O FUTEBOL DEPENDE DA UEFA PARA COMBATER OS MAIS RICOS?
“Football’s popularity and reach bring an added social responsibility. In times of need, it has the power to support and strengthen communities.”
UEFA president Aleksander Čeferin reflects on 2020 in this end-of-year editorial…
— UEFA (@UEFA) December 24, 2020
No meio de tudo isto, algo de bom. A tantas vezes malograda UEFA tomou uma posição e ameaçou com medidas duras para as equipas que participem na Superliga Europeia. Para além de ações judiciais, o organismo que rege o futebol europeu prometeu impedir os clubes de competir noutras competições e os seus jogadores de serem chamados à seleção. Claro que a UEFA sabe que perderá muito dinheiro caso esta competição siga em frente e não age por pura defesa do futebol.
De resto, o novo formato da Liga dos Campeões, previsto já para 2024, não difere assim tanto dos moldes desta nova Liga. Pode-se até dizer que é uma “Champions” mascarada de Superliga. O objetivo é juntar 36 clubes numa mesma tabela classificativa, sendo que todos disputam dez jogos. No final, as oito melhores seguem para os oitavas-de-final de forma direta, enquanto os clubes entre o 9º e o 24º lugar disputam um playoff de acesso a esses mesmo “oitavos”. Ao fim de contas, seriam 225 jogos no total.
No entanto, a nova Liga dos Campeões vai continuar a aberta a todos os países da Europa e o mérito desportivo vai continuar a ser o principal critério para a qualificação. Uma competição mais comercial, mas que pelo menos mantém os valores que todos reconhecemos ao desporto.
Não deixa de ser algo irónico que a única hipótese para combater uma péssima ideia seja apenas uma ideia menos má. Mas, dadas as circunstâncias, parece mesmo que a UEFA é a última barreira institucional à criação da Superliga.