Europeus de Atletismo: O Guia para Berlim’18

    Feminino

    100 metros: 

    Um dos duelos dos campeonatos nos 100 e 200: Schippers vs Asher-Smith
    Fonte: IAAF

    Há dois anos, Dafne Schippers sagrou-se campeã europeia da distância nos Europeus em casa. Dois anos depois, muito mudou na velocidade feminina e a holandesa não entrará em pista (pelo menos antes de vermos as eliminatórias) como a maior favorita no sprint mais curto. Apesar de tudo entrará no lote das 3 maiores favoritas, juntamente com a suiça Mujinga Kambundji e a britânica Dina Asher-Smith. Kambundji está a ter um formidável ano de 2018, tendo alcançado um surpreendente Bronze nos Mundiais de Pista Coberta (em 60 metros) e baixado pela primeira vez dos 11 segundos nos 100 metros (10.95) algo que nunca qualquer suiça havia feito. Já Dina Asher-Smith, campeã mundial júnior nesta distância em 2014 e actual campeã europeia nos 200 metros, continua a sua trajectória ascendente após a lesão que afectou grande parte da temporada passada e este ano já alcançou um novo recorde britânico em 10.92, correndo já por 3 vezes abaixo dos 11 segundos e liderando o ranking europeu. Teremos ainda duas francesas (Zahi e Ombissa) e duas alemãs (Luckenkemper e Tatjana Pinto) na luta pelas medalhas. 

    200 metros: Desta vez, Schippers irá dobrar e fazer as duas distâncias mais curtas da velocidade, pelo que, sendo a actual bicampeã mundial e recordista europeia da distância, entrará em pista com um estatuto a defender. Para tal terá que enfrentar um elenco muito parecido com o dos 100 metros, incluindo a sua compatriota Jamile Samuel que surpreendentemente ficou à sua frente há duas semanas no Meeting de Londres. Dina Asher-Smith é a campeã europeia em título e também a líder europeia na distância, pelo que tal como na distância curta, entrará nos 200 como favorita. Mujinga Kambundji procurará aqui também uma medalha, bem como duas mais atletas britânicas: Bianca Williams e a surpreendente campeã nacional Beth Dobbin. Ivet Lalova-Collio é outro nome que poderá sonhar com a presença nas medalhas, embora ainda não se tenha aproximado das marcas de anos transatos. 

    1500 metros: A decisão de Sifan Hassan de abdicar da sua prova (teoricamente) mais forte (embora já tenha batido o recorde europeu dos 5.000 este ano) abre caminho ao contingente britânico, com duas fortes opções de medalha. Laura Muir é a grande favorita, não fosse ela a única em prova que já correu abaixo dos 4 minutos nesta temporada. É a campeã europeia em pista coberta e vice-campeã mundial em pista coberta, pelo que se espera que aqui transporte para o ar livre esses bons momentos vividos indoor. Meraf Batha (SWE) é outra atleta que aspira a um lugar no pódio, numa altura em que o seu nome se vê envolvido em polémica depois de ter falhado 3 controlos anti-doping, presumivelmente por questões administrativas. A verdade é que tudo indica que a atleta irá poder competir em Berlim, uma vez que ainda não existe uma decisão oficial acerca do caso. Marta Pen também aqui estará à procura de um bom resultado. 

    100 metros com barreiras: A rivalidade entre Alina Talay (BLR) e Cindy Roleder (GER) nas barreiras, levou a bielorrussa ao Ouro e a germânica à Prata em 2016 e ambas ambicionam estar na final e voltar a lutar pelas medalhas em Berlim. Talay parece ainda assim um passo à frente de Roleder e da concorrência, depois de este ano já ter corrido em estratosféricos 12.41, um novo recorde nacional. Terá ainda assim a companhia de uma compatriota, Elvira Herman, que tem realizado uma grande temporada e que, aos 21 anos, já correu em 12.64 este ano, depois de ter sido a campeã mundial júnior há dois anos. Do lado alemão, além de Roleder, Pamela Dutkiewicz parece ser a que suscita mais expectativas para os Europeus, depois da surpreendente medalha de Bronze nos Mundiais de Londres na época passada. Outras atletas que podem entrar na disputa são Nadine Visser – a holandesa que foi Bronze nos Mundiais Indoor de Birmingham nos 60 barreiras -, a experiente belga Eline Berings e Isabelle Pedersen, a norueguesa que foi campeã mundial como juvenil e júnior. 

    Salto em Altura:

    Mariya Lasitskene é a rainha do Salto em Altura
    Fonte: European Athletics

    É claro que com Mariya Lasitskene em prova, a russa tem todo e qualquer favoritismo. A campeã mundial tem sido a líder incontestável do curso e foi notícia há poucas semanas por ter finalmente perdido uma prova, depois de 45 vitórias consecutivas! Ainda assim, qualidade não faltará nesta prova, com a mais recente italiana na casa dos 2 metros presente (Elena Vallortigara), assim como Mirela Demireva (BUL), que também já ultrapassou os 2 metros este ano, ela que foi Prata em Amesterdão e nos Jogos do Rio. Como outras candidatas às medalhas, temos a atleta da casa Marie-Laurence Jungfleisch (4ª nos Mundiais de Londres), Morgan Lake (a jovem britânica campeã mundial júnior em 2014) e a ucraniana Yuliya Levchenko, Prata nos Mundiais de Londres. 

    Salto em Comprimento: A britânica Lorraine Ugen lidera o ranking mundial, sendo a única atleta a saltar acima dos 7 metros nesta temporada (7.05 nos Nacionais Britânicos). Não se pode ainda dizer que esteja a ser uma época dominada pela britânica, pois as vitórias têm-se repartido bastante, com a sua compatriota Shara Proctor (6.91 este ano), por exemplo, também em plano de evidência. A comitiva britânica apresenta ainda Jazmin Sawyers na melhor forma da sua carreira (6.86), tendo o país britânico 3 atletas no top-5 europeu por esta altura. A atleta da casa Malaika Mihambo (6.99 este ano), Bronze em Amesterdão, é outra das candidatas às medalhas, mas será difícil não atribuir o favoritismo a Ivana Spanovic (6.99 em 2018), a campeã europeia que este ano já se sagrou campeã mundial em pista coberta em Birmingham. A campeã de há 4 anos, a francesa Éloyse Lesueur (6.80 este ano) é outro nome presente, ela que já não saltava tanto desde 2014. 

    Triplo Salto: Patrícia Mamona vai a Berlim defender o seu título com expectativas calculadas, depois da sua lesão e demorada recuperação que afectou toda a temporada indoor e parte da época ao ar livre. É um ano diferente também por termos Hanna Minenko (a Prata de há dois anos) e Olha Saladuha (o Ouro de há quatro anos) ainda longe do seu melhor, com 14.19 e 14.20, respectivamente. Quem lidera o ranking europeu ao ar livre, é a grega, Bronze há dois anos, Paraskeví Papahrístou que saltou 14.60 metros há cerca de duas semanas na Bulgária. Numa competição que se espera muito aberta e repleta de possibilidades, a espanhola Ana Peleteiro é outra atleta a destacar, estando a realizar uma época verdadeiramente impressionante em pista coberta e ao ar livre. Em pista coberta, foi Bronze nos Mundiais de Birmingham e ao ar livre já saltou um máximo pessoal de 14.55 metros, num dos 4 concursos em que saltou acima dos 14.30 ao ar livre em 2018. Kristin Gierisch (GER).Gabriela Petrova (BUL) ou a dupla francesa (Jeanine Issouf e Rouguy Diallo) são outras possibilidades para as medalhas. Susana Costa estará presente à procura de mais uma final e Lecabela Quaresma estreia-se nesta disciplina em Europeus.

    Lançamento do Martelo: Anita Włodarczyk é a recordista mundial, a actual campeã olímpica, 3 vezes campeã mundial e tricampeã europeia. Todos esperamos mais uma vitória da polaca em Berlim, preparada para fazer ainda mais história – e é por isso que esta prova merece ser mencionada, não por algum tipo de equilíbrio. A atleta até começou a época um pouco “emperrada” ao ficar em 9º numa competição na Alemanha, mas já está próxima do nível a que nos habituou, andando já próxima dos 80 metros (79.59) e liderando o ranking mundial. Na luta pelos restantes lugares do pódio, de tudo um pouco: duas compatriotas (a medalha de Bronze de Londres Malwina Kopron e Joanna Fiodorow), uma bielorrussa (Hanna Malyshik), uma francesa (Alexandra Tavernier) e uma britânica (Sophie Hitchon). 

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.