NCAA: Um olhar por dentro de uns campeonatos universitários ao nível da elite mundial!

O Modelo Universitário

O desporto escolar norte-americano começa bem mais cedo e, quem sabe, um dia falaremos disso, abordando as rivalidades que já existem entre escolas. Mas é no College, a nível universitário, que é dado o derradeiro passo antes do profissionalismo. Aqui convém fazer a distinção entre NCAA e NAIA. A NAIA é uma associação composta por escolas privadas, geralmente mais pequenas, que ainda assim oferecem boas condições para os estudantes-atletas que querem seguir ambos os caminhos, com a possibilidade de bolsas de estudo. A NCAA é a maior organização e é a que iremos aqui abordar hoje. Esta divide-se em 3 divisões, sendo que a Divisão 1 é a maior, com as universidades públicas de elite, as desejadas pelos maiores atletas a nível escolar e com prospecção das mesmas por todo o país – esta é a divisão dos campeonatos que abordamos no início do artigo, com bolsas baseadas no rendimento desportivo. A Divisão 2, geralmente composta por não tão grandes universidades públicas – normalmente comporta bolsas baseadas nas duas vertentes: desporto e desempenho escolar – e é equiparada em qualidade à NAIA. Depois, existe a Divisão 3, que é composta por escolas privadas que não estão permitidas a oferecer bolsas desportivas. Ainda existe a NJCAA, mas vamos deixá-la de parte, por ter um peso menor – embora forneça por vezes atletas que se vêm a tornar de elite.

O desporto escolar é parte fundamental do sistema de ensino norte-americano e isso pode ser observado nos inúmeros filmes e séries onde vemos referências ao mesmo. Não pretendemos aqui falar de todas as divisões que existem em cada uma das divisões, por isso seria demasiado maçador e confuso, provavelmente. Vamos focar-nos na Division 1 da NCAA (a principal, apesar de que não é incomum existirem atletas a mudar de divisão após 1 ou 2 anos) e tentar perceber um pouco a razão de tamanha importância do desporto escolar, o peso do Atletismo no mesmo e, claro, o que os atletas ganham com isso.

Só na Division 1, estão presentes mais de 350 universidades e colégios, número que permite perceber a dimensão do que falamos. As escolas, essas, comprometem-se através de budgets brutais, a dar as melhores condições a esses estudantes-atletas para que singrem em ambas as vertentes, terminando a formação escolar, totalmente preparados para a vida adulta, com elevado desempenho escolar e desportivo. Mais de 170.000 dos cerca de 500.000 estudantes-atletas da NCAA estão nesta primeira divisão. As universidades apresentam instalações e equipamentos do mais moderno que existe no mundo, pagam principescamente a treinadores que para elas trabalham a tempo integral e tudo isto porque o lucro gerado é brutal.

Hayward Field, a casa do Atletismo da Universidade de Oregon
Fonte: ESPN

Ao lucro financeiro (a NCAA apresenta resultados anuais positivos na casa dos biliões de dólares, competindo em valores…com a Super Bowl) conseguido através de receitas de assistências ao vivo, televisões, merchandising ou patrocinadores é adicionado o marketing de ver o nome do College subir o mais alto possível, atraindo outros atletas de todos os cantos do país e até de outras partes do globo – apesar de aqui também existirem limitações e restrições ao nível do número de estrangeiros, bem como limitações inferiores e superiores de orçamentos, algo comum no desporto norte-americano. Milhares de pessoas assistem diariamente a desportos universitários ao vivo, milhões pela televisão, sendo que o interesse norte-americano neste segmento do desporto é impar no mundo. A explicação? Bem, talvez ajude o facto de os norte-americanos não terem a cultura de clubes tão vincada como nós na Europa.

O modelo de “franchise” funciona em quase todos os desportos, sendo que as equipas até podem mudar de cidade quando melhores condições são oferecidas. O mesmo não acontece com as Universidades. Elas mantêm-se nas cidades e o orgulho pela conquista fica directamente ligado a elas, pelo que o suporte local é sempre muito grande, independentemente de serem cidades grandes ou pequenas.

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Pedro Pires
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O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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