A CRÓNICA: DEPOIS DE UMA PRIMEIRA PARTE IMACULADA, OS DRAGÕES NÃO CONSEGUIRAM MANTER A INTENSIDADE NO SEGUNDO TEMPO
FC Porto e Paris Saint-Germain encontraram-se no Dragão Arena na 7ª jornada da EHF Champions League, com a vitória a sorrir à equipa visitante, que teve de suar para ultrapassar o conjunto portista.
A equipa do PSG chegou a Portugal sem algumas das suas principais figuras – Nikola Karabatic, Kamil Syprzak e Viran Morros de Argila. Mesmo assim, quem olhasse para o plantel parisiense, iria ter dificuldade em contar a quantidade de all-stars presentes no banco de suplentes.
Contudo, quem entrou melhor foi a equipa da casa, que pôs em sentido o seu rival e mostrou que este ia ser um jogo disputado até ao final.
Com o seu sete inicial do costume, o Porto marcou primeiro e rapidamente chegou a uma vantagem de 2-0. O PSG apenas conseguiu ultrapassar Alfredo Quintana pela primeira vez à passagem do minuto 5 por intermédio do bombardeiro Mikkel Hansen, que com dois livres de sete metros fez o 2-2.
Get that outta here!
Alfredo Quintana with the massive fast break denial ⛔️ and there is plenty more where that came from so far as @FCPorto lead PSG. #ehfcl pic.twitter.com/JdnIUQV8py
— EHF Champions League (@ehfcl) November 18, 2020
Os dragões iam mostrando toda a sua confiança dentro de campo, com os jogadores sem medo de assumir, o que causava problemas à defesa 5×1 visitante, que não conseguia tapar os buracos que iam aparecendo. Aos 22 minutos o Porto vencia por 10-6, com os golos a serem apontados por dez atletas diferentes. E quando Alfredo Quintana marcou o seu segundo golo ao fazer 11-6, era mesmo o melhor marcador azul-e-branco.
O PSG conseguiu recuperar e ao intervalo o marcador assinalava 16-12, favorável à equipa de Magnus Andersson.
Tudo fazia querer que o segundo tempo visse o Porto manter o nível. No entanto, e tal como já vimos anteriormente, os dragões entraram mal e permitiram a recuperação dos parisienses, que assumiram o controlo da partida e não mais o largaram.
A defesa da casa começou a perder intensidade – durante toda a primeira parte vimos um 6×0 portista agressivo, que pressionava muito o portador da bola, levando a falhas técnicas – mas sem essa pressão o talento francês tinha tempo e espaço para pensar e executar.
Ao apostar no 7×6 no ataque, o técnico do PSG mostrou que, apesar de o Porto ser muito bom a atacar com esse recurso tático, tem dificuldades em defendê-lo. Até ao final o PSG controlou a diferença no marcador, e venceu de forma confortável por 31-34.
A FIGURA
Vincent Gerard: O prémio podia ter ido para o lateral Mikkel Hansen, que com nove golos em onze remates, levou a equipa até à vitória. Mas o guarda-redes francês apareceu sempre que a sua equipa precisou, e com uma série de defesas – incluindo uma com a testa – Vincent Gerard foi uma das chaves para o triunfo parisiense.
O FORA DE JOGO
Elohim Prandi: O primeira-linha francês teve uma entrada desastrosa em jogo, e a espaços parecia estar mais preocupado em reclamar do que em ajudar a sua equipa a dar a volta ao resultado. Terminou com dois golos em quatro remates, mas podia (e devia) ter feito muito mais.
ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO
O FC Porto apresentou-se na máxima força e tal notou-se no plano defensivo. Com uma defesa 6×0 com os segundos defensores a apostarem na profundidade, a primeira-linha do PSG ia colecionando falhas técnicas. No entanto, quando o físico quebrou, os dragões não conseguiram parar o 7×6 francês. Com tempo e espaço, o PSG circulava a bola com critério e paciência até encontrar o espaço ou o homem livre.
SETE INICIAL E PONTUAÇÕES
Alfredo Quintana (8)
Leonel Fernandes (7)
André Gomes (6)
Miguel Martins (7)
Diogo Silva (7)
Miguel Alves (5)
Victori Iturriza (7)
SUPLENTES UTILIZADOS E PONTUAÇÕES
Daymaro Salina (7)
António Areia (7)
Diogo Branquinho (7)
Rui Silva (7)
Ivan Sliskovic (7)
Fábio Magalhães (7)
Djibril Mbengue (-)
ANÁLISE TÁTICA – PARIS SAINT-GERMAIN FC
O campeão francês demorou a adaptar-se ao ataque portista. A defesa 5×1 inicial tinha como objetivo frustrar a circulação de bola portista na primeira-linha, mas tendo em conta a velocidade de atletas como Miguel Martins e André Gomes, o Porto ia encontrando o espaço.
O momento decisivo foi a aposta no 7×6 no ataque. Ao colocar Luka Karabatic e Henrik Toft Hansen ao mesmo tempo, o PSG começou a aproveitar a vantagem física e de espaço para marcar e chegar à vitória.
SETE INICIAL E PONTUAÇÕES
Vincent Gerard (8)
Adama Keita (6)
Mikkel Hansen (8)
Nedim Remili (7)
Dainis Kristopans (5)
Ferran Sole Sala (6)
Luka Karabatic (7)
SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES
Benoit Kounkoud (7)
Henrik Toft Hansen (7)
Mathieu Grebille (7)
Elohim Prandi (4)
Dylan Nahi (7)
Foto de capa: FC Porto