Antes do coffee break, Vítor Severino abordou o “desenvolvimento de uma ideia de jogo” e trouxe para a mesa a análise apertada que hoje é possível fazer a cada atleta e até membros do corpo técnico.
Como ponto de partida, Severino deixou claro que “a ideia de jogo está viva”. Apesar de ser anterior ao modelo, a ideia nunca morre, independentemente de o treinador estar ou não no ativo. A ideia permanece na mente de cada um por ser a forma de cada um ver o jogo.
Partindo daí, o adjunto de Luís Castro apresentou brevemente a equipa técnica do Vitória SC e o seu método de trabalho, sempre com base na tecnologia, que hoje é uma enorme aliada. Toda a equipa técnica, apesar de funções distintas, reúne e debate o modelo de jogo e abordagem a cada desafio, tendo por base a mesma ideia.
Só assim faz sentido que todos tenham acesso a uma pasta com as gravações de todos os jogos e treinos, de vários ângulos, e com os vários cortes pretendidos. Em casa, cada elemento analisa e retira o que achar mais importante e leva para a mesa de trabalho no dia seguinte para ser discutido. São, sem dúvida, as vantagens tecnológicas ao serviço da ideia de jogo e o seu desenvolvimento.
No tempo atribuído para questões da plateia, Vítor Severino sublinhou que a ideia de jogo é transversal a todos os trabalhos desta equipa técnica; tanto na formação do FC Porto como nas equipas principais do Rio Ave FC, GD Chaves e, mais recentemente, Vitória SC. Muda, no entanto, o contexto e é isso que vai determinar o comportamento. A ideia, essa, é sempre a mesma.
O Bola na Rede questionou o treinador adjunto dos vimaranenses acerca da performance de vários atletas com esta ideia de jogo em comparação com outras. Como exemplos, William marcou 11 golos com esta equipa técnica e leva apenas dois com a atual (GD Chaves); Davidson em menos jogos já fez mais golos e Alexandre Guedes também superou os registos que tinha antes de trabalhar com este corpo técnico.
À pergunta “Perante estes dados, considera que os atletas beneficiam com a ideia de jogo ou é a própria que só tem sucesso devido a um perfil específico de atletas?”, Severino recusou desde logo comparações e classificações de outros colegas de profissão. Voltou a frisar que cada ideia é diferente de todas as outras, mas sempre válidas. No entanto, mostrou-se seguro em considerar que ambas as partes beneficiam da outra. Ou seja, a comunhão entra a ideia de jogo e um perfil específico de jogador levam aos bons resultados, são de igual importância.
A terminar, o técnico adjunto dos conquistadores defendeu que a variabilidade de jogo, ou o “híbrido”, é o caminho, mas sempre tendo em atenção o contexto. Isto é, será diferente pedir para “atacar por dentro e por fora” a atletas com 10 anos, a uma equipa sub-14 ou a um conjunto de adultos.