Itália 2-1 Áustria: Italianos “tremem” para passar aos quartos

    A CRÓNICA: ITALIANOS APANHAM SUSTO, MAS PASSAM

    Segundo jogo destes oitavos de final, com encontro entre as seleções de Itália e Áustria, no estádio de Wembley, em Londres. Este foi o primeiro encontro entre as duas nações em Campeonatos da Europa.

    O selecionador da Áustria, Franco Foda, não mexeu na equipa, relativamente ao último jogo, enquanto Roberto Mancini decidiu fazer sete alterações. O selecionador italiano deu a oportunidade a outros jogadores na última partida, pois já tinha a passagem garantida no grupo A, mas voltou a colocar os habituais titulares. Deste jogo sairia o adversário para os quartos de final do encontro entre Bélgica e Portugal.

    A seleção austríaca até começou bem, com uma iniciativa de Sabitzer logo ao primeiro minuto. A Itália não tardou a apoderar-se da posse de bola e a criar perigo. Aos 11 minutos, Leo Spinazzola apareceu na esquerda e fez um remate perto do poste de Bachmann. Passados seis minutos, Nicolò Barella faz um remate de primeira, após uma iniciativa de Spinazzola na esquerda, para boa defesa do guardião austríaco.

    Apesar da posse de bola da equipa italiana, não estava fácil chegar próximo da baliza da Áustria. Foi mesmo à “bomba”, com Ciro Immobile a rematar de longe e a bola a embater na trave, aos 32 minutos de jogo.

    A Áustria estava com uma composição muito compacta, com uma grande entreajuda de todos os jogadores no processo defensivo. As transições defesa-ataque eram feitas com critério e com passe curto. Arnautovic foi dos membros mais irrequietos do conjunto de vermelho na primeira metade.

    Spinazzola era dos melhores elementos da seleção transalpina, e aos 42 minutos fez nova incursão perigosa pela esquerda, acabou por cair na área, mas o árbitro Anthony Taylor mandou seguir. Estava endiabrado e, no minuto seguinte, Spinazzola desferiu um remate rasteiro, que obrigou a defesa do guarda-redes austríaco.

    O jogo seguia empatado a zero para o intervalo. A Itália tinha mais posse de bola e remates à baliza, com 55% e 11 remates face aos 45% e um remate da Áustria.

    No recomeço da partida, a Áustria teve um livre perigoso, mesmo à entrada da área, com David Alaba a bater o livre direto um pouco por cima da barra de Donnarumma. Os italianos apresentavam algum nervosismo e os austríacos aproveitavam para “sair da casca”. Eram várias as investidas pelo corredor direito, por intermédio de Laimer, e os remates começaram a aparecer também. Arnautovíc e Sabitzer estavam mais irrequietos.

    Até que, aos 65 minutos, Lainer cruzou, Alaba amorteceu de cabeça e Arnautovíc encostou com um cabeceamento, com a bola a tocar na barra e a entrar na baliza italiana. No entanto, o golo viria a ser anulado pelo vídeo-árbitro. Suspiro de alívio de Mancini, que procurava mexer no jogo antes que fosse tarde, com entradas de Manuel Locatelli e Matteo Pessina.

    A verdade é que era a Áustria que criava mais situações de perigo. O meio-campo italiano parecia ter perdido o rumo, e o controlo do jogo passou a ficar cada vez mais dividido, com crescendo para os austríacos. O lado-esquerdo da Squadra Azurra estava a passar mal, com vários desentendimentos e falhas de marcação. A ala direita da Áustria aproveitava o momento de confiança da equipa e explorava as fragilidades dos italianos.

    Mancini não gostava; afinal, a sua seleção não perdia há 30 jogos! Fez quatro substituições, sem nenhuma efetuada do lado da Áustria, que apenas mexeu aos 90 minutos, por obrigação, pois Baumgartner lesionou-se. O jogo foi mesmo para prolongamento.

    A Itália entrou melhor e acabou por desfazer a igualdade. Spinazzola apareceu no centro, descaído para a esquerda, e picou a bola para Chiesa, que retirou Laimer do caminho e finalizou. Aos 104 minutos, livre da esquerda de Insigne que só foi parado por uma grande defesa de Bachmann. Mesmo a acabar a primeira parte do prolongamento, Matteo Pessina ampliou a vantagem, após uma jogada de insistência de Acerbi, na área da Áustria, acabando por assistir o médio da Atalanta.

    Schaub entrava para a equipa da Áustria na segunda parte, e rematava logo para uma grande defesa de Donnarumma. Aos 114 minutos, através de um canto na direita, Sasa Kalajdzic apareceu ao primeiro poste e desviou para dentro da baliza italiana, reduzindo a vantagem. Havia ainda uma réstia de esperança dos austríacos! No último minuto, Chiesa fez um chapéu ao guarda-redes Bachmann, e parecia encaminhado para o golo, mas Trimmel cortou na hora certa.

    A Áustria pressionou e tentou até ao fim, mas foi incapaz de empatar a partida. Uma partida que teve altos e baixos, a acabar em passagem da Itália com pouco brilho, pois teve imensas dificuldades para impor o seu futebol. O bloco recuado da Áustria causou muito transtorno aos atacantes da Itália, e só com a entrada de Chiesa é que foram felizes. O prolongamento foi difícil, sobretudo para os austríacos, que apresentavam já um nível elevado de desgaste.

    Itália está nos quartos de final e irá jogar contra Portugal ou Bélgica. Apesar de a Áustria ter sido eliminada, os seus adeptos podem estar orgulhosos da equipa e do seu treinador.

     

    A FIGURA

    Federico Chiesa – Podia ser um “prémio” entregue a muitos jogadores, porque tanto na Áustria como na seleção italiana houve vários elementos de destaque. No entanto, não fosse o avançado da Juventus a desfazer a igualdade, talvez a Itália não tivesse conseguido levar de vencida esta seleção da Áustria, pelo menos no prolongamento.

    Respirou-se ar fresco na frente de ataque com a sua entrada e foi determinante para a vitória da Squadra Azurra, ao apontar o primeiro tento da partida. Esteve quase a fechar a passagem à próxima fase, mas Trimmel negou-lhe a oportunidade de bisar.

    O FORA DE JOGO

    Domenico Berardi – Esteve uns furos abaixo do esperado. Fez algumas boas incursões na primeira metade, mas na segunda parte foi uma miragem. Trabalhar no lado de Alaba não é tarefa fácil.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ITÁLIA

    A seleção italiana alinhou num 4-3-3. Com sete mexidas face ao último jogo contra o País de Gales, com entradas dos habituais titulares: Spinazzola, Acerbi, Di Lorenzo, Barella, Berardi, Immobile e Insigne. O trio de ataque é, talvez, um dos mais perigosos deste Euro, mas acabou por estar apagado neste jogo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gigi Donnarumma (6)

    Giovanni Di Lorenzo (6)

    Francesco Acerbi (7)

    Leonardo Bonucci (6)

    Leo Spinazzola (7)

    Jorginho (7)

    Marco Verratti (6)

    Nicolò Barella (5)

    Domenico Berardi (5)

    Ciro Immobile (6)

    Lorenzo Insigne (6) 

    SUBS UTILIZADOS

    Manuel Locatelli (6)

    Matteo Pessina (6)

    Andrea Belotti (5)

    Federico Chiesa (8)

    Bryan Cristante (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ÁUSTRIA

    Os austríacos jogaram com uma formação disposta em 4-2-3-1. Não houve alterações no onze, relativamente ao último jogo, contra a Ucrânia. Quarteto defensivo composto por Alaba, Lainer, Hinteregger e Dragovíc. No meio-campo, Grillitsch e Schlager mais atrás, com Baumgartner a médio esquerdo e Laimer no lado direito. Sabitzer a jogar atrás do avançado-referência Arnautovíc.

    Grande comprometimento da equipa ao jogo, tanto no ataque como na defesa, com vários apontamentos de qualidade. A defesa e o miolo, particularmente, estiveram a um nível de excelência, com a equipa a conseguir aproveitar as qualidades de cada unidade. Franco Foda e a sua equipa estão de parabéns, pois fizeram uma grande exibição.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Daniel Bachmann (6)

    Stefan Lainer (6)

    Aleks Dragovic (6)

    Martin Hinteregger (8)

    David Alaba (7)

    Konrad Laimer (7)

    Florian Grillitsch (6)

    Xaver Schlager (7)

    Chris Baumgartner (5)

    Marko Arnautović (7)

    Marcel Sabitzer (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Alessandro Schöpf (4)

    Sasa Kalajdzic (7)

    Louis Schaub (6)

    Michael Gregoritsch (6)

    Stefan Ilsanker (-)

    Christopher Trimmel (-)

     

    Artigo revisto pela equipa de revisão

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    André Filipe Antunes
    André Filipe Antuneshttp://www.bolanarede.pt
    O André é licenciado em Marketing e Publicidade e um fã incondicional de ciclismo. Começou desde pequeno a ter uma paixão pelo desporto, através do futebol. Chegava a saber os plantéis de todas as equipas da Primeira Liga! Com o tempo, abriu-se o horizonte e o interesse para outros desportos, como o Ciclismo, o Futsal e, mais recentemente, a NBA. Diz que no Ciclismo existem valores e táticas que mais nenhum desporto possui e ambiciona um dia ter a oportunidade de assistir ao vivo a um evento deste calibre.