Simply the Best

    brasileirao

    Mas que voz tem Tina Turner. Então quando canta este tema parece que as suas cordas vocais se quadruplicam. Ela foi, sem sombra de dúvidas, uma das melhores.

    E o que dizer do Campeonato Brasileiro? Dos seus jogadores, técnicos, ambiente…? Vamos por partes, para podermos compreender onde quero chegar e como argumentarei.

    Primeiro: atmosfera. Muitos poderão achar despiciente este tema. Não penso assim. Quem já teve oportunidade de ver um jogo no estádio, no Brasil, saberá que as torcidas são muito animadas: com escolas de samba, coreografias, mil e muitos cânticos e movimentos. É claro que pela caixinha mágica dá para perceber alguma coisa, mas só uma visita a uma arena do futebol tira qualquer incerteza existencial que possa haver. É verdade que os templos onde se desenrolam os jogos hoje estão mais vazios para os lados de Vera Cruz. Os estádios mais modernos do mundial tiraram algum do folclore popular que existia. Houve uma elitização. Mas a alegria continua. E que alegria!

    Torcida brasileira ao rubro / Fonte: varejototal.zip.net
    Torcida brasileira ao rubro / Fonte: varejototal.zip.net

    Segundo: competitividade. É verdade que o país é do tamanho de um continente. Tem muita extensão. Mas tem, igualmente, cidades altamente concentradas. Por exemplo, só no eixo Rio – São Paulo – Minas Gerais vivem cerca de 80 milhões de pessoas, quase metade da população total. Portanto isso não justifica tudo. Ao todo, são 17 clubes, representando sete Estados. O Brasil tem mais de vinte Estados. Há muita concentração, de facto. Poucos campeonatos têm tantos campeões como este.

    Terceiro: treinadores. T de terceiro, de técnico, de treinador. Não deu o Brasil dos melhores treinadores do planeta? Recentemente Scolari e Carlos Alberto Parreira. Mas também Zagalo, Otto Glória, que a nós muito nos diz, entre outros. Seleção canarinha sempre e somente com treinadores brasileiros. Seleção mais vezes campeã do mundo e com o seu hino tocado em todos os mundiais.

    Quarto: vencer. Que chamo a isto? O que acabaram de ler. Os clubes brasileiros venceram os europeus por oito vezes na Intercontinental, contra apenas 4 dos “bonzinhos” do velho continente. Então mas o futebol brasileiro não é lento? Que se passou? Uma hecatombe? Uma catástrofe acontece poucas vezes, não oito. No futebol moderno, qualquer clube campeão europeu tem, pelo menos, um ou dois brasileiros a jogar nas suas fileiras. São 10 os times que venceram a coroa de campeão sul-americano. Pouquinho…

    Zico levanta a Intercontinental, depois de “destruir” o Liverpool por 3-0 / Fonte: flamengodvd.blogspot.com
    Zico levanta a Intercontinental, depois de “destruir” o Liverpool por 3-0 / Fonte: flamengodvd.blogspot.com

    Demos mérito aos que merecem. E, já agora, falemos na nossa língua tão bela. A mim me contradigo. Futebol brasileiro não é simply the best, mas será simplesmente o melhor do mundo.

    Perdoe-me pela ironia, mas há verdades que têm de ser ditas. Num país de estatísticas, lancei aqui algumas, que, porventura, podiam não saber. Em semana de luto queria deixar as mensagens de paz a todos e relembrar a amizade do nosso rei com o rei brasileiro (Pelé). Para mim, os dois melhores que alguma vez existiram.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Crystal Palace quer 80 milhões de euros por uma das estrelas

    O Crystal Palace já definiu o preço de Eberechi...

    Andriy Shevchenko instaura detetor de mentiras para árbitros

    Andriy Shevchenko é o atual presidente da Federação Ucraniana...

    Fabio Capello sem dúvidas: «Carlo Ancelotti é o melhor treinador do mundo»

    Fabio Capello deixou grandes elogios a Carlo Ancelotti, atual...
    Daniel Melo
    Daniel Melohttp://www.bolanarede.pt
    O Daniel Melo é por vezes leitor, por vezes crítico. Armado em intelectual cinéfilo com laivos artísticos. Jornalista quando quer. O desporto é mais uma das muitas escapatórias para o submundo. A sua lápide terá escrita a seguinte frase: "Aqui jaz um rapaz que tinha jeito para tudo, mas que nunca fez nada".                                                                                                                                                 O Daniel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.