50 KM MARCHA: Inês Henriques (POR)
A disciplina apenas teve a sua estreia no feminino nos Mundiais de Londres e parece que o seu destino já está traçado, tendo tido uma história muito curta nos grandes campeonatos de Atletismo. De qualquer forma, a atleta portuguesa é a que marca a distância ao ter sido a primeira recordista mundial, a primeira campeã mundial e a primeira campeã europeia da história. Nos últimos dois anos, já houve cinco atletas a correr mais rápido do que a portuguesa, mas Inês Henriques foi a pioneira e uma das maiores responsáveis pela existência da distância para as mulheres. Foi ela que fez os destaques pelo mundo fora por ser sempre “a primeira…” e não tem como não ser considerada a atleta que marcou esta fase, depois de uma fantástica transição dos 20 km para os 50 km.
SALTO EM ALTURA: Mariya Lasitskene (RUS)
Ainda conhecida como Mariya Kuchina (RUS) – o nome de solteira – a russa conquistou o seu primeiro título mundial em Pequim, em 2015. O escândalo de doping russo rebentou aos seus pés e Lasitskene será das atletas mais prejudicadas na carreira, pois a completa suspensão russa no Rio, impediu a mesma de participar nos Jogos Olímpicos em que seria a absoluta favorita (mais favorita ainda do que será para Tóquio).
Nesses Jogos, o título foi para Ruth Beitia (ESP) abaixo dos dois metros… Ultrapassado o castigo, e competindo como atleta neutral, a russa dominou por completo os anos seguintes do circuito, tendo atingindo o incrível registo de 45 competições invicta! Conquistou dois títulos em pista coberta, quatro Diamond League e conquistou os títulos mundiais de Londres (2017) e Doha (2019), procurando agora o título olímpico e o recorde mundial (está a 3 centímetros de igualar).
No início deste período foi outra russa – com um passado de doping… – que dominou. Anna Chicherova (RUS) conquistou o título olímpico em Londres (2012) já depois do título mundial de Pequim (2011). Pode ter saltado muito – 2.07 metros – mas o seu passado de drogas não a pode colocar no mesmo patamar de Lasitskene.
SALTO COM VARA: Katerina Stefanidi (GRE)
Foi apenas a 2.ª década em que o Salto com Vara feminino marcou presença em Jogos Olímpicos, mas ao contrário da primeira – onde Yelena Isinbayeva (RUS) foi, sem dúvida, uma figura muito acima de todas as outras – esta foi bastante equilibrada. As três medalhadas dos Jogos de Londres foram todas diferentes das do pódio do Rio e nos Mundiais, ao ar livre, tivemos cinco campeonatos e cinco vencedoras diferentes. E pasmem-se: também ninguém repetiu títulos mundiais em pista coberta!
Ainda assim, Katerina Stefanidi (GRE) venceu os Jogos do Rio (2016) e os Mundiais de Londres (2017). Isinbayeva ainda deu um ar da sua graça com o título mundial de Moscovo (2013) e indoor de Istambul (2012). Yarisley Silva (CUB) fez o mesmo em Pequim (2015) ao ar livre, um ano depois de Sopot (2014) em pista coberta, repetindo o que Fabiana Murer (BRA) tinha feito nos Indoor de Doha (2010) e ao ar livre em Daegu (2011). Por fim, Jennifer Suhr (USA) também conquistou dois títulos com os Jogos de Londres (2012) a juntarem-se aos Indoor de Portland (2016).
Todas elas venceram duas competições, mas apenas Stefanidi foi capaz de o fazer na temporada de verão, ao ar livre, quando, na verdade, mais interessa. A juntar a tudo isso, a grega apareceu em mais três pódios globais, foi três vezes campeã europeia (duas ao ar livre) e venceu nas últimas quatro edições da Diamond League. Pode não ser a atleta com melhor recorde pessoal (longe disso, 4.91 metros) mas tudo o que conquistou faz dela uma atleta sempre a ter em conta em grandes competições e a atleta que marca este período.