Portugal 2-1 República da Irlanda: É preciso ter “cabeça”

    A CRÓNICA: DO INFERNO AO CÉU

    Numa noite histórica para Cristiano Ronaldo, Portugal conseguiu vencer a República da Irlanda por 2-1. Quem foi o autor da reviravolta? O homem da noite histórica!

    Na primeira parte vigorou a ansiedade, mas Ronaldo não estava a ser Ronaldo. A “equipa das quinas” apresentava-se por cima do jogo, mas quando chegavam as oportunidades de golo, parecia que hoje não era o dia de vermos a bola a entrar a favor de Portugal. Cristiano Ronaldo falhou uma grande penalidade que não só daria o 1-0 como lhe daria também o recorde tão aguardado de Ali Daei.

    Num jogo de “bola cá, bola lá”, foi a Irlanda que marcou e mostrou à equipa de Fernando Santos como aproveitar falhas defensivas do adversário. John Egan fez o 1-0 e o resultado não sofreu alterações até ao intervalo.

    Na segunda parte, Fernando Santos foi rápido nas mudanças com a equipa e a República da Irlanda ficou completamente encostada às cordas. Contudo, só nos instantes finais é que o Estádio do Algarve vibrou para os adeptos lusitanos. Ronaldo voltou a ser Ronaldo e respondeu assertivamente às investidas de alguns dos jogadores que entraram do banco na seleção.

    Dois golos da cabeça do astro português que ditaram o resultado final e recolocaram Portugal na luta pela qualificação para o Campeonato do Mundo de 2022.

     

    A FIGURA
    Cristiano Ronaldo Portugal
    Fonte: FPF

    Cristiano Ronaldo – Por ironia do destino, até aos 89 minutos, Ronaldo afigurava-se como uma das alternativas para o fora de jogo. Mas como no futebol o que conta é colocar a “bola na rede”, tive de escolher o elemento mais decisivo desta noite. Falhou uma grande penalidade, mas deu a vitória da equipa das quinas, coroada com mais um recorde.

    O FORA DE JOGO
    Rafa Silva Portugal
    Fonte: FPF

    Rafa Silva – Uma escolha para o onze inicial que acabou por não dar os frutos que se esperava. Rafa Silva é um jogador que está a passar por um bom momento de forma, mas este não foi o melhor jogo para exponenciar as suas capacidades. Primeira parte muito apagada e sem acrescentar nada de relevante em termos ofensivos. Na segunda parte, André Silva rendeu o extremo da seleção.

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    A Seleção Nacional apresentou-se num 4-3-3 com Bruno Fernandes como homem mais avançado da zona intermediário e ativo na zona de maior pressão ofensiva. Bernardo Silva era o homem mais solto entre o meio campo e a ala. Já Rafa e Diogo Jota eram dois elementos abertos no apoio a Ronaldo, que, por sua vez, acabava por ficar demasiado isolado e desapoiado na frente de ataque. Na primeira parte, não foi propriamente um jogo de sentido único, até porque se viu alguma discussão na posse de bola, recuperações de parte a parte e transições de ambas as equipas (Primeiro golo da Irlanda é fruto deste tipo de jogo).

    Na segunda parte, o jogo tornou-se muito mais de paciência. A entrada na 2ª parte de André Silva serviu para dar o apoio que Ronaldo precisava, sendo que, mais tarde, João Mário e João Moutinho formaram o meio campo com Bernardo Silva. Gonçalo Guedes também se tornou decisivo na entrada.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Rui Patrício (5)

    Raphael Guerreiro (5)

    Pepe (6)

    Rúben Dias (5)

    João Cancelo (6)

    Palhinha (6)

    Bruno Fernandes (5)

    Bernardo Silva (5)

    Rafa Silva (4)

    Diogo Jota (5)

    Cristiano Ronaldo (8)

    SUBS UTILIZADOS

    André Silva (5)

     João Mário (6)

    Nuno Mendes (5)

    João Moutinho (6)

    Gonçalo Guedes (7)

     

    ANÁLISE TÁTICA – REPÚBLICA DA IRLANDA

    A Seleção irlandesa apresentou-se num 3-5-2 com uma grande coesão e agressividade defensiva, mas com algumas dificuldades na primeira fase de construção. Em termos ofensivos, mostrava uma chegada rápida ao ataque. Na 2.ª parte, vimos um comportamento ligeiramente diferente dos visitantes. Fecharam-se ainda mais defensivamente (o que foi resultado das substituições operadas por Portugal) e voltaram a mostrar a mesma instabilidade que se viu frente à Sérvia perdendo nos minutos finais a vantagem que tinha. Foram dois golos nos minutos finais um pouco ingratos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gavin Bazunu (7)

    Shane Duffy (5)

    Dara O´Shea (5)

    John Egan (7)

    Josh Cullen (6)

    Seamus Coleman (5)

    Jeff Hendrick (6)

    Jamie McGrath (5)

    Matt Doherty (5)

    Adam Idah (5)

    Aaron Connolly (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Andrew Omobamidele (5)

    James McClean (5)

    James Collins (5)

    Jayson Molumby (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Portugal

    BnR: Na primeira parte, vimos Bruno Fernandes a assumir a pressão mais ofensiva da equipa e Ronaldo muito isolado na frente de ataque. Algumas substituições como a entrada de André Silva e as mexidas no meio-campo ajudaram Portugal na pressão final à seleção da Irlanda?

    Fernando Santos: Sim, porque fez dois golos. Oportunidades de golo já as tinha criado. Temos de falar de todos e não de alguns. Na primeira parte, com o Bernardo e com o Bruno a procurar pressionar na área do adversário e a ganhar a bola. Até aos 20 minutos foi funcionando bem, depois perdemos essa capacidade e o adversário conseguiu sair, obrigando os jogadores a correr mais. Na 2ª parte era preciso colocar jogadores diferentes. O João Mário e o João Moutinho que têm capacidade para ter a bola, e o jogo a partir daí ficou do nosso lado.

    República da Irlanda

    Não foi possível colocar questões ao selecionador da Irlanda, Stephen Karry.

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    João Castro
    João Castrohttp://www.bolanarede.pt
    O João estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. A sua grande paixão é sem dúvida o jornalismo desportivo, sendo que para ele tudo o que seja um bom jogo de futebol é bem-vindo. Pode-se dizer que esta sua paixão surgiu desde que começou a perceber que o mundo do futebol é muito mais que uma bola a passear na relva.