ESPANHA: REGRESSO A BARCELONA
O Dia do Pai tratou de acabar com as dúvidas: o Barcelona regressou ao topo de Espanha e embalou para o título. A vitória no El Clássico abriu um fosso de 12 pontos de distância para os eternos rivais de Madrid que é, à partida, suficiente para os culés garantirem o título.
Depois da tempestade – maus resultados na Europa (ainda a serem resolvidos), grave crise financeira, saída de Messi, perda de identidade – a bonança parece estar mesmo para chegar e o barco do Barcelona navega em águas mais calmas. A formação voltou a dar frutos – Baldé e Gavi são titulares indiscutíveis (além do menino Pedri, atormentado por lesões) – e Xavi tratou-se de dar ao clube uma nova identidade.
Não é o Barcelona de Guardiola. Entre a euforia importa manter alguma clarividência e deixar bem claro que o Barça de Xavi está ainda bem longe do que tinha Xavi no meio-campo – qualidade, regularidade, consistência e brilhantismo. Mas também não tem de o ser. Com Xavi o Barcelona não é tão dominador, não é um rolo compressor nem vence todos os jogos de goleada. É o clube da consistência defensiva – ajuda ter Ter Stegen numa forma tremenda – da chegada por fora de Baldé e Dembelé/Raphinha e do quadrado do meio-campo com Gavi a partir da esquerda para o centro. São apenas nove golos sofridos em vinte seis jogos.
Ainda com a segunda meia-final da Copa do Rey em andamento (vitória do Barcelona fora por 1-0 na primeira mão), o Barcelona não tem um calendário fácil: Atlético de Madrid, Bétis, Real Sociedad e Celta de Vigo. No entanto, o Real Madrid também tem um calendário apertado ao qual se juntam os confrontos para a Liga dos Campeões, competição primordial dos merengues. Depois da destruição, Xavi voltou a unir os cacos e o Barcelona já tem de novo corpo e competitividade. Aos poucos vai-se reerguendo.