Suiça 2-1 Equador: A (re)volta do aproveitamento

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    O RESCALDO

    Jogo morno com um desfecho injusto no estádio Mané Garrincha. Com equipas muito próximas daquelas avançadas pelos redactores Bola na Rede (Suíça e Equador), foi o treinador dos sul-americanos aquele que mais surpreendeu, desde o esquema táctico utilizado até à inclusão de algumas peças que não seria expectável que fossem titulares. De notar, também, por parte da Suíça, que um dos seus melhores jogadores, Senderos, tenha ficado surpreendentemente no banco.

    Com uma entrada “a todo gás” nos minutos iniciais, a selecção do Equador encostou completamente a congénere helvética ao seu meio campo defensivo, com um meio campo muito agressivo e explorando saídas rápidas, quase sempre através do “vagabundo” Montero.

    Aos poucos, e com a quebra de ritmo de jogo, os suíços começaram a dar um ar da sua graça e, quase sempre com um futebol directo e pelo flanco direito (para a rapidez do lateral atacante Lichtsteiner), equilibraram o jogo.

    Com naturalidade (apesar de numa fase onde a Suíça rematava mais) e de bola parada, após um cruzamento teleguiado, Enner Valencia, jogador do Pachuca, cabeceou de forma totalmente liberta no coração da pequena área helvética. Mais do que mérito do avançado equatoriano, grande demérito do posicionamento defensivo dos suíços. Decorria o minuto 22.

    Depois do golo, a selecção sul-americana baixou linhas e, como consequência, os europeus tomaram conta do jogo, quase sempre com jogadas inconsequentes ou remates fora da área. Começou, então, a tornar-se a figura da primeira parte o guarda-redes equatoriano, Dominguez (que para muitos adeptos daquele país nem devia ser o titular…).

    Chegava o intervalo e o “relógio suíço” estava ainda no horário europeu…

    Com o reatar do segundo tempo, o treinador suíço trocou Stocker por Mehmedi, numa troca aparentemente posicional, mas colocando um jogador mais rápido para as transições (visto que o meio campo suíço era inexistente) e que explora muito mais as zonas centrais do terreno. Curiosidade do destino, logo aos dois minutos do segundo tempo, após canto do lado esquerdo atacante executado por Rodriguez, o acabado de entrar Mehmedi cabeceou com violência para o fundo das redes equatorianas. Mais uma vez, e relembrando o golo contrário, mais demérito da forma como as defesas se posicionaram (mais concretamente a passividade do central Erazo) do que propriamente pela forma como o jogador apareceu no coração da pequena área.

    suiça
    Mehmedi marcou o primeiro golo da Suiça
    Fonte: zimbio.com

    Aos 69 minutos, os helvéticos voltaram a fazer vibrar as redes contrárias, mas o ponta-de-lança Drmic encontrava-se em posição irregular. Nesse mesmo minuto, o seleccionador equatoriano trocou o possante (mas inconsequente) Caicedo pelo também detentor de um porte físico invejável Arroyo. Até então, jogo “taco-a-taco”, com jogadas de perigo iminente para ambos os lados, principalmente a surgir a partir de contra-ataques. Em resposta, o treinador suíço fez o mesmo que o seu homólogo: trocou de avançados que fazem do físico a sua força – Drmic por Seferovic. Continuou, então, a decorrer a “dança” de substituições, com David Raimundo a trocar o até então melhor jogador do Equador, Montero, e a fazer entrar Rojas. Claramente que os treinadores estavam a apostar nos ataques rápidos, mas muito calculistas. Nenhum quis arriscar ganhar, para não correr o risco de… perder.

    Aos 83 minutos, grande contestação no Mané Garrincha! Seguia Valencia isolando-se para a baliza quando Djorou o travou, aparentemente numa posição onde o avançado sul-americano ficaria com a bola dominada e nem o outro central helvético parecia chegar à bola… Pedia-se vermelho; o árbitro ficou-se pela cartolina amarela “avermelhada”.

    Volvidos dois minutos, Benaglio a brilhar com uma defesa muito difícil após um livre “à CR7” de Arroyo.

    Minuto de ouro no estádio Mané Garrincha: depois de Valencia deixar escapar a oportunidade de luxo de fazer o segundo golo equatoriano, perdeu a bola e, num rápido contra ataque, esta acabou na baliza dos sul-americanos, com Seferovic, então entrado no segundo tempo, a ditar a (re)volta ao marcador.

    Jefferson Montero esteve em destaque no Equador Fonte: copadomundo.uol.com.br
    Jefferson Montero esteve em destaque no Equador
    Fonte: copadomundo.uol.com.br

    Figura:

    Montero – Sem dúvida, o CR7 dos equatorianos foi o melhor jogador em campo, dando vida e criatividade ao ataque sul-americano e pondo os defesas contrários em sentido. Não merecia ter saído.

    Mehmedi e Seferovic – Grande parte do “acerto” dos ponteiros do relógio suíço deveram-se a Mehmedi, que imprimiu uma velocidade que fez a diferença. Já o avançado Seferovic apontou, aos 92 minutos, o tento da vitória.

    Fora de jogo:

    Valencia – O jogador do Manchester United, principal figura de proa da selecção sul-americana, teve nos pés, aos 92 minutos, a oportunidade de dar a vitória à sua selecção, mas quis fintar e ofereceu a bola que originou o contra-ataque que deu o golo vitorioso.

    Meio campo suíço – Tanto Inler com Behrami foram duas nulidades no conjunto helvético. Uma selecção que assenta o seu jogo numa pose de bola contínua tem de ter estes dois obreiros ao seu mais alto nível.

     

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    José Maria Monteiro
    José Maria Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é um estudante de desporto e apaixonado por futebol (onde o pratica como guarda-redes por esses grandes distritais e tem o curso de treinador). Adora discutir o desporto-rei e tenta ser o mais imparcial possível.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.