O Atletismo nos Commonwealth Games: Os Eventos a não perder!

    Feminino

    100 Metros: Não será a prova com o elenco mais forte da velocidade feminina, mas motivos de interesse não faltarão. A estrela britânica Asha Philip (GBR) foi campeã europeia indoor nos 60 metros em Belgrado e procura aqui o seu primeiro título sénior fora de portas ao ar livre.

    Ainda assim, terá que enfrentar aquela que tem a melhor marca do ano nesta temporada, a sul-africana Carina Horn, que com 11.03 é a nova recordista nacional sul-africana, num ano em que também no Indoor mostrou uma excelente forma – com um melhor pessoal de 7.09. Mas ainda há Michelle-Lee Ahye (TTO). Ahye que tem um extraordinário recorde de 10.83 alcançado no verão passado, tem sido presença regular em finais de grandes eventos, tendo ficado próximo do pódio nos Mundiais de Pequim e Londres e nos Jogos do Rio.

    Poderá ser aqui a grande favorita, onde terá a companhia da “rising star” de Trinidad e Tobago, Khalifa St. Fort. Com apenas 20 anos acabados de fazer, Khalifa é treinada pelo ex-atleta de Trinidad, Ato Boldon, tendo na temporada passada alcançado o seu melhor pessoal (11.06) já próxima de baixar a barreira dos 11 segundos. Da Jamaica, Natasha Morrison e Christania Williams poderão ser sérias ameaças ao Ouro, embora a forma das duas atletas seja uma incógnita.

    200 Metros: A prova de luxo da velocidade feminina está aqui. Elaine Thompson (JAM), a campeã olímpica e mundial entrará como favorita, pois assim entrará em qualquer prova que dispute ao ar livre, mas vai enfrentar uma concorrência de nível máximo nestes Jogos. Para começar, terá a companhia Shaunae Miller-Uibo, a estrela das Bahamas, campeã olímpica nos 400 metros e medalha de bronze nos 200 metros dos Mundiais de Londres. E não esquecer que Shaunae Miller bateu Elaine Thompson na final dos 200 da Diamond League em Agosto passado, na última vez que as duas se encontraram com um extraordinário recorde pessoal de 21.88 para Miller.

    Mas as duas não estarão sozinhas. Ultrapassada a grave lesão que teve na temporada passada, Dina Asher-Smith (GBR) estará pelos Jogos à procura de uma medalha, depois do 4º lugar agridoce dos Mundiais de Londres, que foi, apesar de tudo, um excelente resultado vindo da lesão que tudo indicava a retirar dos Mundiais. Dina foi a campeã mundial sub-20 dos 100 metros em Eugene em 2014 e é a actual campeã europeia dos 200 metros, mas quer mais, aos seus 22 anos.

    Ainda no elenco teremos mais duas grandes candidatas a entrar nas medalhas: Shericka Jackson (JAM) e Crystal Emmanuel (CAN). Jackson é especialista nos 400, onde alcançou um Bronze nos Olímpicos do Rio, mas os 200 metros não são para ela desconhecidos e num dia bom pode intrometer-se na luta. Já Emmanuel fez uma extraordinária temporada em 2017, com melhores pessoais nos 100 e nos 200, época coroada com a presença na final dos 200 metros nos Mundiais, onde foi 7ª.

    100 Metros Com Barreiras: Sally Pearson (AUS) voltou a sagrar-se campeã mundial no verão passado em Londres, depois do calvário de lesões pelo qual passou. Jogando – literalmente – em casa, ela seria a grande favorita à vitória mas ontem chocou o mundo ao anunciar a sua desistência dos Jogos devido a nova lesão. Assim sendo, abre-se o lugar a uma nova campeã, com Danielle Williams (JAM) à cabeça. A jamaicana campeã mundial em Pequim, passou por um 2017 estranho, recheado de altos e baixos. Conseguiu bater a sua melhor marca pessoal num meeting em Kingston, mas depois ficou de fora da final dos Mundiais de Londres. Ainda assim é um dos grandes nomes jamaicanos e virá aqui para conquistar o Ouro.

    Ainda assim, terá algumas adversárias de peso, com Danielle Williams (JAM) à cabeça. A jamaicana campeã mundial em Pequim, passou por um 2017 estranho, recheado de altos e baixos. Conseguiu bater a sua melhor marca pessoal num meeting em Kingston, mas depois ficou de fora da final dos Mundiais de Londres. Quer aqui uma medalha numa competição onde há 4 anos também falhou, ficando na altura na quarta posição. Outro nome grande que está de volta é Tiffany Porter (GBR).

    A britânica que alcançou um Bronze nos Mundiais de Pequim e que é presença regular em finais de grandes eventos globais terá aqui a oportunidade de provar que as lesões não a derrubaram e que pode voltar ao nível de outrora. Michelle Jenneke (AUS) e Yanique Thompson (JAM) também marcaram presença nos Mundiais de Londres e poderão ter uma palavra a dizer, mas a grande ameaça até pode chegar da Nigéria. Tobi Amusan, a jovem de 20 anos, que estuda e reside nos Estados Unidos e que já mostrou excelentes resultados ao ar livre em 2017 e em Pista Coberta este ano promete lutar pelos lugar cimeiros.

    800 Metros: O nome de Caster Semenya (RSA) dispensa apresentações e seria uma surpresa enorme não vencer os 800 metros, a sua prova de eleição. Campeã olímpica em Londres e no Rio, campeã mundial em Berlim, Daegu e Londres, Semenya é também a actual campeã africana e campeã da Diamond League e será muito difícil que encontre rival aqui. No entanto, a luta pela Prata poderá ser intensa. Estará por cá uma das habituais rivais de Semenya, Margaret Wambui (KEN), ela que foi Bronze nos Olímpicos do Rio, mas que surpreendentemente ficou fora do pódio (4ª) nos Mundiais de Londres. Ex-campeã mundial sub-20 em Eugene em 2014, Wambui quer voltar a pressionar Semenya e pelo menos chegar à Prata.

    Para isso terá que bater uma fortíssima armada britânica. Adelle Tracey tem vindo a melhorar progressivamente, mas será ainda pouco experiente para bater a este nível as suas compatriotas Lynsey Sharp e Oskan-Clarke. Sharp foi a medalhada de Prata na última edição dos Jogos e marcou presença com bons resultados na final dos 800 dos Olímpicos do Rio e Mundiais de Londres, tendo sido a campeã europeia ao ar livre em 2012. Já Oskan-Clarke depois do 5º lugar dos Mundiais de Pequim, voltou aos grandes resultados já nesta temporada ao conquistar o Bronze nos Mundiais de Pista Coberta em Birmingham. As duas procurarão entrar no pódio.

    1500 Metros: Semenya (RSA) também estará por aqui e será a favorita numa prova que não é a sua especialidade, mas onde alcançou uma medalha de Bronze nos Mundiais de Londres, na primeira vez que realmente apostou na mesma fora de portas. Enfrenta aqui diferentes adversárias das dos 800, mas o desfecho deverá ser o mesmo.

    A armada queniana é forte e Beatrice Chepkoech (especialista nos 3000 obstáculos) e Winny Chebet têm credenciais para fazer provas de elevado nível (Chebet tem um recorde abaixo dos 4 minutos e Chepkoech 4:03) e chegar aos restantes lugares do pódio, mas atenção ao crescendo de forma da jamaicana nascida e residente nos EUA, Aisha Praught, que mostrou já uma boa forma este ano, tendo alcançado a final em Birmingham, apesar da sua especialidade serem os 3000 Obstáculos, prova em que irá também participar. Ainda assim, esta prova deverá servir para dar o primeiro Ouro dos dois que Semenya deverá levar.

    Semenya deverá desta feita…levar dois Ouros!
    Fonte: Brussels Diamond League

    5000 Metros: Uma prova que poderá vir a ser bem interessante na disputa abaixo do primeiro lugar. O Ouro, esse, dificilmente não ficará no bolso da campeã mundial Hellen Obiri (KEN). Depois da Prata do Rio, Obiri dominou por completo o ano de 2017 e levou o Ouro nos Mundiais de Londres, sendo que esta é definitivamente a distância que ela agora aposta. Aqui vem à procura da sua primeira medalha em Jogos da Commonwealth.

    Do Quénia também virá outro nome a ter em conta: Margaret Kimpkemboi, que foi 5.ª nos Mundiais de Londres e 2.ª nos Campeonatos Africanos de há dois anos poderá ser o maior obstáculo para Obiri. Atenção ainda à jovem Mercyline Chelangat do Uganda, que andou já relativamente próxima de baixar dos 15 minutos na temporada passada e que deverá ter aprendido com a experiência dos Mundiais de Londres nos 5.000 e nos 10.000.

    Do restante elenco, o nome maior é o da britânica Laura Weightman, ela que tem-se mostrado bastante forte em grandes competições competindo fortemente com as africanas, com um 7º lugar no Rio e um 6º nos Mundiais de Londres nos 1500. Veremos o que nos poderá trazer com esta aposta nos 5.000. Também a escocesa Eilish Mccolgan está já habituada a estas andanças com presenças em finais de Mundiais e Jogos Olímpicos, procurando aqui uma medalha.

    4×100: Tal como no masculino, também aqui é esperado grande equilíbrio. Muito por culpa da decisão de Elaine Thompson, que não irá participar nas estafetas e pela ausência de Simone Facey, em litígio com a federação jamaicana. Ainda assim, a equipa jamaicana tem nomes capazes de disputar o Ouro, embora também possa até falhar o pódio, dada a concorrência!

    A selecção britânica parece bastante forte e estará motivada depois da Prata nos Mundiais passados, mas para isso terá que bater nações como a Trinidad e Tobago, as Bahamas ou até a Nigéria, que nas estafetas terão a presença de Blessing Okagbare, ela que acabou de bater o recorde africano dos 200 metros, mostrando já uma excelente forma nesta fase da temporada. A estrela nigeriana não consta das listas provisórias individuais da organização para as provas individuais, mas quem sabe poderá até ser uma surpresa de última hora.

    Nas restantes provas no feminino, destaque para a presença de Morgan Lake (GBR) e Levern Spencer (LCA) na Altura; interessante duelo na Vara entre Eliza Mccartney (NZL), Holly Bradshaw (GBR) e Alysha Newman (CAN); entre as britânicas Lorraine Ugen e Shara Proctor no Comprimento; entre as jamaicanas Kimberly Williams e Shanieka Ricketts no Triplo e o provável domínio de Katarina Johnson-Thompson (GBR) no Heptatlo.

    No final é sempre bom referir que com tantos novos nomes e apostas de futuro e, principalmente, realizando numa fase tão precoce da temporada, estes Jogos são propensos a trazer algumas surpresas. Cá estaremos para ver e para no final vos trazermos a análise!

    Foto de Capa: Gold Coast 2018 Commonwealth Games

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.