De há seis anos para cá, Timo Werner começou a ser o nome de um dos avançados mais cobiçados da Europa. Apareceu no VfB Estugarda e rapidamente o RB Liepzig, com poucos anos de existência, percebeu que aquele poderia ser um dos melhores jogadores da sua curta história.
Investiram 23 milhões no tal avançado de apenas 20 anos e a verdade é que esse não poderia ter sido um casamento mais feliz. Na primeira temporada, Werner mostrou logo para aquilo que vinha e em 32 jogos marcou 20 golos e fez cinco assistências. Nas duas temporadas seguintes manteve-se mais ou menos no mesmo nível, até que chegou a real época de explosão onde o menino de 23 anos fez, em 45 partidas, 34 golos e 13 assistências. Média de mais de uma contribuição para golo por jogo, que naturalmente alertou os grandes clubes europeus para um caso sério que começava a afirmar-se no futebol europeu.
O Chelsea FC foi o grande felizardo, e por 53 milhões de euros garantia os serviços de um dos avançados mais goleadores da Europa. Werner entrava agora numa nova fase da sua carreira, onde iria atuar na liga mais competitiva do mundo. Novos desafios teriam de ser encarados, desde logo a imensa fisicalidade das defesas inglesas, aspeto que não é, com toda a naturalidade, o seu forte.
Já fatura ⚽️
Primeiro jogo, primeiro golo de Werner no regresso ao Leipzig! pic.twitter.com/b34tih0LHH
— Cabine Desportiva (@CabineSport) August 13, 2022
Face a tudo o que Werner prometera na temporada transata e ao valor que os blues por ele pagaram, rapidamente se percebeu que tinha chegado para ser aposta. No entanto, também rapidamente se percebeu que aquela não seria uma adaptação assim tão fácil e natural. Ainda assim, foi dado tempo ao avançado para se adaptar e mostrar ao mundo que não tinha sido mais um erro de casting.
Nas primeiras oito jornadas da liga inglesa acabou por marcar quatro golos, mas posteriormente só voltou a marcar na jornada 24. O avançado alemão pareceu entrar numa espiral de falta de confiança e foi somando falhanços atrás de falhanços, dignos de chacota nas redes sociais quase semana após semana.
Nessa temporada atingiu as 52 partidas realizadas, tendo marcado apenas 12 golos (seis no campeonato, quatro na Liga dos Campeões e dois nas taças).
Timo Werner, um caso de estudo
Custou 53 milhões ao Chelsea mas está a ser um dos piores jogadores da temporada europeia.
Impressionante falta de pontaria
46 jogos
13 golos
24 grandes oportunidades perdidas pic.twitter.com/uYnn44Ehqm— O Fura-Redes (@OFuraRedes) April 1, 2021
De facto, Timo Werner somou mais “grandes oportunidades” perdidas do que golos marcados, e a crença de que poderia vingar começou a ficar cada vez mais reduzida. Ainda assim, esta poderia ser encarada como a época da adaptação e o avançado alemão mereceu uma segunda oportunidade, numa nova temporada onde entrasse com a cabeça fresca e sem o peso de tudo o que se tinha passado na época anterior.
A realidade é que as oportunidades não surgiram com a mesma fluidez e Werner acabou por perder muito espaço na equipa de Tuchel. Chegou Lukaku, havia Havertz e o alemão acabou por fazer apenas 37 partidas, muitas delas partindo do banco de suplentes, algo não iria, nem de perto, ao encontro das suas expetativas. Werner acabou por marcar apenas 11 golos nessa temporada, e parecia, segundo as suas declarações mais recentes, decidido a sair de Londres para procurar mais tempo de jogo.
Welcome back to Timo Werner, Bundesliga! 🌪️#MD2 | #Bundesliga pic.twitter.com/54wo4oxbXD
— Bundesliga English (@Bundesliga_EN) August 13, 2022
Assim foi. Werner trocou o Chelsea FC pelo seu antigo grande amor, o RB Leipzig, num negócio que foi feito na casa dos 20 milhões de euros, numa jogada inteligentíssima do clube alemão, que ganhou bastante dinheiro no passado e pôde agora voltar a contar com os serviços do internacional alemão. Ele que, e apesar de tudo, sai de Inglaterra com um currículo mais preenchido, uma vez que teve a oportunidade de ganhar uma Liga dos Campeões, competição onde acabou por ser uma peça importante para a manobra de Tuchel.
Ainda assim, a pergunta que se impõe é: o que terá falhado? Essa será sempre uma questão difícil de responder, mas talvez a tal componente física até nem tenha sido um dos aspetos mais decisivos para este “insucesso”. No caso de Timo Werner, parece ter-se tratado da falta de capacidade para responder às adversidades. Como referirmos anteriormente, chegou a uma altura em que o avançado apenas tinha de encostar para a baliza mas acabava, face ao poder da mente, por mostrar toda a falta de confiança e falhar lances inacreditáveis. Poderia ter entrado na casa dos 30 golos, mas isso acabou por não acontecer e Werner viu-se obrigado a voltar a uma casa onde foi muito feliz.
No RB Leipzig espera-se que volte a ser o Werner de 2016, algo que lhe garantiria passaporte para o Campeonato do Mundo do Catar, algo que referiu estar nos seus planos. Mostrou, no passado, que toda a qualidade está lá e por isso será apenas uma questão de voltara recuperar a confiança para voltar a ser um dos avançados mais goleadores da Europa.
Artigo revisto por Joana Mendes