Portugal 0-1 França: A vingança serve-se pelos pés do “baixinho” Kanté

    A CRÓNICA: FRANÇA VENCE E ESTÁ GARANTIDA NA “FINAL FOUR” DA LIGA DAS NAÇÕES

    Antes, quando se falava sobre a seleção francesa a um adepto português, o medo e o terror tomariam conta do estado de espírito desse mesmo adepto ao lembrar logo as derrotas nos Euros 1984 e 2000. Contudo, desde 2016, e graças a Éder, os portugueses deixaram de ver a França como um “bicho papão”.

    Mas, hoje, a noite voltou a ser inglória para Ronaldo e Companhia. Em jogo a contar para a Liga das Nações, Portugal não conseguiu repetir o desfecho da final do Euro 2016 e saiu derrotado pela margem mínima, graças ao tento solitário de Kanté, no início da segunda parte.

    O começo da partida foi bastante mexido, com os dois lados a querer assumir o controlo do jogo. O primeiro remate pertenceu ao “suspeito do costume”. Depois de uma boa combinação com William, o capitão, Cristiano Ronaldo, disparou forte, o que obrigou Lloris a ir ao tapete para manter a sua baliza a zeros antes dos primeiros 10 minutos. A resposta francesa surgiu ao minuto nove, por intermédio de Coman, que atirou para uma defesa de pronto de Rui Patrício. O guardião do Wolverhampton WFC voltaria a ser chamado a intervir, levando, novamente, a melhor sobre os avançados gauleses. Desta vez, Martial apareceu na cara, mas o seu remate foi travado eficazmente pelo pé esquerdo do guarda-redes.

    A equipa francesa parecia estar mais confortável no jogo e ia chegando sem grandes problemas à área adversária, o que deixava a defesa portuguesa aos papéis para manter o perigo longe da sua baliza. Aos 17’, na sequência de um canto do lado direito, o cabeceamento de Rabiot quase fez a bola beijar as redes da baliza. A seguir, foi Bruno Fernandes a causar pânico à defensiva francesa, com um remate de primeira que foi facilmente agarrado por Lloris.

    Depois de mais um remate de Martial à malha lateral, aos 27’, o atacante do Manchester United FC voltaria a estar em plano de evidência três minutos depois, ao cabecear ao ferro da baliza de Rui Patrício, depois de um livre bem trabalhado. Portugal estava a ter muitos problemas para ter bola na sua posse, algo que estava a deixar Fernando Santos bastante apreensivo e a suspirar pelo rápido apito para o intervalo. O “São Patrício” estava, de facto, a aterrorizar os atacantes franceses e teve mais uma defesa soberba para manter o nulo. Cruzamento de Lucas Hernández para Martial, que tenta desviar para o fundo da baliza, mas Rui nega, pela quarta vez na partida, o golo dos visitantes.

    Antes do intervalo, Ronaldo esteve muito perto de marcar, na sequência de um pontapé de canto, só que a bola saiu por cima da baliza de Lloris. Este foi mesmo o último lance digno de registo antes do árbitro mandar os dois conjuntos para o  descanso, sendo que Portugal precisava urgentemente de repor energias e redefinir a sua estratégia para o segundo tempo.

    O intervalo fez, efetivamente, bem aos portugueses, que entraram com uma maior vontade em ter bola e partir para cima do seu adversário. Contudo, foram os franceses a marcar aos 53’. Num lance bem trabalhado do lado esquerdo, Rabiot rematou para uma defesa incompleta e a bola sobrou para o “baixinho” N’Golo Kanté, que fez o primeiro golo do encontro. Fernando Santos lançou Diogo Jota para responder de imediato ao tento sofrido.

    A primeira tentativa de resposta apareceu aos 60’, num cabeceamento de José Fonte ao poste, após lance algo confuso junto à área francesa. Trincão e Moutinho foram os seguintes a serem lançados para tentar mudar o rumo dos acontecimentos, e o número 8 quis mostrar logo serviço. Aos 75 minutos, o médio-centro rematou para uma espetacular defesa de Lloris.

    O tempo começava a esgotar-se e Portugal via cada vez mais difícil conseguir tirar algo de positivo deste jogo – em contrapartida com os gauleses, que iam conseguindo manter a equipa portuguesa longe da sua baliza e viam o bilhete para o “Final Four” mais perto de ser conquistado. Já com Paulinho a fazer companhia a CR7 na frente de ataque, Portugal bem tentou, mas já faltava cabeça para criar algum lance de perigo. O encontro terminaria mesmo com uma derrota lusa.

    Cinco anos depois, França conseguiu a sua tão ambicionada vingança da final do Euro 2016. Alcançou uma vitória pela margem mínima, o que permitiu garantir a ida à fase final da Liga das Nações. Desta vez, para azar dos portugueses, os papéis foram invertidos e o herói Éder foi rendido pelo médio incansável N’Golo Kanté. Um triunfo que se justifica muito pelo controlo dos franceses ao longo dos 90 minutos.

     

    A FIGURA 

    N’Golo Kanté – A sua missão nos jogos passa muito por estancar as ofensivas do adversário, algo que costuma desempenhar com elevada eficácia no meio-campo do Chelsea FC e da seleção francesa. Hoje, no relvado da Luz, Kanté cumpriu com excelência a sua missão e coroou a sua exibição com o golo que não só permitiu aos gauleses vencer a partida, como também vingar a derrota sofrida no último Europeu.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Danilo Pereira – O trinco português sempre habituou os adeptos a exibições seguras no meio-campo, a mostrar uma boa assertividade nos passes e desarmes efetuados. Frente à campeã mundial, Danilo foi uma sombra do que acostumou o público. Muito ineficaz nos duelos travados no “miolo” da Seleção e bastantes passes falhados, o que prejudicou a forma de jogar da armada lusa. Portugal falha, então, a passagem à “Final Four”, não podendo defender o título conquistado no Dragão, em 2019.

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Fernando Santos mudou, como seria de prever, muitas peças no onze inicial face ao amigável frente à Andorra, com as peças principais da Seleção a serem lançadas para alcançar o triunfo que garantisse a passagem da “Final Four” da Liga das Nações. Nos primeiros 45 minutos, a formação das quinas teve dificuldades em jogar da forma que mais gosta, muito por culpa da boa dinâmica do meio-campo francês. A entrada para os segundos 45 minutos até foi positiva, mas o golo de Kanté veio estancar essa intenção em mostrar uma imagem diferente. A partir daí, Portugal tentou reagir, algo que não foi alcançado com o sucesso desejado e, assim, a defesa do título conquistado no ano passado não irá acontecer.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Rui Patrício (7)

    João Cancelo (5)

    José Fonte (4)

    Rúben Dias (6)

    Raphael Guerreiro (6)

    Danilo Pereira (3)

    William Carvalho (4)

    Bruno Fernandes (5)

    Bernardo Silva (5)

    João Félix (5)

    Cristiano Ronaldo (5)

    SUBS UTILIZADOS

     Diogo Jota (5)

      João Moutinho (6)

     Francisco Trincão (5)

     Sérgio Oliveira (-)

     Paulinho (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FRANÇA

    A formação gaulesa entrou em campo disposta num 4-4-2, com os homens do meio campo a formarem um losango. Com Mbappé a não jogar devido a lesão, Didier Deschamps decidiu colocar Anthony Martial na frente de ataque a fazer companhia a Kingsley Coman. Depois de uma primeira parte na qual estiveram por cima do encontro, a França chegou à vantagem no início do segundo tempo, graças ao tento de Kanté. O resto do jogo passou somente por defender a vantagem importante e garantir assim a ida à fase final deste novo torneio de seleções europeias.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Hugo Lloris (6)

    Benjamin Pavard (6)

    Raphael Varane (6)

    Presnel Kimpembe (5)

    Lucas Hernández (6)

    N’Golo Kanté (8)

    Adrien Rabiot (6)

    Paul Pogba (6)

    Antoine Griezmann (7)

    Anthony Martial (5)

    Kingsley Coman (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Marcus Thuram (5)

    Olivier Giroud (4)

     

    Artigo revisto por Mariana Plácido

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    Guilherme Costa
    Guilherme Costahttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme é licenciado em Gestão. É um amante de qualquer modalidade desportiva, embora seja o futebol que o faz vibrar mais intensamente. Gosta bastante de rir e de fazer rir as pessoas que o rodeiam, daí acompanhar com bastante regularidade tudo o que envolve o humor.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.