Eduardo Camavinga | Uma pérola no centro do terreno

    Fazendo lembrar Cristiano Ronaldo, há muito que entendeu que o seu corpo é um instrumento de trabalho e é com todo o cuidado que o trata. Sou até capaz de apostar que, tal como o melhor do mundo, é sempre dos primeiros a assistir criticamente aos vídeos dos seus jogos.

    Para mim e para muitos, é a definição perfeita do médio centro moderno. Um verdadeiro all around. Não parece haver nada que não consiga fazer e a, definitivamente, fácil simplicidade com que joga, faz-me vê-lo em campo como a personificação perfeita da expressão “menos é mais”. Estão a ver o Kanté? É isso mesmo! A forma como cuida da bola é deslumbrante e a graciosidade com que gosta mais de dar do que de receber dá-me arrepios na espinha.

    Física e tecnicamente monstruoso, ora o vemos defender, ora o vemos criar, ora o vemos assistir, ora o vemos marcar. Agressividade, visão de jogo, precisão no passe, velocidade de execução, dribbles estonteantes… Está lá tudo. Sempre de olhos postos na redonda, raramente desiste dela. Joga e lida com a pressão como se de um jogador de 30 anos se tratasse. E os olhos? Os olhos brilham reciprocamente com a ingenuidade típica das eternas crianças, e a honestidade e profissionalismo característicos das almas despretensiosas.

    Gratidão. Penso que seja essa a melhor palavra para expressar o que o prodígio francês sente em relação ao Rennes e acredito que fez mais do que suficiente para o demonstrar. Apesar disso, sabe que está pronto para ir jogar às escondidas com o sol na montanha lá mais ao longe.

    E, bom, não sei como expressar a admiração que sinto depois de escrever isto. Sinto que Camavinga, um menino que se leva a si próprio ao colo desta maneira, só pode mesmo ganhar todos os jogos por mim mencionados. Que são só um. “Qu’est que c’est?” C’est l’amour au centre. “L’amour toujours l’amour“.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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