Vamos admitir, quantos de nós teriam apostado na transferência de Paulo Dybala para a AS Roma de José Mourinho? Poucos. Ainda estávamos todos agarrados a seguir esta telenovela que dura já há alguns meses e, de repente, como um relâmpago, chegou a notícia que o Dybala era um novo jogador da AS Roma.
Que grande golpe de mercado, temos pensado. E de facto é, potencialmente, e sublinho potencialmente, porque o Dybala é um jogador cheio de potencial, de fantasia, de números que deixam de boca aberta, contudo há alguns “mas”. Já lá vamos.
Então, dizia, Dybala é um grande golpe de mercado e confesso que me faz confusão vê-lo com uma camisola diferente da da Juventus FC, como se nenhuma outra cor lhe ficasse verdadeiramente bem. No fundo, sete anos com a camisola listrada de branco e preto não se esquecem com um estalar de dedos, e isto vale tanto para ele como para o povo juventino.
Não conhecemos todas as dinâmicas segredas atrás desse negócio e só podemos imaginar o que Mourinho pode ter dito ao argentino para o convencer a aceitar a sua proposta, mas tenho a certeza que o Special One soube ser muito persuasivo.
Talvez seja o treinador certo para esta “segunda vida” de Paulo Dybala que, liderado por Mourinho, pode realmente ambicionar a tornar-se o novo rei de Roma.
O povo romanista é um público exigente mas também muito generoso e Dybala até foi humilde nesta sua nova viagem, porque até podia ter ficado com a camisola 10 de Totti, digna de um rei, mas bem pensou que um lugar no plantel e nos corações dos adeptos podia-se conquistar só com sacrifício e golos. Então, o argentino escolheu reiniciar com o “seu” 21 às costas, como na Juventus FC, quando ainda era um jovem de tantas promessas, algumas mantidas, outras não.
C’è qualcuno che vorrebbe la maglia di Dybala?
💛21❤️
— AS Roma (@OfficialASRoma) July 20, 2022
As qualidades técnicas do novo número 21 giallorosso nunca estiveram em causa, nem no ambiente juventino e nem agora na AS Roma. O que está em causa agora é se realmente será capaz de ressurgir como uma fénix e ter aquela continuidade e incisividade que lhe faltou nos últimos anos em Turim.
Verdade seja dita, a chegada de Cristiano Ronaldo assombrou e destabilizou o papel de Dybala no plantel bianconero, e se acrescentamos os problemas físicos ao clima instável e de desconfiança geral que se respirava em casa da Juventus ultimamente, não estava fácil para o atacante reconquistar a tranquilidade necessária.
Por outro lado, Mourinho fez literalmente um milagre com a sua AS Roma, porque foi capaz, num só ano, de criar uma equipa compacta, com garra, de conquistar os corações de milhares de adeptos e até ganhar um troféu. Confio que ele será certamente capaz de gerir uma “jóia” como Dybala, de o valorizar, de o afinar na técnica e, ainda mais, dar-lhe de volta aquela segurança e confiança que o futebolista parece ter perdido.
Dybala precisa de se sentir novamente um jogador importante, de ser reconhecido como um jogador de peso, que pode fazer a diferença no relvado, precisa de um treinador que saiba puxar para fora o melhor de cada atleta, e José Mourinho é um mestre nisso.
Posto isto, vamos ver duas soluções táticas em que Paulo Dybala poderá encaixar na nova AS Roma para a época de 2022/23.