Évora continua a rimar com medalhas e Muir foi mesmo a estrela

    03/03

    Nos 800 metros masculinos, Álvaro de Arriba (ESP) conquistou o Ouro com 1:46.83, aproveitando um ritmo lento inicial, num tipo de prova que estava mesmo com a cara do atleta espanhol. Jamie Webb (GBR) conquistou uma surpreendente medalha de Prata em recorde pessoal de 1:47.13 e o Bronze foi para Mark English, da Irlanda, em 1:47.39, que havia sido repescado! A grande surpresa foi mesmo o favorito Andreas Kramer (SWE) ter decidido pessimamente taticamente, não conseguindo espaço para escapar da rede montada e terminando na última posição!

    Nos 800 metros femininos, vitória de Shelayna Oskan-Clarke, britânica, em 2:02.58, mostrando mais uma vez que em pista coberta é uma atleta muito difícil de bater, tal a sua agressividade no controlo e defesa da posição na frente da corrida. No segundo lugar, Renelle Lamote, da França, foi Prata com 2:03.00, deixando tudo em pista, e o Bronze foi para Olha Lyakhova, da Ucrânia, com 2:03.24. ⠀

    Algo surpreendente o Ouro do polaco Marcin Lewandowski nos 1.500 metros, defendendo com sucesso o título de há 2 anos e finalizando em 3:42.85. E foi surpreendente porque havia um tal de Jakob Ingebrigtsen em prova! O ritmo lento e tático terá definitivamente favorecido Lewandowski, muito mais experiente nestas andanças, e o jovem Jakob não conseguiu reagir ao ataque final do polaco, fechando em 3:43.23 e provando a todo o mundo que afinal também é humano e tem rival na Europa. A completar o pódio, Jesús Gómez, em 3:44.39, a dar mais uma medalha para a Espanha. 

    https://www.youtube.com/watch?v=qhTk4zkcQhs

    Na prova feminina dos 1.500, Laura Muir (GBR) era a grande favorita e não dececionou os locais. Conquistou mais um Ouro, disparando a 400 metros do final e terminando em 4:05.92, a uma distância enorme de todas as outras. Na Prata ficou a polaca Sofia Ennaoui, em 4:09.30 e no Bronze Ciara Mageean, da Irlanda, com 4:09.43, naquela que foi uma batalha épica até à meta, com os últimos 200 metros a terem várias alternâncias entre o lugar das medalhadas. 

    https://www.youtube.com/watch?v=XuJWi-AwZp0

    Na primeira final da noite, Milan Trajkovic deu o primeiro Ouro da história ao Chipre ao correr os 60 metros com barreiras em 7.60 segundos. Não se pode dizer que Trajkovic não estivesse no lote de favoritos, mas não era um dos dois principais e por isso surpreende. Com a Prata ficou Martinot-Lagarde, com mais uma medalha na carreira, próximo de Milan, em 7.61. O Bronze também para a França com Aurel Manga em 7.63. O grande choque foi mesmo ver Orlando Ortega (ESP) fora do pódio numa prova em que era o favorito, voltando a falhar num momento chave. 

    https://www.youtube.com/watch?v=tT540y2cJlc

    A medalhada de Bronze dos Mundiais, Nadine Visser (NED), alcançou o Ouro na prova feminina das barreiras, em 7.87, nova marca líder europeia do ano, aproveitando também a ausência de Pamela Dutkiewicz (GER) que se lesionou na semana dos Campeonatos e não participou. Na Prata, a ex-campeã, Cindy Roleder, também alemã, com 7.97 segundos e Elvira Herman, da Bielorrússia, que é a campeã ao ar livre, fechou o pódio em exatos 8 segundos.

    Sem surpresa, a russa Mariya Lasitskene conquistou o Ouro na Altura ao saltar 2.01 metros, ainda sem poder equipar ou ouvir o hino russo, devido ao castigo à RUSAF. Ainda tentou a 2.05 metros, mas o barulho estridente no pavilhão (decorriam as finais das estafetas…) não terá ajudado nada. Com a Prata ficou a ucraniana Yuliya Levchenko, ao saltar 1.99 metros e na medalha de Bronze Airine Palsyte, da Lituânia, com um salto de 1.97m.

    Na Vara, a vitória sorriu à líder mundial e favorita Anzhelika Sidorova, atleta neutral autorizada, da Rússia, com 4.85 metros. Na Prata, a britânica Holly Bradshaw, que há poucos meses perdeu o seu patrocínio, a mostrar mais uma vez que essa não terá sido a melhor decisão de uma conhecida marca desportiva. Depois 5 atletas igualadas a 4.65, com o Bronze a ir para Nikoléta Kiriakopoúlou, da Grécia. Sim, a Grécia teve uma medalha na Vara e não foi Katerina Stefanidi…que saltou 4.65, mas só à terceira tentativa e nada mais conseguiu saltar. 

    Destaque grande para os 8.38 metros que deram a vitória a Miltiádis Tentoglou (GRE) no Comprimento, somando o título indoor ao outdoor, no maior salto de um europeu em pista coberta nos últimos 10 anos. Na Prata, recorde pessoal para Nilsson Montler (SWE) com 8.17m. O Bronze foi para Strahinja Jovancevic (SRB) com 8.03 metros.

    Ivana Spanovic (SRB) assumiu o favoritismo no Comprimento e saltou 6.99 metros, marca líder mundial do ano, renovando o seu título e provando que teria tido argumentos para vencer em Berlim, não fosse a lesão. Na Prata, surpreendentemente, Myronchyk-Ivanova, da Bielorrússia, com um salto de 6.93 e com o Bronze ficou a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk com 6.84 metros. Uma das grandes favoritas, a alemã, campeã europeia ao ar livre, Malaika Mihambo ficou fora do pódio nuns campeonatos dececionantes para a Alemanha…

    No Peso feminino, vitória para Radoslava Mavrodieva (BUL), com 19.12 metros, novo recorde pessoal. A Prata ficou com, a que era a favorita, Christina Schwanitz (GER) ao fazer 19.11. Já o Bronze foi para Anita Márton (HUN) com 19 metros, mostrando que afinal já está num nível melhor que até aqui tinha mostrado.⠀

    Jorge Ureña (ESP), numa grande prestação, conquistou o Ouro no Heptatlo, com 6218 pontos no total, muito próximo do seu recorde pessoal. A Prata foi para o atleta da casa Tim Duckworth ao fazer 6156 e o Bronze para Ilya Shkurenyov a apenas 11 pontos. ⠀

    Por fim, nas estafetas, a Bélgica provou o que antecipámos, fechando em 3:06.27 no Ouro, mas a Espanha surpreendeu, com 3:06.32, novo recorde nacional, na Prata. Já o Bronze ficou para a França com 3:07.71, deixando a Polónia fora do pódio, num desfecho totalmente surpreendente, um ano depois do recorde mundial em Birmingham. 

    Desta vez, a prova feminina fechou os campeonatos e confirmou-se o domínio habitual polaco, embora menos acentuado do que o esperado, fechando em 3:28.77. A Grã-Bretanha ficou com a Prata em 3:29.55, com um grande percurso final e a Itália levou o Bronze, num tempo de 3:31.90.

    Geral: A Polónia teve mais Ouros (5), mas a Grã Bretanha, com apenas menos um Ouro, teve mais medalhas (12 face às 7 polacas). No 3º lugar (em ambas as contagens) ficou a Espanha com 6 medalhas, 3 delas de Ouro. 

    Os Campeonatos Europeus em Pista Coberta regressam em 2021 em Tórun, na Polónia. Agora venha o ar livre! 

    Foto de Capa: FPA

    Artigo em colaboração com Planeta Atletismo

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.