Mundiais de Doha (27/09 – 06/10)
Devido ao facto dos Mundiais se realizarem numa fase tão tardia (em que normalmente a temporada já terminou), até foi criada uma nova competição que é uma espécie de Ryder Cup para o Atletismo, um duelo entre EUA e Europa, que se irá realizar a 9 e 10 de setembro. O evento realizar-se-á em Minsk (na Bielorrúsia), mas é pouco claro, para já, se é algo para continuar ou se será um evento único apenas para preencher mais o calendário até ao ponto alto da temporada.
Esse ponto alto será mesmo em Doha com os Mundiais ao ar livre. A polémica escolha de Doha, no Qatar, ainda continuará a dar muito que falar, mas se dúvidas persistem quanto a alguns aspetos como a adesão do público local, poucas dúvidas persistem em relação à esperada qualidade do evento. O ano de 2018 serviu de antecâmara para o que se perspetiva ser um dos melhores ciclos da história do Atletismo e Doha deverá ser palco de muitos eventos apaixonantes. O estádio, com um sistema especial de ar condicionado, irá estar preparado para auxiliar atletas e público a gerir as difíceis condições climatéricas da cidade e o mesmo fator levou à alteração dos horários das provas de estrada que se irão realizar de madrugada.
Irremediavelmente, teremos que referir que serão os primeiros Mundiais da era pós-Bolt, pelo que será especialmente interessante perceber como as audiências globais irão seguir o evento, que ainda por cima se irá realizar numa altura em que irá já colidir com a temporada futebolística europeia. De resto, duelos apaixonantes são esperados em praticamente todos os eventos, que deverão contar com a presença da maioria dos atuais campeões mundiais e olímpicos e também com a presença de jovens que prometem mesmo abalar com o desporto – começando em Armand Duplantis, passando por Juan Miguel Echevarría e terminando em Sydney Mclaughlin.
Será para esta competição que todos os atletas de elite irão apontar baterias e a data da realização do evento implicará também diferentes e interessantes abordagens para a obtenção dos picos de forma no final de Setembro. No que diz respeito aos atletas portugueses, a mais de 9 meses da competição, existem alguns atletas com legítimas aspirações de medalha (os campeões europeus Nelson Évora e Inês Henriques e o vencedor da Diamond League Pedro Pablo Pichardo serão as maiores possibilidades) e outros poderão aspirar a surpreender. Relembramos que os rankings IAAF não irão ainda contar para a qualificação para os Mundiais de Doha e por isso as exigentes marcas de qualificação – popularmente chamadas de “mínimos” – serão a principal forma de garantir presença em Doha.
Foto de Capa: IAAF
Artigo revisto por: Rita Asseiceiro