SE Palmeiras 2-1 CR Flamengo: Abel “Verdão” é bicampeão e à terceira também é português

    A CRÓNICA: CR FLAMENGO SEM IDEIAS ESTENDE A PASSADEIRA VERMELHA AO SE PALMEIRAS

    A Europa atravessava hoje mais uma noite de inverno tranquila, sem grandes euforias.

    Do outro lado do Atlântico, a bola iria rolar em Montevideo, no grandioso Estádio Centenário, inaugurado em 1930.

    Em jogo, nada mais nada menos do que vitória na 62ª edição da maior competição de clubes do continente americano.

    Frente a frente, estilo western a levantar poeira, ao som do samba, encontravam-se pela segunda vez consecutiva duas equipas brasileiras.

    De um lado, o segundo classificado no Brasileirão que não perdia há nove partidas, do outro lado, o conjunto de Abel Ferreira, terceiro classificado e há quatro jogos sem vencer.

    O Flamengo partia como (ligeiramente) favorito, mas Abel já havia provado possuir uma frieza muito eficaz em competições do “mata-mata”, como aliás se voltaria a verificar hoje.

    A turma do professor português deu o pontapé de saída, focada em pressionar alto e evitar a todo o custo a construção de jogo por parte do Flamengo. Ao mesmo tempo, e sempre que possível, arrancava rapidamente para o ataque de forma a tentar surpreender.

    A bola estava muito disputada nos primeiros minutos do jogo, com o Flamengo a dominar ligeiramente a posse, sem que isso afetasse a maior concentração e organização dos paulistas.

    A estratégia de Abel, focada em processos simples, daria frutos logo aos seis minutos de jogo. Gómez descobre Mayke através de abertura em profundidade e este, do lado direito, percebe que Veiga vem lançado de trás e oferece-lhe de bandeja o primeiro golo da final brasileira.

    Depois disto, muito pouco se passou, e a primeira parte mais pareceu um nó muito bem amarrado.

    Por um lado, a reação ao golo de uma equipa de cariz tão ofensivo não era a esperada e os homens de Renato Gaúcho jogavam, literalmente, a passo de caracol. A posse continuaria elevada, mas principalmente no seu próprio meio campo e sem qualquer objetividade.

    Por outro lado, o golo madrugador favoreceu a estratégia do português, que se limitou a pedir à sua equipa para ficar na expectativa e manter o bloco baixo e coeso.

    Gabigol teria uma única real oportunidade já quase no desfecho da cortina da primeira parte. Após cruzamento de Arrascaeta, Bruno Henrique à esquerda amortece de cabeça e Gabigol, já dentro da pequena área e frente ao guarda-redes, falha redondamente e acaba por ditar a maior parte do futuro das suas tentativas.

    A segunda metade traria mais emoção para os adeptos e mais trabalho para os “goleiros”, graças a uma atitude mais convincente por parte do Flamengo.

    Pela sua parte, Gabigol era efetivamente o homem que demonstrava mais frustração por não conseguir mudar o rumo dos acontecimentos.

    Aos 49 minutos, depois de correr praticamente sozinho desde o meio campo, vê-se de novo cara a cara com Wéverton, mas é Luan que salva a situação com um carrinho in extremis.

    O canto traria também bastante perigo, uma vez mais protagonizado pelo ponta-de-lança que, sozinho ao segundo poste, falha a bola por milímetros. Não dava para acreditar.

    Do outro lado da barricada, aos 53’, Rony arrancaria um forte remate à entrada da área, dando oportunidade de brilhar a Diego Alves. O SE Palmeiras não voltaria a criar uma situação tão perigosa até ao final dos 90 minutos.

    Logo a seguir, continuariam as investidas do Flamengo e David Luiz aparece sozinho após marcação de livre, com Wéverton a provar que também é capaz de defesas vistosas: com reflexos felinos, nega aquilo que era golo certo e dá uma patada na bola para canto.

    Aos 60’, mais uma grande oportunidade, mas realmente parecia que não estava destinado. À entrada da pequena área, Bruno Henrique remataria de cabeça para deixar Wéverton completamente paralisado… e a bola passaria a poucos centímetros do poste.

    O tão desejado golo chegaria ao minuto 72’, em jogada rápida pelo lado esquerdo que seria finalizada pelo homem que mais vezes tentou: Gabigol!

    O Flamengo continuaria na mesma onda endiabrada durante o prolongamento, mas Andreas Pereira acabaria por ditar o resultado, com um erro crasso, quando sem qualquer tipo de pressão tenta devolver a Diego Alves, falhando a bola de forma tosca e acabando por oferecê-la ao recém-entrado Deyverson que, à frente da baliza, não perdoou.

    Ainda que partisse com algum favoritismo, pela maior quantidade e diversidade de soluções do seu plantel, o Flamengo não conseguiu satisfazer o previsto e criar ideias suficientes para contrariar a organização do “Verdão”.

    O professor voltou a ensinar ao SE Palmeiras o caminho até à vitória na Libertadores, que conquista a taça pela terceira vez na sua história, e assim, ao ganhar pela segunda vez consecutiva, Abel volta a confirmar com classe o destaque que os treinadores portugueses têm tido no país irmão.

     

    A FIGURA

    Raphael Veiga – Naquilo que foi uma partida lenta e com pouco sal, principalmente durante a primeira parte, o golo ao minuto 12’ permitiria ao SE Palmeiras seguir a seu belo prazer o plano minuciosamente traçado por Abel Ferreira, durante a maior parte da partida.

    Não só por isso, o médio foi dos membros mais ativos na frente de ataque, tentando sempre entregar a bola ao companheiro mais avançado, Rony, ou arriscando remates fortes à entrada da área.

     

    O FORA DE JOGO

    Andreas Pereira – Do lado do derrotado, Bruno Henrique esteve uns bons furos aquém do, dinamizando muito pouco o flanco esquerdo do ataque.

    Ainda assim, sem sequer fazer uma má partida, Andreas Pereira seria o grande responsável pela derrota do Palmeiras, e tudo graças a dois ou três segundos dos 120 minutos jogados.

    Um erro daqueles, numa final destas, simplesmente não pode acontecer.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SE PALMEIRAS

    O conjunto de São Paulo apresentou-se em 4-1-4-1, com uma defesa composta por Wéverton na baliza, Piquerez à esquerda, Mayke à direita, e os dois “zagueiros”, Luan e Gustavo Gómez.

    Mais à frente, a organização dependia naturalmente do momento do jogo. Quando em transição ofensiva, Danilo ficava mais atrás como médio defensivo, enquanto que Zé Rafael se juntava a Raphael Veiga mais à frente.

    A completar a linha atacante do SE Palmeiras estavam Scarpa e Dudu, nas alas, e Rony mais à frente.

    Em momentos defensivos, Zé Rafael recuava para auxiliar Danilo no papel de trinco e o “Verdão” passava assim a funcionar em 4-2-3-1.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Wéverton (7)

    Piquerez (7)

    Luan (7)

    Gustavo Gómez (7)

    Mayke (8)

    Danilo (7)

    Zé Rafael (7)

    Raphael Veiga (8)

    Dudu (7)

    Gustavo Scarpa (6)

    Rony (7)

    SUBS UTILIZADOS

    De Paula Carreiro (6)

    Wesley Silva (6)

    Danilo (6)

    Deyverson (7)

    Gabriel Menino (6)

    Felipe Melo (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CR FLAMENGO

    Renato Gaúcho apresentou-se em Montevideo com o seu conjunto mais forte e com o 4-2-3-1 que lhe é característico.

    Diego Alves na baliza, Filipe Luís à esquerda e Isla à direita faziam companhia aos homens do eixo central, Caio e David Luiz.

    Ao meio, Andreas Pereira e Arão eram os trincos de serviço. Mais à frente, Bruno Henrique ocupava o flanco esquerdo, Arrascaeta ameaçava pelo meio e Éverton Ribeiro corria pelo lado direito.

    Como ponta-de-lança, o suspeito do costume: Gabigol.

    Apesar das várias tentativas de Gabigol e do dinamismo de Arrascaeta na frente de ataque, o Flamengo não foi tão perigoso quanto todos esperariam que fosse, manifestando muita dificuldade em criar soluções para furar as linhas do SE Palmeiras.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diego Alves (7)

    Filipe Luís (6)

    Rodrigo Caio (6)

    David Luiz (7)

    Isla (6)

    Willian Arão (7)

    Andreas Pereira (7)

    Bruno Henrique (6)

    De Arrascaeta (8)

    Éverton Ribeiro (7)

    Gabigol (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Renê (7)

    Michael (6)

    Matheuzinho (7)

    Kenedy (7)

    Vitinho (-)

    Pedro (-)

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