Argentina 2-1 Austrália: Australianos dificultaram tarefa, mas a albiceleste segue para os quartos!

    A CRÓNICA:  PRIMEIRO TEMPO MORNO, MAS EM COMPLETA EBULIÇÃO NA SEGUNDA

    No primeiro dia de “mata-mata” no Mundial de 2022, disputado no Catar, tivemos a oportunidade de assistir a um inesperado confronto intercontinental nos oitavos de final, que nos foi proporcionado pelo primeiro classificado do grupo C, a Argentina, e o segundo classificado do grupo D, a Austrália.

    Tal como era expectável, a Argentina entrou no jogo a comandar as operações, com a Austrália bem organizada defensivamente e atenta a uma possível falha de construção dos sul-americanos, que lhes pudesse vir a ser fatal.

    Os primeiros 25/30 minutos de jogo foram marcados, então, pelo domínio da posse de bola da formação de Lionel Scaloni, com Enzo Fernández e Lionel Messi a ditarem o ritmo do jogo, mas sem a criação de ocasiões de perigo flagrantes.

    A espaços, sobretudo a partir de meio da primeira parte, a Austrália foi tentando também passar para a ofensiva, mas sem conseguir criar qualquer lance de maior risco para a baliza de Emiliano Martínez, o guarda-redes do Aston Villa FC.

    Já tudo apontava para que não houvesse golos na primeira metade quando Messi, na sequência de uma livre lateral batido pelo próprio, que não havia tido sucesso, se viu com espaço dentro da grande área e assistido por Nicolás Otamendi, colocou a bola no canto inferior direito da baliza de Mathew Ryan, aos 35 minutos de jogo.

    Retornadas dos balneários, o alinhamento inicial das equipas permaneceu intocável, mas não por muito tempo, tendo Papu Gómez sido substituído quatro minutos após o reinício da partida pelo defesa central Lisandro Martínez, do Manchester United.

    Pouco passava dos 50 minutos de jogo, quando Otamendi decidiu acelerar o batimento cardíaco dos seus compatriotas com um atraso infeliz para o guarda-redes, que não esteve longe de resultar em golo australiano. Não marcaram os australianos, marcaram os argentinos, aproximadamente cinco minutos depois. Mathew Ryan decidiu retribuir o favor a Otamendi e, pressionado por dois adversários, entregou a bola a um deles, Julián Álvarez, que não perdoou e fez o segundo. Estavam decorridos 57 minutos.

    A partir deste momento da partida, os treinadores das duas equipas optaram por substituições de tendências radicalmente opostas na esperança de manter ou alterar o rumo do jogo. O selecionador argentino procurou, através das suas substituições, estabilizar a equipa e dar-lhe um pendor mais defensivo; já o selecionador australiano, optando por trocas sobretudo diretas, inicialmente, e mais arriscadas e atacantes, na fase final, visou refrescar as suas linhas e, assim, conseguir ferir o seu adversário.

    Até ao final da partida, a Austrália direcionou com maior intensidade os seus movimentos atacantes à baliza de Emiliano Martínez e conseguiu ainda reduzir a diferença, aos 77 minutos, com um remate à entrada da área do extremo esquerdo do Adelaide United FC, Craig Goodwin, que desviou ainda em Enzo Fernández. A formação argentina teve ainda algumas ocasiões, com Lautaro Martínez em plano principal, para acabar com a história do jogo, mas que não foram convertidas, tendo ficado em risco de ir a prolongamento quando no último minuto de compensação viu o jovem australiano Garang Kuol quase fazer o golo de empate.

    A Argentina venceu, mas ainda não convenceu, estando a evoluir de forma serena ao longo deste Campeonato do Mundo, mas necessitando ainda de se tornar mais sólida e convincente e Austrália despede-se desta competição com excelentes exibições e como uma das grandes surpresas. Parabéns à Austrália e boa sorte nos quartos de final para a Argentina!

    A FIGURA

    Lionel Messi (Argentina) Ainda que não tenha feito uma exibição soberba, tendo falhado alguns passes e estado, de certa forma, em determinados momentos do jogo “desaparecido”, o astro argentino foi, indubitavelmente, o destaque desta partida, tendo registado o seu nome na folha de marcadores através de um recorte de genialidade, quase bisando no final da partida e ainda criado um par de oportunidades claras para os seus colegas de seleção finalizarem.

     

    O FORA DE JOGO

    Mathew Ryan (Austrália) – A sua exibição não foi péssima, tendo exibido bons reflexos ao defender alguns remates mais difíceis dos atacantes argentinos; todavia, “borrou a pintura” completamente quando quis dificultar o que poderia ser fácil e, com essa infelicidade, tornou pouco provável a passagem da Austrália aos quartos de final.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ARGENTINA

    O selecionador argentino Lionel Scaloni dispôs a sua equipa, no movimento ofensivo, num 4-3-3/4-4-2, com Enzo Fernández como médio mais recuado, a auxiliar os centrais na construção de jogo, Alexis Mac Allister e Lionel Messi a receber a bola entre linhas e Rodrigo de Paul como médio livre, ajudando onde fosse mais preciso, compensando o nomadismo de Messi. Papu Gómez foi também incluído no onze inicial, para fazer face à ausência por lesão de Ángel Di María, e começou encostado à ala esquerda, tendo-se deslocado depois para a ala direita. O avançado mais fixo da seleção albiceleste foi Julián Álvarez.

    A nível defensivo, a equipa organizou-se num 4-4-2, com Julián Álvarez e Lionel Messi a comporem a primeira linha defensiva e Rodrigo de Paul e Papu Gómez a defenderem mais próximos dos laterais.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Emiliano Martínez (7)

    Nahuel Molina (7)

    Cristian Romero (6)

    Nicolás Otamendi (5)

    Marcos Acuña (8)

    Alexis Mac Allister (6)

    Enzo Fernández (7)

    Rodrigo de Paul (8)

    Papu Gómez (5)

    Julián Álvarez (8)

    Lionel Messi (9)

    SUPLENTES UTILIZADOS

    Nicolás Tagliafico (6)

    Lisandro Martínez (7)

    Lautaro Martínez (5)

    Gonzalo Montiel (-)

    Ezequiel Palacios (-)

    ANÁLISE TÁTICA – AUSTRÁLIA

    Graham Arnold montou a equipa num 4-4-2, a nível defensivo e ofensivo. A base da equipa da Austrália foi a estabilidade defensiva, com linhas bastante juntas e muita solidariedade entre os jogadores, figurando Jackson Irvine, habitualmente médio centro, na primeira linha de pressão, com o ponta de lança Mitchell Duke. Nas alas, a apoiar os laterais, do lado direito Mathew Leckie e do lado esquerdo Riley McGree. Recuperada a bola, a disposição em campo era muito semelhante, com o experiente médio centro Aaron Mooy como o grande pensador de jogo a procurar, através do seu passe longo exímio, os médios alas e, eventualmente, os laterais.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Mathew Ryan (5)

    Milos Degenek (7)

    Harry Souttar (7)

    Kye Rowles (7)

    Aziz Behich (8)

    Mathew Leckie (5)

    Keanu Baccus (6)

    Aaron Mooy (7)

    Riley McGree (6)

    Jackson Irvine (6)

    Mitchell Duke (6)

    SUPLENTES UTILIZADOS

    Fran Karacic (7)

    Ajdin Hrustic (7)

    Garang Kuol (6)

    Craig Goodwin (8)

    Jamie MacLaren (6)

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    Miguel Monteiro
    Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.