📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
- Advertisement -

logo mundial bnr

Nós, latinos, herdámos o sangue quente da nossa ascendência. Alegramo-nos e revoltamo-nos com facilidade. Deixamo-nos engolir pela irracionalidade, pela paixão. Somos, sobretudo, dados a estados de alma.

O futebol propicia-os a cada remate que queima a relva antes de rasar o poste, a cada defesa impossível ou a cada corte milagroso sobre a linha de baliza. Não precisamos de ter sido educados a gostar de uma das equipas em jogo para vibrar com cada um destes momentos, porque até podemos escolher uma pela qual torcer no decurso do encontro. Acaba por ser indiferente porque  queremos, sobretudo, sentir, criar empatias. Viver a emoção e a responsabilidade de quem lá está dentro e entrar em euforia ou revolta consoante aquilo que a partida nos trouxer.

Para nós, pessoas dadas a emoções, este Mundial tem sido absolutamente fantástico. Cada minuto de cada jogo parece trazer algo inesperado, imprevisível, como se o início de cada jogo oferecesse doses iguais de favoritismo para cada lado, independentemente das selecções em confronto.

Pudemos sentir isso em vários jogos da fase de grupos, começando na goleada da Holanda à campeã Espanha (1-5), passando pelas vitórias da Costa Rica ante Uruguai e Itália e pelo nulo imposto por Ochoa ao Brasil, e terminando no empate da Argélia ante a Rússia. Houve, obviamente, mais momentos emocionantes neste período da prova, mas estes são excelentes exemplos do quão fantástico tem sido este Mundial para nós, pessoas dadas a estados de alma.

1
O Alemanha-Argélia foi um dos jogos mais emocionantes deste Mundial
Fonte: copadomundo.uol.com.br

Felizmente, a espectacularidade prolongou-se durante a fase a eliminar e, na primeira ronda, não faltou emoção a qualquer um dos oito encontros. O encontro mais previsível e condizente, no seu decurso, com aquilo que se previa que acontecesse terá sido o Colômbia – Uruguai, mas mesmo aí o espectáculo não desiludiu, com todas as diabruras que James e companhia proporcionaram ao público do novo Maracanã. Fora este, houve penalties em duas partidas (para além do Costa Rica – Grécia, o Brasil foi empurrado pelo Chile para essa “lotaria”, não se apurando por uma trave que ainda agora deve estar a tremer), grandes selecções (Holanda e França) com imensas dificuldades em levar de vencidos, nos 90 minutos, adversários cotados com poucas ou nenhumas chances de causar surpresa (México e Nigéria), e ainda três prolongamentos de encontros tanto imprevisíveis, como o Argentina-Suíça, como espectaculares, como foi o caso do Bélgica-EUA e do Alemanha-Argélia…

… sobretudo este. Foi o emanar de todas as emoções que nós, latinos, sentimos ao ver um jogo de futebol. Houve espectacularidade, momentos de quase-glória, solidariedade, garra, sacrifício, desespero e frustração. Mas só de um lado. O único com o qual nós nos poderíamos identificar. O habitual outsider por quem costumamos torcer e que trouxe a jogo toda a ingenuidade do futebol, aquela que se nota no futebol de qualquer rua ou complexo desportivo alugado entre amigos, fosse por miúdos ou por gente grande, cuja única preocupação é jogar, entregando-se com toda a alma ao desporto que amam, não ligando ao preço que terão de pagar… ou venham a receber.

A Argélia mostrou-nos o que é o futebol sem preço. Como nós, latinos, queremos que seja. Foi a “prenda” mais bonita que este Mundial, recheado delas, nos trouxe.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Jan Vertonghen recorda passagem pelo Benfica e antevê duelo decisivo com o Ajax: «Quem perder está fora»

Jan Vertonghen, que representou Ajax e Benfica, falou sobre o momento complicado dos neerlandeses e recordou os dois anos que passou na Luz, numa fase marcada pela pandemia e por instabilidade desportiva.

Cristiano Ronaldo reage ao apuramento de Portugal para a final do Mundial Sub-17

Cristiano Ronaldo reagiu ao apuramento de Portugal para a final do Mundial Sub-17, depois da vitória contra o Brasil.

Ruben Amorim: «Não estamos lá, nem perto de onde precisamos de estar para lutar pelas primeiras posições nesta liga»

Ruben Amorim falou com os jornalistas depois do encontro entre o Manchester United e o Everton, para a Premier League.

Pisa falha vitória histórica aos 90+5 e Como 1907 arrasa o Torino e sobe ao sexto lugar

A 13.ª jornada da Serie A trouxe golos e um resultado inesperado em Turim. O Pisa ficou a segundos de uma vitória histórica fora de casa, enquanto o Como 1907 aplicou uma goleada ao Torino, saltando para os lugares europeus.

PUB

Mais Artigos Populares

Bruno Varela recorda passagem pelo Benfica: «Senti-me desmoralizado»

Bruno Varela aproveitou a deslocação do Benfica a Amesterdão para recordar os tempos em Lisboa e no Ajax, numa conversa onde falou com nostalgia.

Espanyol vence o Sevilha por 2-1 e sobe ao sexto lugar da La Liga

O Espanyol recebeu e venceu o Sevilha por 2-1, em jogo da 13.ª jornada da La Liga. A equipa catalã continua a surpreender e salta para os lugares europeus.

Derrota do Manchester United provoca fim de marca estabelecida por Roberto Martínez

O Manchester United perdeu frente ao Everton na noite desta segunda-feira por uma bola a zero, para a Premier League.