Académico Viseu FC 28-26 GC Santo Tirso: Lanterna vermelha sai de Viseu

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académico Viseu FC

    BnR: Que balanço faz do jogo?

    Rafael Ribeiro [técnico principal]O jogo teve muitos altos e baixos da nossa parte. Na antevisão, tinha dito que iria ser um dos jogos mais equilibrados do Campeonato por serem equipas mais ou menos do mesmo nível e com limitações parecidas.

    Saio frustrado em certa parte porque só conseguimos a vitória só na parte final porque, em vários momentos do jogo, fomos conseguindo assumir o controlo da partida. Estivemos a vencer por três e o Santo Tirso por três. Perto do final do jogo, o Santo Tirso esteve à frente e teve o jogo mais na mão do que nós. Acabámos por ser mais felizes. Pela alternância no marcador, quem perdeu vai ter sempre um sentimento de injustiça porque também esteve na frente.

    Saio feliz pela vitória, mas acho que, nos momentos em que estivemos à frente com situações para assumir o jogo ainda mais e tomar a liderança mais confortável, cometemos erros. Falhámos outra vez na finalização que foi uma coisa brutal. Isso paga-se caro.

    Quando jogamos com uma equipa do nosso nível, esses erros não são tão notórios porque a equipa adversária também tem algumas dificuldades como nós temos. Contra equipas de outro poderio, essas falhas são quase morte pela certa do nosso lado. É isso que nos difere das equipas que já estão cá há mais tempo. Isto é uma questão com os jogos, as rotinas e o hábito de vencer é que vão trazer essa tranquilidade. Infelizmente as vitórias não vão ser muitas, mas vamos tentar lutar por isso. Nunca vamos ter um jogo tranquilo na I Divisão.

     

    BnR: A chegada à I Divisão dá outro prestígio à equipa. No entanto, como é que é a sensação de se lidar mais vezes com a derrota do que com a vitória ao contrário do que acontecia nos escalões secundários?

    Rafael Ribeiro: Nós e o Santo Tirso vínhamos com o hábito de vitórias. Chegando aqui à I Divisão temos de saber qual é o nosso lugar e mudar o chip. Independentemente de perder com o FC Porto, com o Sporting ou com o Póvoa, o que fica é a derrota. As derrotas começando a acumular fica difícil tirar dos ombros dos atletas e isso tem-se notado. Não é propositado mas no jogo de hoje notou-se. Parece que não queríamos ganhar. Poderíamos ter tomado controlo do jogo de forma mais sedimentada, mas não conseguimos.

    Temos de saber lidar com o insucesso. Obviamente isto é uma montra para todos. Toda a gente deveria ter a ambição de querer mais pessoal e profissionalmente. Nós temos de nos agarrar a isso, sabendo que vamos perder muito mais do que aquilo que ganhamos. Aliás as duas equipas competiram para ganhar o primeiro jogo. São as diferenças naturais e temos de assimilar isso.

    BnR: Hoje houve a aposta no Benjamin João no início das duas partes. Foi uma aposta na finalização pela direita?

    Rafael Ribeiro: A equipa adversária também é diferente e coloca dificuldades diferentes. Conseguimos criar mais situações pelas pontas que não temos conseguido. Nós centramos muito o jogo, o jogo é muito afunilado e as defesas adversárias percebem esse tipo de situação.

    Em relação ao Benjamin, é uma regra de treina melhor, joga mais. A alteração não foi porque tivesse mal no ataque, mas na defesa ele é fisicamente mais frágil e o Santo Tirso estava a aproveitar a questão do pivot, primeiro segundo. Ele foi ultrapassado uma vez e o Arrojado é mais forte nesse tipo de duelos 2×2. Esteve bem no jogo, falhou um remate em que tentou a interceção, mas isto acaba por não ser estratégia porque a posição de pontas é muito especifica. Há uma situação em que um é melhor do que o outro e vamos tentando jogar com isso.

    Felizmente este ano, dentro das nossas limitações, temos mais do que um jogador por posição. Hoje o Diogo Liberato fez o jogo todo coisa que não tem feito. O Rúben jogou e acabou por ser ele o homem decisivo, na minha opinião, e pouco tem jogado porque o António Silva tem estado bem. Isto é o que o jogo e a semana de trabalho nos vai dando. Conseguimos esta época não ter um sete definido, mediante a semana de trabalho.

    BnR: Nos próximos jogos, o Académico de Viseu defronta adversários que lutam pela manutenção. Esta vitória dá ânimo para o que vem a seguir?

    Rafael Ribeiro: Tem de dar. No sábado já temos outro jogo importante como este era contra o ADA Maia que estava na mesma situação que nós. Esta vitória tem de dar ânimo porque os jogadores não podem estar da mesma forma se tivéssemos perdido em casa com uma equipa com os nossos objetivos.

    Se perdêssemos, era quase estarmos a dar um tiro no pé para aquilo que são as condicionantes do Campeonato. Por isso, no sábado temos de ter ânimo para procurar a segunda vitória, apesar de ser um adversário diferente. Depois vamos a Setúbal e recebemos o Marítimo, adversários que são mais experientes, com mais de I Divisão, mas em que a diferença é mais curta do que com as equipas que defrontámos até agora.

    BnR: A equipa tinha jogado há três dias contra o Sporting, onde a equipa até entrou relativamente bem. Como foi lidar com o desgaste físico e isso influenciou o início menos conseguido da equipa hoje?

    Rafael Ribeiro: Só treinámos o treino ontem [segunda-feira] depois do jogo frente ao Sporting. Tivemos o Benjamin João e o Eduardo Martins na Seleção Nacional sub20 a jogar no domingo.

    Obviamente que o treino não foi de correrias. Foi uma questão mais tática. Treinámos um bocadinho mais de ataque.

    O resultado do jogo do Sporting foi pesado [39-19]. Fizemos mais do que os 20 golos de diferença indicam. Devíamos ter perdido, mas fizemos para não perder por tanto.

    O Ginásio também estava na mesma situação do que nós. Teve jogo em Belém no mesmo dia meia hora mais tarde até nos encontramos na estação de Pombal. Portanto, a nível de descanso, se jogássemos com uma equipa que não tivesse jogado no sábado, faria diferença. Contra o Sporting, fomos gerindo um bocadinho dentro das nossas limitações porque sabíamos que dificilmente ganharíamos e tínhamos jogo terça-feira. Apesar da gestão que fiz, não pensei no jogo frente ao Santo Tirso durante o encontro contra o Sporting.

    Há um trabalho físico de pré época que foi consolidado e temos de manter durante a temporada. Agora não é muito normal para nós jogarmos sábado, depois terça e a seguir novamente no sábado. Partimos já um bocadinho em desvantagem porque só hoje à noite é que nos vamos focar no ADA Maia. Não é uma desculpa. O adversário tem um pouco mais de tempo para se preparar e mais um jogo para nos observar, mas faz parte. Depois de ganharmos, a semana tem de correr melhor.

     

    GC Santo Tirso

    BnR: Que balanço faz do jogo?

    Danilo Ventura [técnico principal]: Este era um jogo bastante importante para ambas as equipas. Vínhamos de resultados bastante negativos. Somos as equipas primodivisionárias mais recentes e estávamos a apostar muitas fichas neste jogo. Falei com o meu colega [treinador do Académico de Viseu] e pensamos exatamente o mesmo.

    Foi um jogo de alguns nervos. Notou-se o nervosismo de ambas as equipas por as coisas não terem corrido tão bem, pelo menos, a nível de resultado. Foi um duelo bastante disputado. Em termos defensivos, houve bastante contacto, houve muita luta. Até houve intervenção dos árbitros para que a luta fosse justa e honesta.

    As equipas tentaram ao máximo ter um processo defensivo bastante agressivo, mas ofensivamente a equipa do Viseu foi ligeiramente superior a nós. Não só na finalização que se notou no final, mas também o processo ofensivo foi mais limpo, mais fluído.

    A vitória não ficava mal a nenhuma das equipas e não fica mal ao adversário. Temos de dar o mérito também quando o merecem.

     

     

    BnR: O Santo Tirso teve várias vezes em vantagem no marcador. O que faltou à equipa para não conseguir segurar a liderança no marcador?

    Danilo Ventura: Alguma ansiedade porque os jogos não têm corrido bem efetivamente. Trabalhar sobre derrotas é sempre mais difícil do que trabalhar sobre vitórias. Trabalhando sobre derrotas, temos sempre mais ansiedade e alguma falta de confiança sobre a aquilo nalguns aspetos fazemos.

    No nosso caso, nota-se muito mais no plano ofensivo do que no defensivo. Vamos limitando defensivamente algumas lacunas, fingindo que não as temos, mas ofensivamente com a bola na mão tem-se notado. Cometemos falhas técnicas em situações em que o Académico de Viseu nem precisou de mexer para recuperar a bola e também falhámos na finalização.

    Houve ali um bom momento do guarda redes adversário. Depois de mesmo estarmos por cima, a ansiedade de termos de jogar deu-nos cabo do trabalho ofensivo. Temos de admitir isso e dar passos mais firmes e mais confiantes.

     

    BnR: O facto de jogarem três dias depois do último jogo [Belenenses, derrota por 37-25] acabou por influenciar a parte física?

    Danilo Ventura: Penso que não. Em termos antropométricos, não temos a altura e o peso de muitas das equipas da I Divisão.

    Afetou a recuperação mental. Fisicamente não senti tanto. O nosso jogo no fim de semana contra o Belenenses foi a nossa pior exibição e já jogámos contra o FC Porto e o SL Benfica. Isso pesou mais do que só a parte da fadiga.

    Estamos a lutar e, de repente, vemo-nos em desvantagem, voltaram a aparecer alguns fantasmas. Nós temos rapidamente que os exorcizar e rapidamente modificar. Sabemos da dificuldade que têm todos os jogos sem exceção, mas estamos aqui por mérito próprio. Não fomos abençoamos para estar na I Divisão só porque sim.

     

     

     

    BnR: O facto de a equipa ter perdido os três encontros frente ao Académico de Viseu na época passada serviu de motivação para este jogo?

    Danilo Ventura: Sim, pesou um pouco. Esta também é a equipa que conhecemos melhor porque, num curto período de intervalo de tempo, foi a única com quem jogamos em comparação com as outras equipas da I Divisão que vamos defrontar e temos aqui uma rivalidade saudável neste último ano.

    Estávamos bastante expectantes e queríamos muito esta vitória porque temos um saldo muito negativo. Continuamos com saldo, vamos ter de nos vingar para a próxima.

     

    BnR: Nos últimos segundos da primeira parte, houve um pedido de desconto de tempo por parte do Santo Tirso. Qual foi o motivo?

    Danilo Ventura: Estávamos a tentar, na parte final, marcar um movimento ofensivo porque tínhamos observados uma lacuna no adversário em termos defensivos.

    Então, estrategicamente colocamos um jogador a fazer um movimento ofensivo de desequilíbrio que, por acaso, deu livre de sete metros e correu bem, nem sempre corre.

    Às vezes, nós, treinadores, achamos que podemos fazer de marionetes, mas não. Os atletas interpretaram bem o que foi pedido no timeout e conseguimos o sete metros que naquele momento foi importante.

     

    BnR: O que podemos esperar do Santo Tirso na I Divisão esta época. É uma luta desigual agravada pela questão da redução do número de equipas na competição?

    Danilo Ventura: Vamos ter este problema que sabíamos à partida. Os quatros últimos não se mantêm na I Divisão, pelo menos, de forma imediata, e, portanto, a luta vai ser titânica.

    Obviamente existem muitas equipas bastante boas para além dos três grandes, mas também existem algumas formações mais niveladas. Nós temos tido este contacto com a I Divisão e a maior parte dos meus jogadores nunca tinham jogado na competição, não tinham essa experiência. Alguns já tinham passado por cá, mas não no passado recente. Só um deles tinha jogado o ano passado na I Divisão.

    Não digo que é uma altura desigual, vou mudar a palavra para diferente. Nós temos de ter armas diferentes, temos de ter uma expetativa diferente e temos de ter uma abordagem diferente. Temos de trabalhar mais e temos fazer mais do que os outros porque eles têm outras capacidades que nós não temos. Vai ser muito difícil para ambas as equipas, mas espero que consigamos ter, na maior parte dos jogos, esta competitividade do início ao fim.

    A maior parte dos jogos tem de ser assim. É esse o nosso grande objetivo e espero que alguns deles pendam para a nossa vitória.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.