CAN’2015: Grupo A, o mais fraco da prova

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    Já falta pouco para começar a edição de 2015 da Taça das Nações Africanas. O torneio decorrerá entre amanhã e o dia 7 de Fevereiro na Guiné-Equatorial.

    Ao contrário do que estava planeado, a CAN 2015 não se irá realizar em Marrocos, devido ao risco da propagação do vírus do ébola. O governo marroquino optou por rejeitar a realização do torneio, ficando a Guiné-Equatorial o país responsável pela sua organização, tal como aconteceu em 2012 – nessa altura em conjunto com o Gabão.

    Com estas alterações, Marrocos junta-se à Nigéria, a Angola e ao Egipto como as principais ausências da competição. Para os fãs do futebol africano será uma pena não se verem em ação jogadores destes quatro países como Enyeama, Ahmed Musa, Obi Mikel, Onazi e Omeruo (Nigéria), Elmohamady e Salah (Egipto), Belhanda, Benatia e Boussoufa (Marrocos) e Vetokele e Geraldo (Angola). Além dos craques destes países, outros jogadores como Adane Girma (Etiópia), Adebayor, Romao e os irmãos Ayité (Togo), Emmanuel Okwi (Uganda), Mexer e Simão (Moçambique), Maazou (Níger), Luís Leal (São Tomé e Príncipe), Ulimwengu e Samatta (Tanzânia), Sami (Guiné-Bissau) e Sessègnon (Benim) também não estarão presentes nos estádios da Guiné-Equatorial.

    Por razões históricas e culturais, em Portugal as atenções vão estar voltadas sobretudo para Cabo Verde, única selecção dos PALOP a qualificar-se para a fase final da competição. Além disso, o seleccionador é português: Rui Águas. Contudo, não será a única selecção a chamar a atenção aos portugueses, já que o Gabão também é treinado por um português: Jorge Costa.

    Grupo A

    Guiné-Equatorial – Nzalang Nacional

    Emilio Nsue é um dos mais jogadores mais cotados dos anfitriões  Fonte: Wikipédia
    Emilio Nsue é um dos mais jogadores mais cotados dos anfitriões
    Fonte: Wikipédia

    A Guiné-Equatorial apresenta-se como a mais limitada selecção deste torneio. De uma lista de jogadores repleta de desconhecidos, mesmo para quem segue o futebol africano – muitos deles nem sequer são conhecidos no país já que nasceram fora -, o nome que mais se destaca é o de Emilio Nsue. Trata-se de um médio direito internacional jovem espanhol, de 25 anos, formado no Maiorca, e que por lá fez grande parte da sua curta carreira. Contudo, o jogador trocou na pré-temporada de clube, tendo assinado pelo Middlesbrough. Outros nomes, como Juvenal e Charly, poderão pedir um olhar mais atento, mas, com todo o devido respeito para os jogadores, sem grande intensidade.

    O seu treinador é Esteban Becker, argentino de 51 anos que assumiu o comando da equipa apenas no início de 2015. Becker era até à data o selecionador nacional feminino, mas devido à recusa de Goikotxea em renovar arcou também o cargo na selecção masculina. O argentino não conta com um grande currículo, contribuindo para uma opinião menos favorável em relação à qualidade dos organizadores.

    Curioso verificar-se que algumas das principais figuras da equipa da CAN’2012 não constam na convocatória, como Ekanga, Fidjeau, Doe e Konaté.

    1. Felipe Ovono (Deportivo Mongomo) – GR
    2. Ruben Belima (Real Madrid Castilla) – Méd
    3. Dani Evuy (Piast Gliwice) – Def
    4. Rui (Hibernians) – Def
    5. Diosdado Mbele (Leones Vegetarianos) – Def
    6. Juvenal (FC Santa Coloma) – Méd
    7. Ivan Bolado (Pune City) – Ava
    8. Randy (Iraklis Psachna) – Méd
    9. Raul Fabiani (Olimpic Xátiva) – Ava
    10. Emilio Nsue (Middlesbrough) – Méd
    11. Javier Balboa (Estoril) – Méd
    12. Kike (RCD Mallorca B) – Ava
    13. Aitor Embela (Malaga) – GR
    14. Ivan Zarandona (Biu Chun Rangers) – Méd
    15. Charly (College Europa) – Méd
    16. Sipo (AEK Larnaca) – Def
    17. Miguel Angel (Akonangui) – Def
    18. Viera Ellong (The Panthers) – Méd
    19. Igor (Tropezon) – Def
    20. Pablo Ganet (San Sebastian de los Reyes) – Méd
    21. Carlos Mosibe (Atletico Malabo) – GR
    22. Iban (Valencia Mestalla) – Ava
    23. Ruben Dario (Leones Vegetarianos) – Ava

    Burkina Faso – Les Etalons

    Alan Traoré, companheiro de Raphael Guerreiro no Lorient,  Fonte: Wikipédia
    Alan Traoré, companheiro de Raphael Guerreiro no Lorient, é um dos destaques do Burkina-Faso
    Fonte: Wikipédia

    Embora seja considerada por alguns analistas desportivos como uma selecção menos competente, o Burkina Faso tem um dos lotes de jogadores mais compactos da competição. É verdade que alguns deles começam a entrar numa fase mais decadente da sua carreira, mas também é verdade que outros talentos começam a emergir e a deixar água na boca aos seus adeptos.

    Dos vários jogadores interessantes a atuar nesta equipa, como Nakoulma, Kaboré, Pitroipa ou o novo menino bonito do futebol burquinabê, Bertrand Traoré, o que mais qualidade parece ter é Alain Traoré. O médio de 26 anos é dos jogadores mais excitantes deste torneio e, não fossem algumas lesões na sua carreira, estaria, sem dúvida, num outro patamar competitivo. O jogador saiu cedo do seu país para se juntar ao Auxerre e por lá andou até à época 2011/12, mudando-se na época a seguir para o Lorient. Se conseguir ligar a sua qualidade técnica à condição física desejada, será certo que não deixará ficar mal os seguidores do torneio.

    O seu selecionador é Paul Put, treinador belga de 58 anos, ligado ao melhor e ao pior do futebol. Por um lado conseguiu levar o Burkina Faso, um verdadeiro outsider, à final da CAN’2013, tendo perdido com a Nigéria por apenas 0-1. Por outro lado, Paul Put esteve já banido pela Federação do seu país por estar ligado à combinação de resultados quando treinava o Lierse.

    1. Moussa Fofana (Kadiogo) – GR
    2. Steeve Yago (Toulouse) – Def
    3. Moussa Yedan (Al-Ahly) – Méd
    4. Bakary Koné (Olympique Lyonnais) – Def
    5. Mohamed Koffi (Zamalek) – Def
    6. Djakaridja Koné (Évian TG) – Méd
    7. Florent Rouamba (CA Bastia) – Méd
    8. Paul Koulibaly (Horoya) – Def
    9. Issa Gouo (Kaloum Star) – Def
    10. Alain Traoré (Lorient) – Méd
    11. Jonathan Pitroipa (Al-Jazira) – Ava
    12. Adama Guira (SønderjyskE) – Méd
    13. Narcisse Bambara (Universitatea Cluj) – Def
    14. Wilfried Balima (Sheriff Tiraspol) – Def
    15. Aristide Bancé (HJK) – Ava
    16. Abdoulaye Soulama (Hearts of Oak) – GR
    17. Jonathan Zongo (Almería) – Méd
    18. Charles Kaboré (Kuban Krasnodar) – Méd
    19. Bertrand Traoré (Vitesse) – Méd
    20. Issiaka Ouédraogo (Admira Wacker Mödling) – Ava
    21. Abdou Traoré (Kardemir Karabükspor) – Méd
    22. Prejuce Nakoulma (Mersin İdmanyurdu) – Méd
    23. Germain Sanou (Beauvais) – GR

    Gabão – Les Panthères

    Aubameyang pode ser uma das figuras da CAN Fonte: Facebook de Aubameyang
    Aubameyang pode ser uma das figuras da CAN
    Fonte: Facebook de Aubameyang

    Com o futebol local em crescendo, fruto de uma aposta na formação, o Gabão tem conseguido criar uma base sólida que lhe permite sonhar com belos feitos no futuro. É verdade que não são muitos os jogadores que jogam em equipas de grande reputação internacional, mas a sua geração de 1990-92 é das mais fortes em África, oferecendo à equipa um leque de jogadores com potencial e extremamente competentes que têm tudo para oferecer coisas bonitas ao seu país.

    O realce óbvio vai para Pierre-Emerick Aubameyang, jogador do Borussia Dortmund, nascido em França, filho do também internacional gabonês Yaya Aubameyang. O veloz atacante de 25 anos está bastante moralizado por ter alcançado o segundo lugar na votação para o melhor jogador africano do ano e, com os índices de motivação em alta, terá tudo para fazer uma excelente competição.

    Mas este não deverá ser o único a brilhar na selecção de Jorge Costa. Depositam-se muitas expectativas sobre outros jogadores, como Ecuele Manga, excelente defesa-central do Cardiff; André Biyogho Poko, jovem médio-centro do Bordéus; e Malick Evouna, forte avançado do WA Casablanca.

    1. Didier Ovono (Oostende) – GR
    2. Aaron Appindangoyé (Mounana) – Def
    3. Johann Lengoualama (Difaâ El Jadidi) – Ava
    4. Yrondu Musavu-King (Caen) – Def
    5. Bruno Ecuele Manga (Cardiff City) – Def
    6. Johann Obiang (Chateauroux) – Def
    7. Malick Evouna (Wydad Casablanca) – Ava
    8. Lloyd Palun (Nice) – Def
    9. Pierre-Emerick Aubameyang (Borussia Dortmund) – Ava
    10. Frédéric Bulot (Charlton Athletic) – Ava
    11. Lévy Madinda (Celta Vigo) – Méd
    12. Guélor Kanga (Rostov) – Méd
    13. Samson Mbingui (MC El Eulma) – Méd
    14. Randal Oto’o (Braga) – Def
    15. Henri Junor Ndong (Auxerre) – Def
    16. Anthony Mfa Mezui (Metz) – GR
    17. André Biyogo Poko (Girondins Bordeaux) – Méd
    18. Alexander N’Doumbou (Olympique Marseille) – Méd
    19. Benjamin Zé Ondo (ES Sétif) – Def
    20. Bonaventure Sokambi (ASO Chlef) – Méd
    21. Romaric Rogombé (Léopards) – Ava
    22. Didier Ibrahim N’Dong (Lorient) – Méd
    23. Yves Bitséki (Bitam) – GR

    Congo – Diables Rouges

    Ladislas Douniama, avançado do Guingamp  Fonte: Wikipédia
    Ladislas Douniama, avançado congolês do Guingamp 
    Fonte: Wikipédia

    Com um dos elencos mais desconhecidos do torneio, que tem inclusive um dos maiores grupos de jogadores locais (8 jogadores), o Congo aparece aqui como uma bela surpresa. Mas se tivermos em conta que a equipa é comandada por um dos melhores “Feiticeiros Brancos” – nome que se dá aos bons e experientes treinadores caucasianos em África – no seu leme ajuda bastante. Chama-se Claude Le Roy, e é um treinador francês de 66 anos que irá para a sua 8.ª CAN!

    Com um influência francesa bastante forte, espera-se que os desempenhos da equipa não sejam muito incompetentes, mesmo tendo em conta a inexperiência motivada tanto pelas idades – os dois jogadores mais velhos têm 29 anos -, como pela falta de rotina competitiva – apenas o médio Delvin N’Dinga jogou esta época a Champions League.

    E será mesmo esse o jogador congolês que mais atenção requererá dos adeptos da competição. Trata-se de um médio-centro de características defensivas de 26 anos, que joga actualmente no Olympiakos, por empréstimo do AS Mónaco, para onde foi depois de se ter destacado ao serviço do Auxerre, que o recrutou em 2005 no seu país de origem. Enquanto a geração do Mundial Sub-20 2011 ainda não alcançou a qualidade necessária para fazer parte de uma forma mais activa desta selecção, as maiores atenções, para além de N’Dinga, vão para Thievy Bifouma e Chris Malonga.

    1. Christoffer Mafoumbi (Le Pontet) – GR
    2. Francis N’Ganga (Charleroi) – Def
    3. Igor N’Ganga (Aarau) – Def
    4. Boris Moubhibo (Léopards) – Def
    5. Arnold Bouka Moutou (Angers) – Def
    6. Dimitri Bissiki (Léopards) – Def
    7. Prince Oniangue (Stade de Reims) – Méd
    8. Delvin N’Dinga (Olympiakos) – Méd
    9. Silvére Ganvoula M’Boussy (Raja Casablanca) – Ava
    10. Férébory Doré (CFR Cluj) – Ava
    11. Fabrice N’Guessi (Wydad Casablanca) – Ava
    12. Francisc Litsingi (Teplice) – Ava
    13. Thievy Bifouma (Almería) – Ava
    14. Césaire Gandzé (Léopards) – Méd
    15. Ladislas Douniama (Guingamp) – Ava
    16. Chancel Massa (Léopards) – GR
    17. Chris Malonga (Laussane) – Méd
    18. Marvin Baudry (Amiens) – Def
    19. Dominique Malonga (Hibernian) – Ava
    20. Hardy Binguila (Diables Noirs) – Méd
    21. Sagesse Babéle (Léopards) – Méd
    22. Pavelh Ndzila (Étoile du Congo) – GR
    23. Atoni Mavoungou (ACNFF) – GR

    Foto de Capa: Matthew Kenyon

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    José Pedro Marra
    José Pedro Marrahttp://www.bolanarede.pt
    Pensador do treino, observação e análise do futebol. Apaixonado pelo Futebol Africano.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.