LANÇAMENTO DO DISCO: Sandra Perkovic (CRO)
As cubanas equilibraram minimamente as contas com os títulos mundiais de Pequim 2015 (para Denia Caballero) e de Doha 2019 (para Yaime Pérez), bem como com os dois últimos troféus da Liga Diamante para Pérez. Ainda assim, ninguém chegou sequer perto do domínio de Sandra Perkovic (CRO). A croata conquistou os dois títulos olímpicos do período, venceu por duas vezes em Mundiais e conquistou a Diamond League por seis (!) vezes consecutivas, além de ter ultrapassado os 70 metros por cinco anos consecutivos. Os seus 71.41 metros significam o maior lançamento na disciplina desde 1992! Em muitos momentos pareceu não ter rival e mesmo com alguns problemas inesperados e com lesões a afetar parte da sua carreira, não há figura maior no Disco.
LANÇAMENTO DO MARTELO: Anita Włodarczyk (POL)
Há alguma dúvida? A melhor lançadora de todos os tempos venceu os dois Jogos Olímpicos deste período (Rio e Londres) e somou três vitórias em Mundiais (Moscovo, Pequim e Londres), além de ter conquistado quatro títulos europeus. A IAAF – agora World Athletics – muito prejudicou o Martelo ao retirá-lo das maiores reuniões mundiais de Atletismo, mas isso não impediu Anita de fazer história e de deixar um palmarés muito difícil de ser batido. É a única atleta da história que passou a barreira dos 80 metros e já o fez por sete vezes. A polaca tem as 15 melhores marcas da história, 19 das 20 melhores e 27 das 30 melhores, o que demonstra bem a sua enorme superioridade sobre qualquer atleta. Aos 34 anos deverá estar já na fase descendente da carreira –mais evidente com as recentes lesões – mas poderá ainda ter uma palavra muito grande a dizer nos próximos anos.
LANÇAMENTO DO DARDO: Barbora Špotáková (CZE)
Também ela recordista mundial (72.28 metros), Barbora Špotáková (CZE) voltou a ser a atleta mais badalada desta década no Dardo. Ainda que não tenha voltado aos 72 metros, o melhor lançamento da década foi dela: 71.58 metros. Com esse enorme lançamento venceu os Mundiais de Daegu (2011) e um ano depois (2012) foi a Londres conquistar o Ouro nos Jogos Olímpicos, defendendo o título que trazia da década anterior.
No Rio – já depois de ser mãe – viria a ser medalha de Bronze e em Londres (2017) repetiu mesmo o título mundial. Sara Kolak (CRO) venceu os Jogos do Rio, mas tem passado por vários problemas relacionados com lesões. Os Mundiais têm-nos trazido algumas surpresas, como a vitória de Kelsey Lee-Barber (AUS) este ano em Doha, ao passo que uma das atletas com mais vitórias nos últimos anos – Lyu Huihui (CHI) – continua a falhar o Ouro de forma consistente nos grandes palcos. No que diz respeito à Liga Diamante, também Špotáková foi a grande dominadora: venceu cinco edições!
HEPTATLO: Jessica Ennis-Hill (GBR)
A exibição de Katarina Johnson-Thompson (GBR) em Doha pode ter destronado o recorde nacional de Ennis-Hill e as fantásticas vitórias de Nafissatou Thiam (BEL) no Rio e nos Mundiais de Londres podem tê-la tornado numa estrela (a 3.ª com maior pontuação da história!), mas a consistência de Jessica Ennis – ou Jessica Eniis-Hill (GBR) depois de casada – não teve paralelo neste período. A britânica conquistou o Ouro nos Jogos de Londres, tendo sido Prata nos Jogos seguintes do Rio, mas isso não foi tudo. Também em Mundiais fez o suficiente para ficar na história, com vitórias em Daegu (2011) e Pequim (2015), além do título de pista coberta no Pentatlo em Doha (2010).
Foto de Capa: World Athletics