400 metros barreiras (F): A irregularidade da campeã olímpica Dalilah Muhammad (USA) retirava-lhe algum do favoritismo à entrada para esta final de ontem. Além disso, Janieve Russell (JAM) e Shamier Little (USA) vinham fazendo uma boa época, com emocionantes duelos pelo caminho. Acontece que ontem a campeã olímpica estava naqueles dias em que parece de um outro nível. Controlou a prova, agarrou-se à liderança e na entrada para a reta da meta já poucas dúvidas existiam de que ela não deixaria a vantagem fugir, também ela revalidando a conquista do troféu.
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No segundo lugar, chegou Shamier Little em 54.21 e no terceiro a jamaicana Janieve Russell em 54.38, parecendo chegar a esta fase da época já cansada, o que se compreende por a época ao ar livre, no seu caso, ter iniciado bastante cedo com os Jogos da Commonwealth, onde se sagrou campeã.
3.000 metros obstáculos (M): É daquelas provas que vai perdurar na história e que um dia contaremos aos nossos netos. Conseslus Kipruto é o atual campeão mundial e olímpico. No entanto, o queniano não chegava a Zurique como o grande favorito. Não estava a ser a sua melhor temporada a nível de marcas e de consistência e até havia um marroquino – El Bakkali – que havia sido Prata nos Mundiais do ano passado, que este ano já havia corrido abaixo dos 8 minutos, sendo o líder mundial. Tudo se agravou para Kipruto quando cedo na prova – e quando dizemos cedo, foi com apenas pouco mais de 1 minuto decorrido – perdeu o seu sapato esquerdo, sendo obrigado a fazer assim a grande maioria da distância – e com obstáculos, claro! Mas sabem que mais? Kipruto venceu o Diamante e venceu-o de forma épica, ao sprint, batendo El Bakkali!
O queniano terminou em 8:10.15, o marroquino em 8:10.19, com o norte-americano Evan Jager na terceira posição em 8:13.22. Após a prova, Bakkali não conseguia esconder o seu desapontamento, terminando em lágrimas. Kipruto, esse, foi o herói da noite e o mais aplaudido na hora da entrega dos troféus!
Salto em Altura (F): Com 7 atletas a falhar a altura de 1.90 metros, cedo começou-se a desenhar o desfecho da competição. Apenas duas passaram a 1.94 metros, sendo que a alemã Marie-Laurence Jungfleisch terminaria no terceiro lugar com 1.90 metros. 1.94 metros foi o salto máximo de Yuliya Levchenko, sendo que a vitória de Lasitskene foi ainda mais fácil do que era esperado, bastando um salto válido de 1.97 metros (e ela até falhou a primeira tentativa).
Depois, a russa, não conseguiu qualquer salto a 2 metros, parecendo demonstrar algum desgaste – físico ou mental? – nesta altura da temporada. Em declarações, no final, voltou a mencionar que a nível do resultado não é bom e que esperava mais. Nada que a deva preocupar em demasia: as outras atletas encontram-se na mesma situação e o que saltou foi o suficiente para conquistar mais um diamante – o seu terceiro na carreira.
Salto Com Vara (F): Mais uma vez, a grega Ekaterini Stefanidi provou que está talhada para os grandes momentos, para finais, para onde realmente importa o desempenho! E mais uma vez, nós não tínhamos apostado nela! Stefanidi tem neste momento o título olímpico, o título mundial, o título europeu e a Diamond League. Todas as grandes competições ao ar livre são dela. É certo que perdeu o título de pista coberta para Sandi Morris (USA) nesta temporada e que não vinha a fazer a época mais deslumbrante a nível de marcas, mas ontem, e já depois do título europeu, foi a Zurique fazer o seu melhor salto da temporada e com 4.87 metros sagrou-se a vencedora da edição 2018, o seu terceiro troféu de Diamante consecutivo.
Morris, mais uma vez atrás de Stefanidi, terminou na segunda posição com o melhor salto a ficar-se pelos 4.82 metros, mas ganhou um outro diamante e (acreditamos) com mais significado: foi proposta em casamento por Tyrone Smith, o seu companheiro, também ele atleta, também saltador, mas no Comprimento! Voltando ao desporto, no terceiro lugar ficou a russa Anzhelika Sidorova, que também saltou como melhor 4.82 metros.