Inglaterra 2-1 Polónia: Uma vitória à inglesa

    A CRÓNICA: INGLATERRA EM “MODO Q.B.” FOI SUFICIENTE PARA DERROTAR A POLÓNIA

    O duelo era entre os dois favoritos à qualificação no grupo I, mas esteve longe de ser um grande espetáculo. Mesmo com uma exibição pálida, sobretudo na segunda parte, a seleção inglesa conseguiu somar a terceira vitória em três jogos. Já a Polónia, que teve o mérito de entrar muito bem para o segundo tempo, acaba por sair de Wembley no 4º lugar do grupo. Uma vitória sem impressionar e a sensação de que há qualidade para fazer muito mais. Um espelho da era Southgate.

    O início de jogo mostrou uma Inglaterra sem medo de assumir o favoritismo e tomar conta da iniciativa de jogo desde o início. O primeiro sinal de perigo surgiu logo ao minuto 8. Phil Foden apareceu sozinho na área, mas cabeceou por cima. Com Lewandowski lesionado, a seleção polaca apareceu muito fechada, a tentar encurtar espaços e controlar a criatividade britânica.

    Mesmo a jogar meio gás, a seleção inglesa conseguiu inaugurar o marcador aos 17 minutos através de uma grande penalidade. Sterling pegou na bola, ultrapassou vários jogadores e acabou derrubado dentro da área por Helik. Na conversão, Harry Kane fez o que melhor sabe e colocou a bola no fundo das redes.

    A reação da Polónia foi tímida e Inglaterra continuou a pressionar, sempre com o controlo do jogo. Sterling ia sendo um pesadelo os defesas, com algumas arrancadas pelo lado esquerdo. O segundo esteve perto depois de uma ótima combinação entre Mount e Kane, que terminou com o remate do avançado do Tottenham para intervenção atenta de Szczesny.

    Nos últimos quinze minutos do primeiro tempo, a toada foi tranquila, com os ingleses a dominar sem grande oposição. Já a equipa de Paulo Sousa quase não apareceu junto da área contrária e foi tentando minimizar os estragos. Ficou a impressão de que Inglaterra podia ter saído para os balneários com uma vantagem mais dilata se tivesse acelerado mais o jogo.

    O paradigma mudou no início da segunda parte. Os ingleses entraram demasiado tranquilos e com um aparente excesso de confiança e a Polónia aproveitou para empatar antes da hora de jogo. John Stones perdeu a bola à entrada da área e Moder trocou com fuzilou a baliza de Nick Pope.

    O golo deu confiança e a Polónia foi crescendo no jogo, enquanto os ingleses pareciam cada vez mais apáticos. Ainda assim, Southgate continuou sem fazer qualquer alteração e Inglaterra não foi além de duas ou três incursões mais perigosas. À passagem do minuto 70 a Polónia voltou a fechar-se e o jogo entrou na sua fase menos interessante.

    Mesmo sem fazer muito para o merecer, Inglaterra acabou por regressar à vantagem após um canto. Bola batida ao segundo poste, Stones cabeceia para trás e Maguire, de primeira, rematou sem hipóteses para Szczesny.

    Até ao fim o jogo não ficou mais emocionante. O selecionador inglês finalmente recorreu ao banco, para ganhar tempo, e a seleção dos “Três Leões” foi segurando a posse de bola e o resultado. Já mais fatigada, e com menos qualidade, a Polónia acabou por não conseguir responder ao 2-1 inglês.

     

    A FIGURA

    Harry Maguire – Num jogo sem grandes destaques, a figura do jogo acaba por ser o homem que deu a vitória à seleção inglesa. Um dos mais limitados a nível técnico, o central compensa com a entrega que falta a muitos companheiros.

     

    O FORA DE JOGO

    Apatia inglesa – Não se pode dizer que a vitória não seja justa, mas o modo como Inglaterra entrou no segundo tempo merecia um castigo. Se terá sido pelo cansaço ou pelo excesso de confiança, só Southgate e os seus jogadores sabem. De qualquer forma, fica a ideia que, com mais um bocadinho de vontade, os ingleses podiam ter feito mais e melhor.

     

    ANÁLISE TÁTICA – INGLATERRA

    A equipa de Southgate apareceu disposta num 4-3-3, que acabou por se transformar num 4-2-3-1, com Rice e Phillips a segurar o meio-campo e o trio Foden/Mount/Sterling com muita liberdade no momento ofensivo, no apoio a Kane. Ainda assim, os ingleses encararam o jogo de forma demasiado passiva, a confiar na criatividade do quarteto mais ofensivo para abrir brechas na defesa polaca A estratégia resultou na primeira parte, mas o perigo foi se esbatendo ao longo do jogo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Nick Pope (6)

    Kyle Walker (6)

    Harry Maguire (7)

    John Stones  (5)

    Ben Chilwell  (6)

    Declan Rice  (7)

    Kalvin Phillips  (5)

    Phil Foden (6)

    Mason Mount (6)

    Raheem Sterling  (7)

    Harry Kane (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Reece James (4)

    Calvert-Lewin (-)

    Lingard (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – POLÓNIA

    Como era esperado, Paulo Sousa montou uma estratégia mais defensiva em relação à vitória frente a Andorra, apresentando-se com 5 defesas e com um meio-campo mais fechado (5-3-2). Sem o lesionado Lewandowski, foram Piatek e Swiderski a assumir o ataque.

    Na segunda parte, o técnico português abdicou da defesa a cinco e tirou o inofensivo Swiderski para fazer entrar Milik. Com o empate a Polónia voltou a fechar-se nos últimos 20 minutos, tentando explorar a apatia inglesa com transições rápidas para o ataque.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Szczesny (5)

    Jan Bednarek (5)

    Kamil Glik (5)

    Michal Helik (3)

    Bereszynski (5)

    Krychowiak (5)

    Moder (7)

    Maciej Rybus (7)

    Swiderski (2)

    Zielinski (5)

    Piatek (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Jozwiak (6)

    Milik (7)

    Augustyniak (4)

    Grosicki (-)

    Reca (-)

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    Vasco Borges
    Vasco Borgeshttp://www.bolanarede.pt
    Frequentador de estádios e consumidor de bifanas desde os 5, aprendeu cedo que é melhor a ver do que a jogar futebol. Aos 22, estuda Jornalismo e vai escrevendo sobre os jogos que valem o preço do bilhete e as estórias que só se ouvem no bar, ao intervalo.                                                                                                                                                 O Vasco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.