RB Leipzig 0-3 Paris Saint-Germain FC: Parisienses dominam os touros e merecem uma final inédita

    A CRÓNICA: DI MAGIA MOSTRA OS CANTOS À CASA

    RasenballSport Leipzig e Paris Saint-Germain são adversários pela primeira vez nas suas histórias e tinham com encontro marcado para a noite de hoje no Estádio da Luz, . A fasquia, como sabe, não podia estar mais elevada. Franceses e alemães discutiram o acesso à final da Liga dos Campeões um confronto que, por si só, explica a inegável qualidade dos dois emblemas. À partida, o Paris Saint-Germain já tinha igualado a sua melhor prestação de sempre na Liga milionária – também foram semifinalistas da prova em 1995. Por sua vez, os alemães nunca tinham passado dos oitavos-de-final da melhor prova de clubes do mundo e tinha à sua mercê uma inédita hipótese de chegar à final.

    Foi Mbappé quem deu o pontapé de saída para uma noite promissora de futebol. Enquanto as equipas ainda se estudavam, o RB Leipzig foi autor do primeiro remate da partida logo aos 2 minutos de jogos. O PSG não perdeu pela demora. Volvia o sexto minuto quando Neymar recebeu um passe brilhante, de Kylian Mbappé, e estatelou a bola no poste da baliza defendida por Gulásci. Nem um minuto depois, aparece novamente Neymar a ganhar a bola ao guarda-redes hungáro e Mbappé até coloca a bola no fundo das redes. Para infelicidade dos franceses, o veterano juíz da partida, Bjorn Kuipers, assinala mão na bola do internacional brasileiro. A decisão foi acertada. Muito quente o início da partida.

    Decorria o minuto 12 quando Neymar foi rasteirado pelo defesa austríaco, Laimer. Na sequência do livre lateral originado por esta falta, Di María cruza de régua e esquadro para a cabeça de Marquinhos que finaliza à matador. Estava desfeito o nulo e consumado o 1-0 do Paris.

    Depois do golo parisiense o RB Leipzig tentou reagir. Quase conseguiram o golo do empate na mais bem ilustrada jogada ofensiva dos alemães em toda a 1.º parte. Dani Olmo cozinha um passe mágico a 40 metros de distância para a desmarcação de Laimer que encontra Poulsen. O avançado rematou ao lado mas ainda assustou os franceses. O Paris Saint-Germain voltou a testar o guarda-redes hungáro com um livre supersónico de Neymar a mais de 35 metros de distância que acaba a bater no poste. Foi a segunda bola do Neymar ao ferro na partida.

    Aos 42 minutos um passe completamente disparatado de Gulásci conhece um infeliz desfecho para a equipa de Leipzig. Ander Herrera interceta a bola, Leandro Paredes lança Neymar que assiste Di María com um calcanhar aéreo. Estava finalmente feito o 2-0, resultado que o marcador ditava quando o holandês Bjorn Kuipers apitou para o descanso.

    No início da segunda parte a bola saiu do Leipzig, que parecia subir ao relvado da Luz completamente diferente. O técnico dos alemães Julian Nagelsmann fez sair Olmo e Nkunku para dar a vez a Forsberg e Patrick Schick. O upgrade à criatividade dos die roten bullen era evidente.

    Não obstante os primeiros 10 minutos dominantes do Leipzig no início do segundo tempo, há um lance caricato na área dos alemães onde Gulásci volta a deixar algo a desejar. Uma defesa muito incompleta do húngaro deixa uma jogada fácil de controlar muito viva, e Di María usufrui duma interceção feita por Ander Herrera ao defesa francês Mukiele. Enquanto Mukiele e os restantes jogadores do Leipzig reclamam falta do espanhol, Di María faz a segunda assistência da noite para Juan Bernat que assina o 3-0 de cabeça e sem qualquer tipo de contestação. O lance ainda foi revisto pelo VAR, que deu razão ao árbitro e, consequentemente, aos parisienses.

    Depois deste golo o Leipzig, que até parecia ter ganho uma segunda vida, deixou-se bater animicamente. O jogo arrefeceu e o que restou jogar pouco mais serviu do que para um espécie de ensaio-geral do Paris Saint-Germain, que ficou a  afinar a defesa e treinar o ataque para a final.

    De destacar, na segunda parte e depois do golo, um contra-ataque francês aos 78 minutos, em que o defesa cedido pelo Manchester City, Angeliño, se viu sozinho a defender um 1 para 2 diante de Neymar e Mbappé. O francês e o brasileiro não se entenderam na perfeição e Neymar acaba por escorregar. Coletivamente, fica por marcar o 4-0 e, individualmente, Neymar não consegue marcar o golo que tanto procura.

     

    No fim do jogo, fica para contar o 3-0 histórico para o Paris Saint-Germain que, liderado por Ángel Di María, chega pela primeira vez à final da Liga dos Campeões. 

    A FIGURA

     Ángel Di María – A nota 10 reflete a perfeição. São muitos os motivos que me fizeram desejar estar hoje Estádio da Luz. Entre eles está, sem dúvida, o forte desejo que tive de aplaudir a saída de Di María que hoje tornou a ser, num tapete que tão bem conhece, Di Magia.

      O FORA DE JOGO


    Péter Gulácsi – O destaque pelos maus motivos é dado pela falta de concentração. Com culpas diretas no segundo golo, e algumas no terceiro, Gulásci nem é o culpado pela derrota. Hoje, fizesse chuva ou sol, o Paris SG iria sempre vencer os touros e chegar à final da Liga dos Campeões. O húngaro apenas sai mal na fotografia, diante dum adversário fortíssimo.

    ANÁLISE TÁTICA – RB LEIPZIG

     A turma de Julian Nagelsmann subiu ao relvado do Estádio do SL Benfica desenhando um 3-4-2-1 declaradamente defensivo. Os alemães nunca tiveram medo de impôr a sua estatura mais forte e praticaram, ao longo de toda a noite, um futebol muito físico e faltoso. No final da primeira parte, já tinham feito 15 faltas e acabaram a partida com 24. Nagelsmann mostrou que também é humano, porque errou ao deixar de fora Forsberg, um dos mais perigosos jogadores do Leipzig esta noite. O Paris SG foi superior e tinha essa obrigação. O Leipzig cai de pé e com muita honra. Pode regressar a casa orgulhoso da melhor temporada da história do clube.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

     Gulásci (4)

    Klostermann (5)

    Upamecano (6)

    Mukiele (5)

    Laimer (4)

    Kampl (5)

    Sabitzer (6)

    Angeliño (7)

    Olmo (6)

    Nkunku (6)

    Poulsen (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Forsberg (7)

    Schick (5)

    Halstenberg (5)

    Adams (6)

    Orban (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PARIS SAINT-GERMAIN FC

     Thomas Tuchel volta a apresentar o corriqueiro 4-3-3 que tem deslumbrado milhões de adeptos em todo o mundo. Hoje já pôde contar com Mbappé a titular e alinhou com Di María ao invés de Sarabia. Ora, com Neymar, Mbappé e Di María, o Paris Saint-Germain conta, muito provavelmente, com o mais luxuoso tridente ofensivo do mundo. Isso ficou evidente no jogo de hoje. O PSG sai com qualidade a partir do meio e das alas. Aplicou uma pressão altíssima, que intimidou os alemães no momento de construção e destruiu grande parte do seu jogo. Praticou futebol a um toque, aparentando muita descontração. Simples, bom e bonito. A eficácia alemã na turma francesa, ao leme do grão-mestre Thomas Tuchel. 

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

     

    Rico (6)

    Kehrer (6)

    Kimpembe (7)

    Thiago Silva (7)

    Bernat (7)

    Herrera (7)

    Marquinhos (7)

    Paredes (7)

    Di María (10)

    Mbappé (8)

    Neymar (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Draxler (-)

    Verratti (-)

    Choupo-Moting (-)

    Sarabia (-)

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    Diogo Dá Mesquita
    Diogo Dá Mesquitahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Jornalismo pela Universidade Católica. Também tirou o curso de árbitro na Associação de Futebol de Lisboa. Tinha 8 anos quando começou a perceber a emoção que o desporto movia. No espaço de quinze dias, observou a família a chorar de alegria o golo do Miguel Garcia em Alkmaar, a tristeza da derrota em Alvalade contra o CSKA o ensurdecedor apoio dos adeptos do Liverpool enquanto perdiam a final da Liga dos Campeões por 3-0. Hoje, e cada vez mais apaixonado por futebol, continua a desenhar o seu percurso para tentar devolver a esta indústria tudo o que dela já recebeu.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.