Parece que finalmente, após alguns anos afastado dos maiores palcos do futebol italiano, o Parma voltou a estar onde nunca deveria ter saído. Na temporada 18/19, já regressado à Serie A, conseguiu garantir a manutenção nas últimas jornadas, mas este arranque deixa os seus adeptos com esperança num campeonato bem mais tranquilo.
Porém, vamos rebobinar: há cerca de quatro anos, o clube militava no principal escalão quando foi declarada falência (de tal forma, ao ponto de ser considerada, pelo tribunal, impossível de pagar), o que o levou a recomeçar do zero. Neste caso, à Serie D, equivalente à quarta divisão. Na altura, com o nome “Parma Football Club”, foi refundado e transformado em “Parma Calcio 1913” (ano da fundação original).
Uma “queda abismal”, para um dos históricos do futebol transalpino. Mas se a tragédia foi repentina, o “renascer” teria que ser gradual. Passo a passo. Divisão a divisão. Sem gastos desmedidos, para não caírem no mesmo erro. E assim foi, cada ano, uma subida. Luigi Apolloni comandou a primeira promoção. Roberto D’Aversa, o técnico atual (!) liderou as duas que faltavam.
Pelo meio desse processo, em 2017, Jiang Li Zhang (investidor chinês e proprietário do Granada CF) adquiriu 60% das ações do clube. Neste ano, o Parma já estava na Serie B, mas certamente que serviu como que um “empurrão” final para o regresso à Primeira Liga (Serie A).
Falo de uma evolução impressionante, sustentada e bem gerida. Mais que tudo, merecida, para um clássico do futebol europeu, que teve os seus altos anos na década de noventa. Internamente, conquistou três Taças de Itália e uma Supertaça. A nível internacional, venceu duas Taças UEFA, uma Supertaça Europeia, e por uma vez, a já extinta, Taça das Taças.
Vamos relembrar apenas alguns dos grandes nomes que por lá passaram. Hernán Crespo, Gianfranco Zola, Enrico Chiesa, Fabio Cannavaro, Gianluigi Buffon, Cláudio Taffarel, o antigo internacional português, Fernando Couto, etc. E com isto, que me perdoem os outros, pela injustiça que cometo em não os nomear.
Hoje, têm um plantel consistente feito de uma mescla entre jogadores experientes e jovens em ascensão. O capitão Bruno Alves, o lateral Matteo Darmian, o médio eslovaco Juraj Kucka e o “fantasista” Gervinho, dão maturidade e tentam passar a sua experiência internacional aos mais novos. Dejan Kulusevski, Alberto Grassi e Giusepe Pezzella, são apenas alguns dos jovens a seguir com atenção.
O que me captou à atenção, não foi a história nem o palmarés do Parma. Foi sim, o excelente início de época que os comandados de Roberto D’Aversa têm protagonizado. Atualmente ocupam o 8º posto da classificação, à frente de emblemas como Torino, Fiorentina e AC Milan. Cenário este, bem diferente do que aconteceu na temporada transata.
Não é que a sua última campanha no mais alto escalão tenha sido má, mas ao fim de oito jornadas, o futebol apresentado pelo Parma deixa antever um futuro risonho. Será para continuar, ou é apenas “fogo de vista”?
Foto de Capa: Parma Calcio 1913
Revisto por: Jorge Neves