BnR: Até hoje, qual foi o título mais saboroso que conquistou? Pode explicar melhor a sua escolha?
M.B.: É complicado, pois a Natação é um desporto individual, mas como eu treino com uma equipa, tentámo-nos ajudar uns aos outros, até porque ninguém consegue nada sozinho, logo a Natação acaba por ser um desporto muito coletivo no treino. Em termos de títulos saborosos, destaco o Campeonato Nacional de Clubes em 2015, por ter sido aquele que foi mais complicado de conquistar. Tínhamos uma boa equipa, o Estrelas S. João de Brito também o tinha, e tivemos até à última jornada “taco a taco” e “ponto a ponto” a discutir aquele que foi o nosso pentacampeonato, o que foi de facto bastante saboroso. Apesar de termos conquistado o hexacampeonato no ano seguinte, o penta como foi mais difícil de conquistar, acabou por ser o título que deu maior prazer em alcançar.
BnR: Nas competições nacionais, tanto pode fazer uma prova individual ou uma estafeta por equipa. Sente-se mais confortável a participar em qual das duas formas de provas de Natação?
M.B: O foco do nadador deve ser a sua prova individual, pois foi para isso que treinou e é aí que está o seu objetivo, logo a prova individual deve prevalecer sempre no pensamento do atleta. Torna-se importante cultivar o espírito de grupo, e é nesse âmbito que surgem as provas de estafetas na Natação, e sempre que posso e que seja permitido, pois as equipas são grandes e os treinadores têm de fazer escolhas os melhores estafetas, é bom para mim competir coletivamente, ainda para mais a representar o Sporting, um clube que apresenta objetivos como revalidar títulos de estafetas e a obtenção de recordes nacionais.
BnR: Em 2016, sagrou-se Hexacampeão Nacional de clubes pelo Sporting. Quais os principais motivos que poderão explicar a hegemonia leonina no plano nacional?
M.B.: Eu acho que há um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido já há alguns anos pelo departamento de Natação do Sporting, aqui o principal responsável é Prof.º Carlos Cruchinho, e é evidente que é um trabalho cada vez mais continuado e tem dado os seus frutos, desde os escalões de formação (Infantis, Juvenis, Juniores) até aos Séniores, onde se compete no Campeonato Nacional de clubes. O Prof.º Carlos é o responsável principal por todo o planeamento e crescimento da Natação do Sporting, desde 1998 quando abriram as piscinas no antigo Estádio até à passagem para o novo Alvalade, que ao fim ao cabo foi o passar de toda uma ética de trabalho para outras instalações, que tem vindo a ser melhorada ano após ano, e os resultados aqui aparecerem naturalmente. Neste momento, o Sporting é a maior potência nacional da Natação, porque é uma equipa onde existe muito trabalho e organização.
BnR: Dois anos depois da sua estreia nos Campeonatos Nacionais, tornou-se atleta internacional. Foi importante para si começar a competir internacionalmente?
M.B.: Em 2007, fui internacional pela primeira vez a nível de estágios, se não estou em erro. Depois é sempre positivo integrar a comitiva nacional, porque é uma nova experiência, e para um nadador tão jovem como eu era na altura com os meus 17, é uma boa plataforma a nível de motivação e de reconhecimento do trabalho realizado. Sei que a minha primeira prova de relevo internacional foi o Campeonato júnior de Águas Abertas, e esse percurso desde a 1.ª internacionalização até à 1.º prova representando a Seleção Nacional, foi um percurso que foi bastante importante de adquirir em termos de experiências novas de treino e competição, e foi sem dúvida uma fase importante que me ajudou a tornar no atleta que sou hoje.