📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

FC Barcelona 5-1 Real Madrid CF: Tragédia Shakespeariana num Clasico sem duas grandes estrelas

- Advertisement -

Camisolas azuis e grená de um lado, camisolas brancas do outro. Catalães e madrilenos em confronto. O vencedor do prémio The Best, da FIFA, em campo. Mas este El Clasico parecia estranhamente vazio. E, caso tenha acompanhado a última década de futebol, certamente saberá porquê. Pela primeira vez desde 23 de dezembro de 2007, FC Barcelona e Real Madrid defrontavam-se sem que Lionel Messi nem Cristiano Ronalo estivessem em campo. Um dos maiores espetáculos da terra teria de continuar – como diz o chavão, the show must go on – sem as suas duas maiores estrelas. Felizmente, muitos outros artistas em campo fizeram deste mais um digno – e histórico – confronto.

E os grandes protagonistas da tarde foram os da Catalunha. Como se de malabaristas se tratassem, os jogadores do FC Barcelona começaram a primeira parte a trocar a bola com uma facilidade notável. Os blancos pareciam fazer parte da audiência, e pouco mais podiam fazer para além de ver o esférico a passar de pé em pé. Foi assim, aliás que os blaugrana chegaram ao 1-0: Ivan Rakitic, ainda antes da linha do meio campo, encontra Jordi Alba no flanco esquerdo. O espanhol recebe a bola, corre, entre pela área dentro e dá para Phillipe Coutinho, que encosta para uma baliza vazia. O leitor mais atento terá observado que, nesta descrição, nenhum jogador do Real Madrid foi referido. Isto porque Raphaël Varane, Nacho Fernandéz, Sergio Ramos e Casemiro foram novamente agentes passivos nesta jogada. Nada fizeram além de olhar para a bola, enquanto esta se aproximava da baliza de Thibaut Courtois, que pouco podia fazer. Estava feito o 1-0.

Coutinho e Suaréz festejam o 1-0
Fonte: FC Barcelona

O público aplaudia e o malabarismo continuava. Do lado dos blancos, os únicos artistas que se fizeram ver em palco foram Sergio Ramos e Marcelo. Dois defesas, mas apenas eles conseguiram levar a bola com perigo à baliza de Marc Andre Ter-Stegen. O FC Barcelona mantinha o controlo da partida e ditava o rumo do espetáculo.

Aos 30 minutos, surge um novo protagonista: pela primeira vez na história do Clasico, o árbitro consultou o Video Assistant Referee (VAR). Fê-lo para marcar uma falta de Raphaël Varane sobre Luís Suarez e assinalar penalti a favor dos catalães. Foi o próprio Suaréz a marcar o castigo máximo e fazer o 2-0. A narrativa era clara: domínio do FC Barcelona, com Julen Lopetegui a observar, de ombros baixos, à peça que se desenrolava à sua frente. Até ao intervalo, foram sempre os blaugrana que estiveram mais perto de fazer o terceiro, enquanto os blancos pareciam mais distantes que nunca de fazer o empate. Rafinha ainda quis dar um ar de sua graça, com um remate de fora da área, mas o espetáculo iria mesmo para o intervalo com o 2-0 no marcador.

Mas se há coisa que o público adora são reviravoltas. E o Real Madrid parecia estar a consumar uma nova fase na partida quando, aos 50 minutos, Marcelo faz o 2-1. Num golo que teve tanto de caricato como de inesperado, uma série de carambolas na grande área catalã, após cruzamento rasteiro de Isco, acaba por sobrar para o lateral esquerdo madrileno, que consegue ainda passar por Piqué e enganar Ter Stegen, reduzindo a desvantagem.

Seria este o ponto de viragem? Será que o malabarismo catalão seria travado pelo tiro certo madrileno? Não era de todo descabido pensar isto, quando, após o golo, os blancos têm um autêntico renascimento na partida. Luka Modric tentou mostrar porque é que é considerado pela FIFA o melhor jogador do mundo e começou a puxar os cordelinhos no meio campo do Real Madrid. Queria um espetáculo de marionetas, e durante algum tempo ainda se conseguiu mostrar. Gareth Bale ia deslumbrando com a sua velocidade e Isco ia ameaçando a baliza de Ter Stegen.

Mas os malabaristas blaugrana foram aguentando estas cargas, não perderam a compostura, mantiveram o equilíbrio que por vezes pareceu delicado, e, nos últimos vinte minutos, decidiram começaram a escrever uma tragédia de proporções Shakespearianas para o Real Madrid. Mas esta não seria manchada de vermelho-sangue, como as do famoso poeta britânico. Estava tingida de azul e grená e tinha como principal perpetuador um homem: Luis Suaréz.

Foi o artista com a camisola 9 que, aos 75 minutos, responderia na perfeição ao cruzamento de Sergi Roberto para fazer o 3-1 e colocar um ponto final na reviravolta que os madrilenos pretendiam escrever. Foi o homem que geralmente é visto como um dos vilões do futebol mundial que, aos 83 minutos, aproveitou um erro de Sergio Ramos – outro amado vilão – para se isolar em frente à baliza e picar a bola sobre Courtois e dar um ar trágico a este espetáculo. Não foi, porém, o uruguaio a consumar a chapa cinco e a humilhação madrilena. Essa tarefa coube a Arturo Vidal, que viu Ousmane Dembelé a subir sozinho pelo flanco esquerdo e, perante uma defensiva contrária já desorientada, se isolou na grande área para cabecear e fazer o 5-1, resultado final.

20 minutos de luta madrilena, 70 minutos de malabarismo catalão. Assim se resume um Clasico de muito boa memória para os adeptos do FC Barcelona e de vergonha duradoura para a afición do Real Madrid. Esta tragédia deixa-nos agora uma ponta solta por resolver: como fica Julen Lopetegui? Para já, fica em nono lugar da La Liga, enquanto os blaugrana se isolam na liderança. O técnico espanhol tem agora de protagonizar um verdadeiro conto de fadas se quer dar a volta a esta situação.

Gonçalo Taborda
Gonçalo Tabordahttp://www.bolanarede.pt
O Gonçalo vem de Sacavém e está a tirar o curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Afirma que tem duas paixões na vida: futebol e escrita. Mas só conseguia fazer uma delas como deve ser, por isso decidiu juntar-se ao Bola na Rede.                                                                                                                                                 O O Gonçalo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Luís Castro deixa comando técnico do Al Wasl após empate frente ao Al Muharraq de Nandinho

Luís Castro já não é treinador do Al Wasl. O técnico português deixou o clube dos Emirados Árabes Unidos após o empate frente ao Al Muharraq de Nandinho.

Kasper Hjulmand elogia jogador do Bayer Leverkusen e enaltece triunfo com o Benfica: «Foi uma luta e uma vitória muito importante»

Kasper Hjulmand fez a análise do Benfica x Bayer Leverkusen em conferência de imprensa. O técnico dinamarquês elogiou Patrik Schick.

Fredrik Aursnes lamenta derrota do Benfica com o Bayer Leverkusen: «Faltou algo mais ali»

Fredrik Aursnes lamentou o desaire do Benfica em casa frente ao Bayer Leverkusen por 1-0, no quarto jogo da fase de liga da Champions League.

Recordar é Viver | Dirk Kuyt, produto do Utrecht

No Liverpool, Dirk Kuyt não era o virtuoso das fintas curtas, mas o motor que nunca parava. Rafa Benítez viu nele o soldado perfeito

PUB

Mais Artigos Populares

De olhos na invencibilidade europeia | Braga x Genk

Carlos Vicens, técnico do Braga, quer continuar a senda de vitórias na competição e esquecer o resultado obtido com o FC Porto

Leonardo Lelo reage aos elogios de Roberto Martínez: «É sempre um motivo de orgulho»

Leonardo Lelo fez a antevisão do jogo com o Genk para a Europa League. O defesa falou ainda sobre as palavras de Roberto Martínez.

Adidas revela novos equipamentos para o Mundial de 2026

A Adidas apresentou os novos equipamentos de 22 seleções nacionais que patrocina. Estas camisolas serão utilizadas no Mundial 2026 para as seleções que garantirem a qualificação.