Genzebe Dibaba: Porque é diferente ao ar livre?

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Pista Coberta x Ar Livre

Genzebe Dibaba é uma atleta de elite tanto em pista coberta quanto ao ar livre e possui algumas das prestações mais marcantes da história do meio-fundo em qualquer tipo de ambiente. Não podemos também esquecer que além do título mundial de 2015, é também a recordista mundial dos 1.500 metros ao ar livre. Ainda assim, é indesmentível que o enorme sucesso e avassalador domínio da atleta em pista coberta não tem tido exatamente o mesmo seguimento ao ar livre.

Em Birmingham, no ano passado, conquistou mais dois títulos indoor
Fonte: IAAF

Muitos poderão apontar que um dos fatores que explica essa diferença a nível de títulos é o facto de algumas dessas atletas que a bateram ao ar livre não apostarem na pista coberta – e é verdade tanto para Almaz Ayana, como para aquela que tem sido a dominadora nos 1.500, Faith Kipyegon. Ainda assim, isso não explica a fraca prestação de Genzebe nos Mundiais de Londres por exemplo.

Recorde-se também que em 2012 a atleta já vencia títulos globais indoor, mas ao mesmo tempo falhava o apuramento para a final dos Jogos de Londres ao lesionar-se em pista, enquanto que no ano seguinte viria apenas a ser 7ª (nos 1.500 metros) nos Mundiais de Moscovo. Mesmo olhando para exemplos mais recentes, Genzebe tem sido batida ao ar livre por algumas atletas que em pista coberta não conseguem alcançar o seu nível, como Hellen Obiri ou Sifan Hassan.

É claro que o estilo de corrida da atleta também se beneficia no ambiente indoor, onde a própria se confessa à vontade, não tendo qualquer problema com a repetição e as muitas voltas à pista. Ainda assim, foi esta mesma Dibaba que um dia disse que pretendia bater todos os recordes ao ar livre, desde os 800 metros aos 10.000 metros.

O potencial está seguramente lá e isso é comprovado todos os anos, pois desde 2012 que a atleta, em algum ponto da sua temporada, tem alcançado algumas das mais rápidas marcas do respetivo ano. A pressão de seguir os passos de Tirunesh – hoje dedicada à Maratona – e de ser a grande referência internacional etíope sempre esteve nos ombros de Genzebe e não parece que seja esse o motivo que explique a diferença de performances.

No entanto, analisando as performances de Genzebe Dibaba ao longo da sua carreira sénior nota-se um certo padrão que parece apontar para picos de forma numa fase precoce da temporada, o que pode prejudicar na conquista de títulos ao ar livre.  Nos últimos 2 anos, as suas melhores performances ocorreram sempre na suas primeiras provas da temporada – independentemente das distâncias. À exceção de 2016 – que foi um ano atípico devido às poucas provas feitas – a tendência para alcançar os melhores resultados nas primeiras provas ao ar livre verifica-se até nos melhores anos da sua carreira.

Este será, portanto, um fator a ter em especial atenção para 2019, um ano em que os Mundiais se realizarão numa fase ainda mais adiantada do calendário civil.

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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