Académico de Viseu FC 24-26 CF “Os Belenenses”: Belém mete a segunda

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    A CRÓNICA: INCONSISTÊNCIA TRAMOU O ACADÉMICO

    Depois de terem ido ao Dragão Arena, o Académico Viseu recebeu outro emblema histórico do Andebol nacional. O Belenenses vinha tentar vencer pela primeira vez como visitante a uma equipa que ainda não venceu.

    Os primeiros minutos correram mal à equipa da casa. Vários passes falhados permitiram aos homens do Restelo colocarem-se a ganhar por cinco golos de diferença aos dez minutos (1-6).

    Depois de um timeout pedido pelo banco do Académico, os viseenses tornaram-se mais assertivos no ataque e com as várias intervenções do guarda redes reduziram a desvantagem para dois golos (4-6).

    Os golos eram escassos, mas o Académico ainda se colocou reduzir a desvantagem para a margem mínima perto dos 25 minutos de jogo (7-8).

    Nos últimos cinco minutos, as desconcentrações da equipa da Beira Alta e a maior eficácia ofensiva do Belenenses conduziram a uma vantagem confortável dos visitantes ao intervalo (9-13).

    Na segunda parte, as duas equipas mantiveram a distância de quatro golos durante os primeiros dez minutos (13-17). No entanto, nos cinco minutos, o ataque viseense engrenou e António Silva foi defendendo o que podia. Dessa forma, a vantagem dos lisboetas caiu para dois de diferença (16-18) a meio do segundo tempo.

    Por seu lado, o Belenenses acabaria por voltar a ser mais concretizador e aproveitou as precipitações do adversário para voltar a fixar quatro golos de vantagem (17-21).

    Com Custódio Ferreira a fazer várias intervenções decisivas e o ataque a carburar, o Belenenses colocou-se a vencer por seis a quatro minutos do fim (19-25).

    O melhor que o Académico conseguiu fazer foi reduzir a desvantagem para dois golos, acabando o jogo a pressionar alto.

    O Belenenses foi, sem ter feito um grande jogo, uma equipa mais assertiva sem cometer muitos erros graves, vencendo a partida.

    A FIGURA

    CF Os Belenenses
    Fonte: CF Os Belenenses

    Tomás Ferreira – O ponta do Belenenses foi o melhor marcador do jogo e mostrou-se assertivo na hora de rematar à baliza. Não se escondeu do jogador e aproveitou os espaços dados pela defesa contrária. Destaque do lado contrário para António Silva que manteve a sua equipa em jogo, mesmo em fases de maior desinspiração.

     

    O FORA DE JOGO

    Miguel Vieira – O lateral direito do Académico de Viseu foi um dos jogadores que cometeu erros nos passes, proporcionando à equipa adversária saídas em transições rápidas. No entanto, é de salientar que não foi o único, mas em comparação com alguns dos seus colegas, não esteve tão ativo no ataque.

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC

    A equipa tentou explorar o jogo no centro com Miguel Cortinhas a funcionar como organizador de jogo ofensivo. A pivot, Diogo Quintas fazia a posição mas com muita dificuldade perante a vigilância dos centrais adversários. Dificuldades na reorganização defensiva e ofensiva em situações de transição rápida. António Silva apresentou bastante maior eficácia entre os postes na segunda parte do que Ruben Sousa na primeira e permitiu à equipa reentrar no jogo.

    EQUIPA E PONTUAÇÕES

    António Silva (8)

    Ruben Sousa (5)

    Dusan Maric (6)

    Miguel Cortinhas (6)

    Tiago Heber (5)

    Kevin Diaz (5)

    Diogo Liberato (5)

    Diogo Quintas (5)

    Tiago Arrojado (6)

    Benjamin João (6)

    Aldrin Andrade (-)

    Matheus Victor (5)

    Eduardo Almeida (5)

    Miguel Vieira (5)

    João Macedo (5)

    Eduardo Martins (5)

    ANÁLISE TÁTICA – CF OS BELENENSES

    A equipa do técnico Carlos Jorge tentou explorar as brechas defensivas do adversário através de iniciativas individuais principalmente por Edvaldo e Tomás Ferreira. Souberam explorar os contraataques, mas a eficácia no remate não foi a melhor por vezes. Na defesa fecharam o espaço ao pivot adversário

    EQUIPA E PONTUAÇÕES

    Miguel Moreira (6)

    Custódio Gouveia (7)

    Tiago Pereira (6)

    Rui Barreto (5)

    Tomás Ferreira (8)

    Gonçalo Nogueira (6)

    João Alcântara (5)

    Nelson Pina (6)

    Tiago Ferro (7)

    Bruno Moreira (7)

    Carlos Siqueira (6)

    Uros Markovic (5)

    Christopher Selles (6)

    Edvaldo Ferreira (6)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académico de Viseu FC

    BnR: Que balanço faz do jogo?

    Rafael Ribeiro [técnico principal]: Somámos outra vez uma derrota. O jogo teve muitos altos e baixos. Na parte final foi mais notório, foi mais no querer e na garra do que propriamente bem jogado.

    O que tiro do jogo é que não fomos competentes sobretudo no momento da finalização. Estamos com algumas dificuldades no ataque e as oportunidades que criamos, não as conseguimos finalizar em muitos momentos. Nós criámos muitas mais oportunidades do que os 24 golos aparentam. É pouco.

    A nossa valência é que tivemos relativamente bem na defesa. Só sofremos 26 golos. Ainda assim, estivemos a jogar com uma equipa bem mais experiente do que a nossa e isso notou-se na segunda parte. Nos momentos em que estivemos mais perto e fomos mais agressivos, a equipa do Belém esteve bem a gerir os tempos de jogo e nós não conseguimos.

    É um bocadinho angustiante porque achávamos que podíamos ganhar o jogo. Obviamente este é o discurso para todos os jogos, mas sentíamos que podíamos ganhar o jogo frente a uma boa equipa, mas com algumas limitações.

    BnR: A má entrada na primeira parte acabou por ser decisiva no resultado final?

    Rafael Ribeiro: Apesar de termos conseguido encurtar, vamos a perder por quatro ao intervalo. Tivemos bola, no início da segunda parte, com mais um e não conseguimos. Não podemos.

    A primeira bola é nítida disso. Logo aí se percebeu como poderia ser o jogo. Nós tínhamos de controlar esses momentos. Não podíamos ter deixado o resultado alargar. Depois do timeout, conseguimos controlar outra vez.

    Nós andamos sempre aqui no vai e volta e não conseguimos, no momento chave, acertar como foi no jogo com o ABC. Em certos momentos, foi um deja vu. Na segunda parte, conseguimos encurtar, depois eles alargam. Depois voltámos a ter de jogar com quatro jogadores como com o jogo com o ABC.

    BnR: O que disse no timeout no início do jogo que fez com que a equipa melhorasse?

    Rafael Ribeiro:  A estratégia do jogo é uma. Os jogadores sabem as limitações da equipa adversária, onde devemos explorar e onde devemos ser mais contidos. Por isso, isso não muda em cinco, seis ou sete minutos.

    É a questão de chamar a atenção. A equipa está a pagar a ansiedade de estar na I Divisão. A inexperiência nota-se claramente e hoje foi prova disso. Quando temos uma equipa em comparação como o Belenenses, com todo o respeito que tenho, os velhos do Restelo, no sentido da experiência e da maturidade, fica evidente a diferença entre as duas formações e entre a larga maioria das equipas contra quem nós jogamos.

    Esta já passou. Para a semana temos uma deslocação difícil ao Sporting obviamente, mas no feriado de terça feira [1 de novembro] temos o Santo Tirso e aí é que temos de focar.

    BnR: Contra o FC Porto, o ataque passou muitas vezes pelo pivot [Diogo Quintas, melhor marcador do Académico de Viseu nesse jogo] ao contrário de hoje frente ao Belenenses. Foi uma das maiores dificuldades para sustentar os movimentos ofensivos?

    Rafael Ribeiro:  Equipas diferentes dão-nos dificuldades diferentes e põe-nos oposições diferentes. O Belenenses tem uma forma diferente de jogar do Porto. Obviamente que o contexto do jogo frente ao Porto é outro. O Porto geriu o jogo na segunda parte, sobretudo na segunda parte foi quando o Quintas marcou mais golos. Hoje ainda foi dando algum trabalho.

    Podia aqui ou ali ter havido uma situação mais de sete metros ou dois minutos. Mesmo assim, todos os que foram marcar os sete metros falharam. Mais um motivo para justificar isso.

     

    CF Os Belenenses

    BnR: O Belenenses consegue vencer em Viseu. Que balanço faz do jogo?

    Carlos Jorge [técnico principal]: Uma vitória importante com períodos de jogo em que jogámos muitos bem e noutros períodos em que não jogámos tão bem.

    É normal a equipa está a passar por uma fase difícil. Os resultados não têm ajudado. O histórico do Belenenses na I Divisão obriga a outro tipo de prestação e a pressão está a fazer-se sentir particularmente numa altura em que tínhamos o jogo controlado. A partir daí, fizemos asneira e voltámos a colocar a equipa adversária em campo.

    BnR: A equipa conseguiu a primeira vitória esta época na jornada anterior [vitória frente ao Artística de Avanca por 29-26]. A paragem competitiva entre estes dois jogos foi negativa ou positiva para o Belenenses?

    Carlos Jorge: Foi positiva, por um lado, porque tivemos mais tempo de recuperação. Por outro lado, foi negativa porque tivemos dois jogadores com Covid-19 e nós só viemos para Viseu com 14 jogadores. Esses dois atletas que ficaram de fora são importantes porque nos permitem fazer uma rotação da equipa completamente diferente.

    BnR: O sucesso defensivo do Belenenses na partida passou por controlar os movimentos do pivot adversário?

    Carlos Jorge: Não, o Académico tem um modelo de jogo e foi o que nós preparámos bem para o encontro. Sabemos que uma das possibilidades que o Académico tem é esse jogo com o pivot e nós limitámos esse movimento do ataque adversário. Foi uma questão estratégica.

    BnR: Depois destas duas vitórias, a confiança já voltou ao grupo?

    Carlos Jorge: Vamos ver. Temos uma semana para preparar o próximo jogo e é outro duelo importante. Jogamos em casa e é contra outro adversário [vs Santo Tirso AC, dia 29/10] que temos de ganhar. É jogo a jogo e vitória a vitória que vamos restabelecendo a confiança.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.