Chipre 0-1 Portugal (Sub-21): Um registo imaculado que pedia mais golos

    A CRÓNICA: A SOLIDEZ DEFENSIVA “BRANQUEIA” A INEFICÁCIA OFENSIVA?

    As seleções de Sub-21 de Chipre e Portugal entraram em campo com a particularidade de terem as melhores defesas entre as 53 equipas da fase de qualificação para o Euro 2023, mas a equipa das Quinas tratou de reclamar o protagonismo merecido na solidez defensiva e acabou por vencer em Larnaca por uma bola a zero.

    A primeira verdadeira ocasião de perigo até foi criada pela seleção da casa, num remate de Karamanolis travado por Celton Biai, mas o golo acabaria por aparecer na baliza contrária. A fechar o primeiro um quarto de hora, André Almeida descobriu Gonçalo Ramos mais à esquerda e o avançado não hesitou em rematar e abrir o ativo.

    O golo trouxe mais confiança ao conjunto português e sucederam-se várias investidas em poucos minutos, com as tentativas de Fábio Silva, Vitinha, Gonçalo Ramos e Fábio Vieira a testarem as luvas de Stefanos Kittos. Para tanta oportunidade, pedia-se mais eficácia para a equipa das Quinas.

    Num início de segundo tempo com “bola cá, bola lá”, Katsantonis e Nikolaou chegaram a assustar Celton Biai e, do outro lado, Fábio Silva respondeu com três remates a criar muito perigo. Tudo isto nos primeiros dez minutos…

    Gradualmente, Portugal passou a ter mais critério na posse de bola e foi controlando ligeiramente melhor o encontro frente ao Chipre. Porém, se é um facto que os vice-campeões europeus não possibilitaram mais ocasiões ao adversário a partir dos 55 minutos, também é verdade que não voltou a criar mais lances de perigo até final, valendo o golo solitário de Gonçalo Ramos.

    A seleção portuguesa segue na liderança do grupo D com 12 pontos em 12 possíveis e sem qualquer golo sofrido, enquanto que o Chipre permanece na terceira posição, com sete pontos.

    A FIGURA


    VitinhaExibição fantástica do médio do FC Porto! Toques de génio, desmarcações sublimes, arrancadas fulgurantes e boa condução de bola perante o sentido posicional dos colegas tornaram-se os fatores que abrilhantaram a partida do português. É certo que só por uma vez tentou o remate à baliza contrária, mas ofereceu muita qualidade ao jogo da seleção portuguesa.

     

    O FORA DE JOGO


    Giannis Gerolemou – Um dos jovens mais talentosos da seleção do Chipre, mas com uma exibição que não fez jus à sua qualidade dentro de canto. O médio de 21 anos atuou na frente de ataque e ficou privado da sua capacidade técnica habitual, tendo apenas feito um remate à baliza contrária. Não foi de estranhar a substituição na reta inicial da segunda parte…

     

    ANÁLISE TÁTICA – CHIPRE

    Giannis Okkas mexeu (e muito!) no XI inicial por comparação ao que tinha alinhado no triunfo por 6-0 diante do Liechtenstein, tendo efetuado sete alterações. Apenas Thomas Nikolau e Kontantinos Sergiou (os dois laterais) e Giannis Gerolemou e Andreas Katsantonis (os dois homens mais adiantados) se mantiveram na equipa titular de um jogo para o outro.

    Alinhada num criterioso 5-3-2, a formação do Chipre entrou bem, mas foi perdendo a coesão defensiva com os sucessivos erros na construção e permitiu o avolumar do número de oportunidades criadas junto da sua baliza. Nem mesmo as triangulações criadas no corredor direito revelavam ser capazes de levar a bola até ao último terço do terreno.

    O tempo de intervalo propiciou algumas correções no Chipre e até se pode dizer que apareceu em boa altura para Giannis Okkas, que pôde redefinir a ligação entre setores para chegar com mais perigo à baliza de Celton Biai. Foi um bom início de segundo tempo, é certo, mas pouco mais do que isso em termos de criação de oportunidades…

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Stefanos Kittos (6)

    Thomas Nikolaou (6)

    Andreas Karamanolis (6)

    Nikolas Panaglotou (5)

    Christos Shelis (5)

    Konstantinos Sergiou (5)

    Ioannis Kosti (6)

    Michalis Ioannou (5)

    Kontantinos Ilia (4)

    Giannis Gerolemou (4)

    Andreas Katsantonis (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Charalampos Charalampous (6)

    Andreas Chrysostomou (5)

    Iasonas Pikis (5)

    Danil Paroutis (5)

    Alexandros Michael (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Face à ausência de Rui Jorge (infetado com Covid-19), Romeu Almeida orientou a equipa das Quinas a partir do banco e apresentou apenas uma alteração no XI inicial em relação ao triunfo na Islândia, com o estreante Gonçalo Inácio a render Tiago Djaló no eixo da defesa.

    A jogar em 4-4-2 losango, Fábio Vieira apareceu como o elemento do setor intermédio mais próximo da frente de ataque, mas as unidades mais esclarecidas na globalidade do encontro foram Vitinha e André Almeida, com muita segurança ao primeiro toque e a conduzir lances pelo corredor central, soltando a bola no momento certo.

    O controlo da partida na segunda parte não foi o mesmo da primeira, principalmente face a alguns erros cometidos na construção. Os primeiros minutos foram marcados por dificuldades para travar as investidas adversárias, algo que foi prontamente corrigido com as indicações para dentro de campo e respetivas mexidas na equipa. Não permitiu mais chances, mas também não as criou, ficando-se a lamentar a ineficácia do primeiro tempo frente ao Chipre.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Celton Biai (6)

    Nuno Tavares (6)

    Gonçalo Inácio (6)

    Eduardo Quaresma (7)

    João Mário (7)

    Vitinha (9)

    Tiago Dantas (6)

    André Almeida (7)

    Fábio Vieira (7)

    Fábio Silva (7)

    Gonçalo Ramos (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Chiquinho (6)

    Paulo Bernardo (5)

    Afonso Sousa (5)

    Tomás Händel (-)

    Henrique Araújo (-)

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    Miguel Simões
    Miguel Simõeshttp://www.bolanarede.pt
    Já com uma licenciatura em Comunicação Social na bagagem, o Miguel é aluno do mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Universidade de Coimbra. Apaixonado por futebol desde tenra idade, procura conciliar o melhor dos dois mundos: a escrita e o desporto.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.