Revista do Mundial’2014: Bósnia e Herzegovina

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    Dragões no coração, dragões no relvado“. Assim se apresentará o autocarro da Bósnia e Herzegovina, rumo ao país maravilhoso, na primeira aparição desta seleção numa fase final do Campeonato do Mundo. Independente da Jugoslávia desde 1994, a Bósnia aparece nesta competição depois de ter estado à porta do Mundial 2010 e do Euro 2012, onde apenas não esteve presente, se bem se recorda, por obra da Seleção Nacional portuguesa. Com a eliminação nesses dois play-offs de acesso a grandes competições, a seleção bósnia continuava sem obter o seu grande objetivo: o de estar presente numa prova deste nível. Em 2014, finalmente o momento dos Dragões chegou, após uma fase de qualificação a roçar a perfeição. Presente no grupo G da fase de qualificação para o Mundial 2014, os comandados de Safet Susic desde cedo mostraram para aquilo que vinham, e qual era o seu único objetivo: chegar ao Brasil. No seu grupo de apuramento, as seleções da Grécia e da Eslováquia eram as grandes adversárias na luta pela qualificação, pois Lituânia, Letónia e Liechtenstein, que completavam o grupo, pareciam não ter armas para lutar pelo apuramento. Depois de duas vitórias iniciais frente a Liechtenstein por 1-8 e a Letónia por 4-1, o empate conseguido na deslocação ao Georgios Karaiskakis frente à seleção de Fernando Santos permitiu à Bósnia sonhar com o 1.º lugar do grupo. Nos restantes 7 jogos de qualificação, os bósnios fizeram 18 pontos em 21 possíveis, quebrando apenas na partida em casa frente à Eslováquia, onde perderam por 0-1. Ainda assim, e em virtude da vantagem no confronto direto em relação aos gregos, os “Dragões” conseguiram alcançar o 1.º lugar do seu grupo e assim o apuramento direto para o Campeonato do Mundo, com 25 pontos, os mesmos que a equipa grega conseguiu.

    Com o sorteio para a Copa, a Bósnia ficou a conhecer os seus adversários na sua primeira presença numa competição deste género: Argentina, Nigéria e Irão. O grupo, que conta com a favorita azul-celeste à conquista do primeiro lugar do grupo e com a teoricamente frágil seleção iraniana, faz com os bósnios tenham, em tese, na seleção nigeriana a seleção concorrente ao apuramento para os oitavos de final. Apesar da inexperiência neste tipo de competições, à Bósnia é possível acreditar que no Mundial de estreia a presença nos oitavos-de-final pode ser uma realidade. Esta fábrica de golos bósnia, que levou a seleção na fase de qualificação a atingir a marca dos 30 golos marcados, tornando-se a quarta seleção mais concretizadora no velho continente, leva aos bósnios a acreditar numa surpresa em terras de Vera Cruz. Ao longo da qualificação, Susic colocou a equipa a jogar num 4x4x2 losango, com o ataque entregue à temível dupla Edin Dzeko/Vedad Ibisevic, com Misimovic a aparecer nas costas dos dois avançados.

    Numa competição curta como é um Campeonato do Mundo, onde os jogos são definidos ao detalhe, esta forte capacidade ofensiva é sem dúvida a grande arma desta seleção bósnia. Olhando para a retaguarda da equipa, e apesar de ter sido a segunda melhor defesa do seu grupo de qualificação, com apenas 6 golos sofridos em 10 jogos realizados, o momento de recuperação defensiva é aquele que gera maior dúvida nesta equipa. Na sala de máquinas de Susic, que conta com Medunjanin no vértice mais recuado, com Lulic e Pjanic a funcionarem como médios interiores, a Bósnia parece ser uma equipa que lida mal com o momento de perda da bola, muito em virtude da forte capacidade ofensiva de Lulic e Pjanic, que se incorporam de forma intensa no momento ofensivo.

    Por isso mesmo, será interessante perceber a disponibilidade tática dos quatro médios bósnios para auxiliarem no momento de pressão o quarteto defensivo totalmente composto por jogadores que atuam na Bundesliga: Mujdza, lateral direito (atua no Friburgo); Bicakcic, central (atua no E. Braunchweig), Spahic, central (atua no B. Leverkusen); e Kolasinac, lateral-esquerdo (atua no Schalke 04). Se a grande virtude desta equipa é a facilidade em criar perigo nas defesas contrárias, a falta de experiência dos bósnios pode ser o seu ponto mais vulnerável nesta viagem ao Brasil. Por isso, o primeiro jogo desta seleção, frente à Argentina no dia 15 de junho, no Maracaná, será importante para perceber se os “Dragões” estão preparados para levar a Bósnia a um lugar de destaque nesta competição. Os restantes jogos desta fase de qualificação são frente à Nigéria, a 21 de junho, em Cuiabá, e frente ao Irão, a 25 de junho, em Salvador da Bahia. No seu primeiro papel principal num Campeonato do Mundo, a Bósnia e Herzegovina é uma das seleções mais aguardadas e mais imprevisíveis: reinará a qualidade ofensiva ou a inexperiência da equipa? A partir de 15 de junho, os Dragões darão a resposta.

    OS CONVOCADOS (Pré-Convocatória de 30 elementos – a ser reduzida em breve)

    Guarda-redes: Asmir Begovic (Stoke City/Ing), Jasmin Fejzic (Aalen/Ale), Dejan Bandovic (Sarajevo) e Asmir Avdukic (Borac Banja Luka).

    Defesas: Emir Spahic (Bayer Leverkusen/Ale), Sead Kolasinac (Schalke 04/Ale), Ermin Bicakcic (Eintracht Braunschweig/Ale), Ognjen Vranjes (Elazigspor/Tur), Toni Sunjic (Zorya Lugansk/Ucr), Avdija Vrsajevic (Hajduk Split/Cro), Mensur Mujdza (Friburgo/Ale), Ervin Zukanovic (Gent/Bel), Zoran Kvrzic (Rijeka) e Srdjan Stanic (Zeljeznicar).

    Médios: Zvjezdan Misimovic (Guizhou Renhe/Chn), Haris Medunjanin (Gaziantepspor/Tur), Miralem Pjanic (AS Roma/Ita), Sejad Salihovic (Hoffenheim/Ale), Senad Lulic (Lazio/Ita), Izet Hajrovic (Galatasaray/Tur), Senijad Ibricic (Erciyesspor/Tur), Edin Visca (Istanbul BB/Tur), Tino Susic (Hajduk Split/Cro), Muhamed Besic (Ferencvaros/Hun), Anel Hadzic (Sturm Graz/Aut), Miroslav Stevanovic (Elche/Esp) e Adnan Zahirovic (Bochum/Ale).

    Avançados: Edin Dzeko (Manchester City/Ing), Vedad Ibisevic (Estugarda/Ale) e Ermin Zec (Genclerbirligi/Tur).

    A ESTRELA

    Edin Dzeko Fonte: sportige.com/
    Edin Dzeko
    Fonte: sportige.com

    Edin Dzeko é a grande esperança da Bósnia neste Campeonato do Mundo. Com 60 internacionalizações e 33 golos apontados, o avançado do Manchester City chega a esta competição como principal ameaça às defesas adversárias. O “tanque”, como também é conhecido, combina poder físico e agressividade com mobilidade, sem descurar a velocidade e o apurado sentido de oportunidade que faz dele um dos avançados mais apetecíveis do futebol europeu. No Mundial, tem uma oportunidade para mostrar que com as cores do seu país, também consegue ser letal.

    O TREINADOR

    Safet Susic Fonte: bhdragons.com/
    Safet Susic
    Fonte: bhdragons.com

    Por ter levado a Bósnia pela primeira vez a um Mundial, Safet Susic já merece todos os elogios. Ainda assim, e para além do feito já por si histórico, o que salta à vista no modelo de jogo deste técnico de 59 anos, é a capacidade ofensiva que incutiu nos Bósnios. Este é algo que não é de estranhar, tendo em conta que esta antiga estrela do futebol jugoslavo nas décadas de 70 e 80, conhecida como Magic Susic, foi um dos melhores avançados da sua geração. Enquanto treinador, o espírito ofensivo mantém-se. No Brasil, veremos com que resultados.

    O ESQUEMA TÁTICO

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    O PONTO FORTE

    Os 30 golos marcados na fase de qualificação fazem da capacidade ofensiva da Bósnia a sua grande arma no campeonato do Mundo do Brasil. Dzeko e Ibisevic fazem uma dupla que promete dar que falar em terras de Vera Cruz.

     O PONTO FRACO

    A inexperiência da seleção bósnia em fases finais de grandes competições pode ser prejudicial numa fase de grupos que pode ser discutida ao detalhe.

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