que me ajuda a descontrair. O rugby profissional a nível feminino ainda é muito prematuro, por isso não tenciono fazer do rugby a minha profissão.
7- Qual a tua opinião sobre o Rugby Feminino em Portugal?
O rugby feminino evoluiu imenso desde que entrei no rugby. Quando comecei a jogar, as equipas existentes eram muito poucas. Agora são para mais de 20. A divulgação tem sido enorme e depois de se passar o preconceito de que só os homens podem jogar este jogo, o rugby feminino ganha outra forma e outra importância. Ainda não está repleto de apoio nem pouco mais ou menos, mas tenho esperança que venha a evoluir cada vez mais.
8- Achas que o Rugby Feminino tem o apoio merecido por parte da Federação e de patrocinadores?
Penso que tem tido cada vez mais apoio, no entanto não o suficiente. Muitas marcas não se querem associar a umas miúdas a jogar rugby, por preconceito. Quanto à Federação, penso que têm feito o seu melhor. No entanto, há ainda muitas coisas a melhorar, tais como garantir a presença de árbitros oficiais em todos os jogos de rugby femininos.