SL Benfica 27-30 Sporting CP: Venceu quem jogou os 60 minutos

    A CRÓNICA: UMA AULA DE (MÁ) GESTÃO

    O Sporting CP foi ao outro lado da Segunda Circular bater o SL Benfica, num dérbi bem disputado – sobretudo na segunda parte – e com muitos golos – de novo, sobretudo na segunda parte.

    Com este triunfo, os de Alvalade seguem na liderança (com ou sem a companhia do FC Porto) e infligem aos da Luz a primeira derrota no campeonato. Como foi o jogo? Ora leiam. SL Benfica

    A partida apresentou-se a quem a assistia de uma forma muito tímida, com o marcador a ser inaugurado já com cinco minutos e meio decorridos – Ole Rahmel foi o autor – e com os leões em inferioridade numérica, por exclusão.

    O primeiro golo sportinguista tardou ainda mais uns momentos, surgindo já dentro do nono minuto do encontro e com o SL Benfica a liderar por 2-0.

    Dez minutos de jogo e 3-1 no placar. A primeira igualdade pós-nulo surgiria aos 12 minutos, neste caso a três golos.

    Foi necessário transpor a barreira dos 17 minutos para encontrar a primeira vantagem leonina no resultado – através de um livre de sete metros, Francisco Tavares fez o 4-5 (e viria um minuto mais tarde a fazer o 5-6, de novo da marca de sete metros).

    SL Benfica x Sporting CP Andebol
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Vinte minutos de jogo e 5-7 no placar. Nos momentos que se seguiram, a capacidade defensiva do Sporting CP veio ao de cima, com os verde-e-brancos a roubarem a bola aos encarnados várias vezes e a lançarem quase em “jogo direto” Mamadou Gassama, que por mais de uma vez se viu cara a cara com Sergey Hernández, levando o”19” dos forasteiros sempre a melhor ante o guardião das águias neste duelo espanhol.

    A vantagem leonina ia granjeando dilatação a um ritmo assustador para a equipa da casa. O susto despertou a turma encarnada, que nos dez minutos finais do primeiro tempo recuperaram terreno.

    Para tal, muito contribuíram um menor acerto ofensivo do Sporting CP, uma maior capacidade das águias para ferirem em transição e um bom momento no jogo dos pontas benfiquistas.

    Nova igualdade na partida só aos 10-10, resultado que antecedeu o 11-10 favorável ao conjunto da casa, que o guardou até ao apito final da primeira metade da partida. Trinta minutos de jogo e 11-10 no placar. O início do segundo tempo contrastou (e de que maneira) com o início dos primeiros 30 minutos.

    Neste retomar da partida, o golo – ingrediente que é a essência da culinária desportiva – apareceu com uma frequência assinalável e muito bem-vinda.

    As águias foram as primeiras a marcar, o que provou ser um gatilho para a manutenção da liderança encarnada do marcador nos minutos seguintes. Cruzado o equador da primeira dezena de minutos da segunda metade, as águias já haviam cavado um fosso de três golos para o grande rival.

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Quarenta minutos de jogo e 17-15 no placar. As águias viriam a estagnar e os leões alcançariam uma vantagem de três golos (17-20). A 62 segundos da entrada na última dezena de minutos e com o Sporting CP em vantagem por 19-21, o alemão Schongarth viu o cartão vermelho após ter atingido com as mãos a face de Bélone Moreira.

    Cinquenta minutos de jogo e 20-21 no placar. Os leões dispararam no marcador nos momentos seguintes, alcançando uma vantagem confortável e constante de quatro/cinco golos.

    A réplica encarnada foi tardia – demasiado tardia. O Sporting CP haveria mesmo de segurar a vantagem, triunfando por 30-27 no reduto do grande rival, que “morreu para o jogo” aos 40 minutos.

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Manuel Gaspar: o guardião português do Sporting CP foi decisivo nos momentos mais decisivos da partida, com excelentes defesas (algumas delas em livres de sete metros e outras em situações de um para um), com segurança, com confiança e com golos – apontou dois. Foi, individualmente, quem mais contribuiu para a boa vitória dos leões. SL Benfica

     

    O FORA DE JOGO

    Últimos vinte minutos do SL Benfica: As águias chegaram aos quarenta minutos em vantagem, por 17-15, mas daí em diante não conseguiram nem gerir a vantagem, nem recuperar da desvantagem.

    Permitiram que os leões (que têm todo o mérito que lhes compete) disparassem no marcador e quando uma réplica encarnada parecia estar a nascer era já tarde demais. Má gestão do resultado da parte dos encarnados. SL Benfica

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    A turma de Chema Rodríguez defendia em 6×0, com maior agressividade nos momentos iniciais. No ataque, as águias optavam por lances mais prolongados, ficando por várias vezes “em cima” da infração de jogo passivo. Era, sobretudo, pelos pontas (em particular, Kallman na esquerda e Rahmel na direita) que os encarnados criavam perigo nas suas finalizações.

    Algumas perdas de bola comprometedoras limitaram alguns ataques do SL Benfica e colocaram em cheque a vertente defensiva da equipa anfitriã, que em vários momentos não se soube prevenir de forma a fazer face às transições ofensivas adversárias.

     

    SETE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Sergey Hernandez (7)

    Lazar Kukic (6)

    Petar Djordjic (5)

    Jonas Kallman (7)

    Demis Grigoras (8)

    Ole Rahmel (8)

    Alexis Borges (5)

     

    SUBS UTILIZADOS

    Gustavo Capdeville (6)

    Bélone Moreira (6)

    Francisco “Kiko” Pereira (5)

    Carlos Martins (-)

    Paulo Moreno (-)

    Rogério Moraes (6)

    Arnau García (5)

    Luciano Silva (-)

    Tadej Kljun (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    O conjunto de Ricardo Costa defendia em 6×0, mas sentiu algumas dificuldades em controlar as bolas que chegavam aos pontas adversários. Os ataques leoninos eram menos prolongados do que os ataques benfiquistas, mas gozavam de eficácia idêntica.

    Mais do que os encarnados, os verde-e-brancos apostaram (com sucesso) em transições ofensivas mais velozes e pungentes, beneficiando de uma capacidade de roubo de bola que se fez sentir de forma mais presente a partir do segundo terço da primeira parte.

    Consistentes defensivamente e rápidos na execução ofensivamente (ainda que pouco letais, sobretudo no primeiro tempo): assim foram os leões na visita ao Pavilhão Nº 2 da Luz. SL Benfica

     

    SETE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Manuel Gaspar (9)

    Natán Suárez (7)

    Josep Folqués (7)

    Salvador Salvador (6)

    Jonas Tidemand (6)

    Jens Schongarth (5)

    Francisco Tavares (8)

     

    SUBS UTILIZADOS

    Matevz Skok (5)

    André José (-)

    Carlos Ruesga (5)

    Mamadou Gassama (8)

    Duarte Seixas (5)

    Erekle Arsenashvili (6)

    Edmilson Araújo (7)

    Francisco “Kiko” Costa (7)

    Martim Costa (7)

    SL Benfica

    Foto de capa: SL Benfica

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.