Há um ditado popular português que diz: “o que é nacional é bom” é pelo ditado que começamos hoje. Numa altura em que temos vários treinadores portugueses a treinar no estrangeiro e muitos deles com grande sucesso, eis que tivemos mais uma prova de que realmente o português nunca desilude.
Vítor Pereira, técnico de 48 anos, sagrou-se ontem campeão na China. O Shanghai SIPG conquista pela primeira vez o título de campeão chinês, e logo com um técnico português no comando. Juntamente com Hulk e companhia (chinesa), o português fez história na Superliga Chinesa ao quebrar a hegemonia do Guangzhou Evergrande.
Mas recuemos até 2008, ano em que Vítor Pereira é contratado pelo CD Santa Clara para desempenhar, pela primeira vez, funções como treinador principal de uma equipa sénior.
Época 2008/09 – CD Santa Clara termina em terceiro lugar da Liga de Honra (na altura 2ª divisão nacional) e o técnico fica apenas a dois pontos de subir ao principal escalão do futebol português.
Época 2009/10 – O treinador, natural de Espinho, leva o clube açoriano aos oitavos de final da Taça de Portugal e termina no quarto lugar da Liga de Honra. Mais uma vez fica muito perto de colocar o CD Santa Clara na Primeira Liga.
Época 2010/11 – Vítor Pereira assume as tarefas de treinador adjunto de André Villas-Boas no FC Porto. Nessa temporada vence novamente o Campeonato Nacional, juntamente com a Supertaça e Taça de Portugal. O FC Porto conquista ainda a Liga Europa.
21/06/2011 – O técnico português assina contrato de duas temporadas como treinador principal do FC Porto, depois da transferência de Villas-Boas para o Chelsea FC.
07/08/2012 – Conquista o primeiro título oficial da carreira, ao vencer a Supertaça Cândido de Oliveira.
29/04/2012 – Vítor Pereira sagra-se pela primeira vez campeão nacional como treinador principal no FC Porto.
11/08/2012 – O técnico vence a segunda Supertaça de Portugal, novamente no comando dos azuis e brancos.
19/05/2012 – O FC Porto conquista o tricampeonato e Vítor Pereira o segundo título nacional consecutivo.
Estes foram sem dúvida os melhores anos da carreira de Vítor Pereira enquanto treinador de futebol profissional. O pior veio depois…
08/06/2013 – Vítor Pereira é anunciado como o novo técnico do Al-Ahli Jeddah, da Arábia Saudita.
05/05/2015 – O treinador português rescinde com o clube saudita, depois de ter perdido a final da taça e de não ter conquistado o campeonato nacional da Arábia Saudita.
07/01/2015 – Vítor Pereira substitui Míchel no comando técnico do Olympiacos, o atual campeão grego.
14/04/2015 – O técnico conquista o campeonato grego e o Olympiacos sagra-se pentacampeão. O feito histórico para o clube e para o próprio Vítor Pereira.
11/06/2015 – Depois da curta passagem pela Grécia, Vítor é oficializado como novo treinador do Fenerbache, da Turquia.
15/08/2016 – O Fenerbache rescinde de forma unilateral o contrato com Vítor Pereira e afirma fazer queixa à FIFA, por falta de respeito e conduta do técnico português.
18/12/2016 – Vítor Pereira é contratado pelos alemães do TSV 1860 Munich, que disputa a segunda divisão alemã.
30/05/2017 – O TSV 1860 Munich perde o playoff de manutenção e desce para a terceira divisão alemã. Vítor Pereira não conseguia “vingar”, uma vez que o objetivo do clube era ascender ao principal escalão, a Bundesliga.
12/12/2017 – Vítor Pereira sucede a Villas-Boas no comando técnico dos chineses do Shanghai SIPG.
07/11/2018 – Vítor Pereira, sagra-se campeão nacional na China. O técnico português juntamente com Hulk (já tinha sido seu jogador no FC Porto) e o restante plantel quebrou a grande hegemonia do rival Guangzhou, que venceu o título chinês nos últimos sete anos consecutivos. O Shanghai fez história no futebol chinês, porque não só se sagrou pela primeira vez campeão, como também deitou por terra o domínio dos rivais. E como foi dito no início, conquistaram-no logo com um português no banco.
Depois de altos e baixos, Vítor Pereira é um técnico bastante experiente, e com apenas 48 anos ainda pode vir a ter muito sucesso quer no estrangeiro, quer num possível regresso ao futebol português. Uma coisa é certa: o técnico natural de Espinho já se sagrou campeão em três países diferentes e o resto é conversa.
Foto de Capa: Shanghai SIPG
Artigo revisto por: Jorge Neves