Briana Williams. Mas não só.
Dos campeonatos, o grande destaque será mesmo a atleta jamaicana Briana Williams que chegou a estes Mundiais com apenas 16 anos (feitos em Março deste ano…) e que sai da Finlândia com duplo Ouro nos 100 e 200 metros. Williams não era a principal favorita em nenhum dos dois eventos. Essa honra estava reservada a Twanisha Terry nos 100 metros e a Lauren Williams nos 200 metros, duas norte-americanas. Nos 100 metros, Terry parecia em grande forma e até bateu o recorde dos campeonatos nas semi-finais em 11.03 (+0.4). No entanto, a jamaicana trazia algo na manga e na final conseguiu pressionar Terry com uma partida fantástica – aliada à má partida da norte-americana – e aos 40 metros da prova já levava uma vantagem que se revelou imbatível. Nos 200 metros, a história foi diferente. Sabia-se do forte arranque de Briana Williams, mas também se sabia que os 200 metros não eram a sua disciplina favorita e que nunca havia baixado dos 23 segundos. No entanto, a marca de 22.50 (-0.1) que fez na final revelou-se uma extraordinária surpresa e que se traduz num novo recorde dos campeonatos! O tempo é também o mais rápido na história feito por qualquer atleta juvenil não-americana e é um novo recorde nacional jamaicano sub-20 (sim, Williams tem 16!).
Outras grandes figuras apareceram e mostraram o seu valor no grande palco de Tampere. Armand Mondo Duplantis não falhou no Salto Com Vara e saltou um novo recorde dos campeonatos (em 5.82 metros) que deverá permanecer uns bons aninhos, antes mesmo de ter tentado ainda mais história acima dos 6 metros (não era o dia).
Chespol nos 3.000 metros obstáculos, mais uma vez, provou que já tem um outro andamento e já não é a competições juniores que pertence (algum dia pertenceu?). Correu em 9:12.78, outro enorme recorde dos campeonatos para a atleta que também é, à semelhança de Duplantis, a recordista mundial júnior.
Mas o grande destaque destes Mundiais foi a imprevisibilidade. Muitos dos favoritos não conseguiram justificar esse estatuto e isso foi acontecendo à medida que recordes nacionais de nações com menos tradição iam caindo. Tivemos um campeão da velocidade vindo da Indonésia (Zohri em 10.18 (+1.2) nos 100 metros) e outra da Índia (Hima Das em 51.46 nos 400 metros). Na velocidade ainda, nos 400 metros masculinos, uma enorme surpresa com a derrota do superfavorito Christopher Taylor e a vitória do belga Jonathan Sacoor. Sim, há vida na Bélgica além dos irmãos Borlée! E que vida…Sacoor foi mesmo uma das figuras do campeonato, tendo baixado o seu recorde pessoal por duas vezes. Começou em 46.07 (como o 12º melhor) e terminou com uma medalha de Ouro e com um recorde pessoal de 45.03!