A CRÓNICA: PEDIGREE DE CAMPEÃO DO MANCHESTER CITY FC FEZ A DIFERENÇA PERANTE UM ARSENAL FC EM QUEDA LIVRE
Para muitos, o duelo entre Manchester City FC e Arsenal FC no Etihad Stadium era o jogo da temporada na Liga Inglesa. Ainda que Guardiola e Arteta tenham recusado a ideia de que o resultado final definiria o próximo campeão inglês, vencer era a única palavra no dicionário de cada um dos conjuntos. Não querendo olhar única e exclusivamente para a importância do desfecho final, o jogo entre citizens e gunners era visto com grande expetativa, também, porque frente a frente estariam duas das melhores equipas do mundo nesta temporada.
Já passava um pouco das 20 horas quando Michael Oliver apitou pela primeira vez no encontro. Começava o espetáculo. E começava cedo para o lado dos comandados de Pep Guardiola. O relógio ainda nem sete minutos marcava quando a sociedade De Bruyne & Haaland decidiu voltar a fazer estragos. Desta vez, com os papéis invertidos, trabalho do noruguês a assistir o belga para aquele que seria o primeiro golo da partida (e que belo golo!). Os primeiros minutos até davam a entender que teríamos um Arsenal com mais bola, mas isso nunca se revelou um problema para o Man City, que, organizado em 4-4-2 no seu processo defensivo, não desesperava e limitava-se a fechar os espaços à equipa de Mikel Arteta. Os citizens foram aos poucos assumindo o controlo da posse, ao mesmo tempo que criavam inúmeras situações de golo. Foi valendo um enorme muro chamado Ramsdale e a nada habitual ineficácia de Haaland. O noruguês desperdiçou três boas oportunidades de golo num espaço de 15 minutos. Por outro lado, o primeiro e único aviso dos gunners na primeira parte surgiu aos 35’, com um remate ao lado de Thomas Partey. Como já dizia o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, o Manchester City, depois de tantos avisos, conseguiria mesmo fazer o seu segundo golo ainda antes do intervalo. O lance ainda foi numa primeira instância anulado, mas o VAR acabaria por confirmar a legalidade do golo de Stones. Resultado justo no recolher para os balneários.
Os segundos 45 minutos só vieram confirmar aquilo que tinha ficado bem visível ao longo dos primeiros: o Manchester City é, nesta fase da época, muito superior ao Arsenal.
A toada manteve-se a mesma e o jogo recomeçou com Haaland a perder novo duelo direto com Ramsdale. Apesar disso, o norueguês não se inibiu e na jogada seguinte voltou a assistir De Bruyne para o 3-0. A partir daí, o interesse do jogo foi morrendo lentamente com a equipa arsenalista. O City controlava com e sem bola, tendo sempre capacidade para manobrar a belo prazer um irreconhecível Arsenal. Apático, Mikel Arteta, utilizava as suas substituições à procura de uma mudança positiva. E eis que ela apareceu: combinação na direita, assistência de Trossard e remate fulminante de Rob Holding para o golo de honra dos gunners.
Quando tudo indicava que o resultado não seria assim tão pesado para a formação londrina, aparece Haaland (agora com a mira afinada). Foi o 33.º golo do noruguês na sua primeira temporada na Premier League. Vitória sem espinhas da equipa de Pep Guardiola que tem o tricampeonato à mão de semear. O Arsenal, em modo anti-competitivo, mostrou uma imagem muito diferente daquela a que nos habituou esta temporada.
Apesar de na tabela classificativa o Arsenal aparecer ainda no primeiro lugar, as contas ficam agora mais complicadas para a equipa de Arteta. O Manchester City está a dois pontos dos londrinos, mas tem menos dois jogos.
Até ao final, os gunners terão pela frente Chelsea, Newcastle, Brighton, Nottingham Forest e Wolves. Já os citizens, vão ainda ter de medir forças com Fulham, West Ham, Leeds United, Everton, Chelsea, Brighton e Brentford.
A FIGURA
Kevin De Bruyne – Para além dos dois golos e da assistência, Kevin De Bruyne voltou a presentear-nos com uma exibição de gala. Todos os adjetivos serão sempre poucos para descrever a qualidade do belga. Voltou a sair de campo com um estrondoso aplauso. É um ídolo para os adeptos citizens.
O FORA DE JOGO
Thomas Partey – Em boa verdade, toda a equipa do Arsenal esteve mal, à exceção de Ramsdale que foi evitando um descalabro ainda maior. Contudo, decidi destacar Thomas Partey que foi a personificação dos gunners em campo. Distraído, confuso e completamente a leste do que estava a acontecer no relvado do Etihad. Não conseguiu garantir solidez defensiva e pouco ou nada acrescentou com a bola.
Rescaldo da opinião de Carlos Pedro.