A AUDÁCIA QUE DEU A CHEPTEGEI O QUE TIROU A AMOS E SIBABA – E QUE QUASE TIROU A CHEPKOECH
Muito boas provas também nas distâncias mais longas, com diferentes estratégias, estranhas estratégias em alguns casos e muito boas marcas.
Começando por falar dos 800 metros masculinos, Nijel Amos, que é o líder mundial, vinha de lesão, mas isso não o impediu de assumir as despesas e correr rápido, muito rápido, desde uma fase inicial, partindo o grupo como muito raramente se vê nos 800 metros, especialmente tão cedo.
Terminou quase de rastos, ainda assim numa excelente marca de 1:42.98, embora isso não tenha chegado para vencer. E não chegou porque detrás veio um norte-americano, Donavan Brazier, a ultrapassar tudo o que encontrou pelo caminho (era 6º à passagem dos 600 metros), terminando em 1:42.70, um novo recorde pessoal.
Já na prova feminina de 1.500, Genzebe Dibaba optou por uma estranha estratégia, jogando com as alterações de ritmo, pedindo uma volta inicial muito rápido, abrandando mais tarde para um ritmo bastante lento e procurando atacar em força na última volta. Não resultou. Na entrada para a última volta quando tentava fugir, não conseguiu resistir a um ataque fortíssimo da holandesa Sifan Hassan, que disparou como uma flecha até ao final, fechando em 3:57.08. Dibaba ficou-se pelo 4º lugar em 4 minutos e a coxear.
Nos 5.000 metros masculinos – a última vez que os vemos em eventos Diamond League – uma estratégia que parecia suicida de Joshua Cheptegei, do Uganda, trouxe frutos, com este a fugir bem cedo na prova, deixando para trás todos os grandes favoritos etíopes.
Quando Gebrhiwet, Barega e Kejelcha resolveram atacar na última volta, já era tarde demais, uma vez que a vantagem de Cheptegei – que fechou com 12:57.41, novo recorde pessoal – já era enorme. Tudo bem que parece que ele tem andado desaparecido em pista, mas esqueceram-se de que falamos do homem que foi Prata nos 10.000 de Londres e é o atual campeão mundial de Corta-Mato?

Fonte: IAAF
Por último, em pista, outra estratégia que parecia suicida foi a de Beatrice Chepkoech nos 3.000 metros obstáculos. A recordista mundial pediu tempos de passagem rapidíssimos para tentar bater o seu recorde e até começou a rodar abaixo desses tempos. No entanto, a mais de 2 voltas do final, a fadiga começou a notar-se e até a expressão de Chepkoech alterou-se (algo pouco normal nela). Entrou em modo de sobrevivência, tentando garantir a vitória na prova e isso, pelo menos, conseguiu em 9:01.71, conquistando mais um Diamante.