Treinadores portugueses treinam pelo mundo inteiro. Onde treinam os brasileiros?

    Infelizmente, o futebol brasileiro perdeu o barco e ficou abraçado com demasiada força a um conservadorismo que teima em ficar em terra. Sem acompanhar a evolução do mundo, ninguém consegue ser competitivo. Num planeta tão habitado, o “cabeça-dura molengão” não tem qualquer hipótese de brilhar, independentemente da quantidade de talento que possa ter.

    Tudo isto não deveria sequer ser uma questão de comparação, um ficar “puto” porque a “galinha do vizinho é melhor do que a minha”. Não interessa se o futebol europeu é melhor, ou não. Interessa sim ser-se humilde o suficiente para reconhecer que existe uma tremenda necessidade de adaptação a uma nova realidade. Para quê focar em tentar ser melhor do que o outro, se o que importa é acordar para sermos melhores do que aquilo que fomos ontem? Que se veja, por exemplo, o que fizeram a França nos anos 1970 e a Alemanha após o Mundial de 2000.

    Não sou de intrigas, mas, se pudesse enviar uma mensagem aos técnicos e responsáveis brasileiros, diria que, provavelmente, está na hora de começar a estudar um bocadinho, antes que a montanha de matéria em atraso fique da altura do Corcovado.

    E no que toca aos “Messias” portugueses, diria que foram lá mais para ajudar do que outra coisa. Só os mais distraídos não escutam o que o professor Abel tem andado a declamar. Algo como, “vem viajar comigo, “zuquinha”, e deixa lá a beira do rio”. “Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas (Enlacemos as mãos)”.

    Como nota final, gostaria apenas de sublinhar o que me deixou verdadeiramente incomodada com a afirmação de Renato Gaúcho (que, entretanto, deixou de ser técnico do CR Flamengo).

    Sem aprofundar muito o assunto, confesso apenas que acredito com muita força que alguma coisa o ser humano tem aprendido por cá. Que tristezas como o colonialismo do passado evoluíram para a globalização alegre do presente e do futuro.

    A facilidade com que podemos agora aprender, experienciar, evoluir, é provavelmente a maior dádiva que fabricámos para nós próprios. Por isso, e porque tenho a certeza absoluta que a melhor forma de aprender é escutando as histórias dos outros, custa-me sempre quando vejo que nem todos estão a dar prioridade ao que realmente importa.

    “As pessoas, em verdade, são papagaios umas das outras, nem há outro modo de aprendizagem”.

    Obrigada, Pessoa.

     

    Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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