No passado dia de 23 março, o auditório Rio Lima recebeu o seminário “Ser Treinador: Orientações e Competências”. Integrado na organização do Torneio Internacional Vila de Ponte de Lima, que cumprirá este ano a sua nona edição, este seminário teve como principal aliado a própria Associação Desportiva “Os Limianos”.
Luís Meira, técnico do clube e elemento da organização do torneio, sublinhou na cerimónia de abertura que tal encontro para técnicos e demais interessados só foi possível não só com a ajuda do clube, mas também o apoio da Câmara Municipal de Ponte de Lima, a Associação de Futebol de Viana do Castelo e a Associação Nacional de Treinadores de Futebol.
Depois dos primeiros agradecimentos, António Barbosa, treinador e professor no IPMAIA, foi o palestrante que deu o pontapé de saída; “Observação, Análise e Comunicação na Construção e Desenvolvimento do Jogo”. Enquanto ideias base e de maior importância, António Barbosa defendeu que “quem marca ou decide são os jogadores” e para isso cabe aos técnicos dar-lhes toda a informação necessária.
O orador alertou, apesar de tudo, para os diferentes tipos de informações (auditiva, visual, cinestésica) e para a sensibilidade de perceber qual a melhor forma para a passar a cada atleta. Se isso não for tido em conta, há o risco claro do atleta não captar nada ou muito pouco.
Para ilustrar tudo o que defende, António Barbosa foi dando o exemplo das épocas 2016/17 e 2017/2018 do Vilaverdense FC, lideradas pelo próprio. Depois de detetado um problema, o técnico criou exercícios ou adaptou alguns já existentes e quantificou o número de vezes que os atletas conseguiram resolver. Se a taxa de sucesso for agradável ou satisfatória, o técnico está perante um exercício que resolve o problema identificado em primeiro lugar e vai repeti-lo “sem mexer”.

Fonte: AD Limianos
Além disso, há padrões que o treinador repara durante o treino, não propositados, mas que podem ajudar. A título de exemplo, António Barbosa revelou que durante os treinos emergiu um padrão que passou a utilizar nos jogos e que fez da sua equipa o melhor ataque português naquela época; o médio interior recuava na fase de construção e servia de imediato o extremo contrário ou avançado entre o central e o lateral adversários. Parece simples, mas conseguiram assim sete golos, sem os quais seriam apenas o terceiro ou quarto melhor ataque. Este padrão que emergiu do treino fez claramente a diferença.