A sorte e o azar de McMaster

Fonte: Gold Coast 2018
Antes de Londres e desta época de 2018, o atleta-promessa que tinha maior buzz na disciplina era, sem dúvida, Kyron McMaster (21 anos). Natural das Ilhas Virgens Britânicas, McMaster chegava aos Mundiais passados com a melhor marca mundial de 2017 (sendo o único atleta nesse ano a baixar dos 48 segundos para 47.80). Isto com apenas 20 anos. Talvez McMaster tenha acusado essa pressão porque, entrando nos Mundiais como um dos grandes favoritos, acabaria por ser desclassificado logo nas eliminatórias por pisar uma pista que não a dele. De nada serviram os protestos à desqualificação, mas o atleta voltaria a mostrar a sua força e a responder em grande ao vencer, duas semanas depois, a final da Diamond League em Zurique. Pouco mais de duas semanas depois dessa vitória, viria a perder o seu treinador, que faleceu vítima do furacão Irma, facto que marcou bastante o atleta, como este viria a reconhecer mais tarde. Ainda assim, o “azarado” McMaster viria a realizar um 2018 de nível bastante elevado, com a conquista fácil do Ouro nos Jogos da Commonwealth (o primeiro Ouro das IVB na história dos Jogos, que proporcionou uma conferência de imprensa bastante emocionada de McMaster) e da mesma medalha nos Campeonatos da NACAC. Contudo, a grande vitória viria no final da época. Aproveitando a ausência de Samba, McMaster revalidou o título e o troféu de diamante na frente de Karsten Warholm, em Zurique, numa chegada que precisou de recurso ao photo finish.
Antes disso, porém, atenção a duas marcas de McMaster de enorme valor: os 47.60 em Barranquilla e os 47.54 (com a “lebre” Samba) em Paris, um novo recorde pessoal. Veremos o que está reservado para o atleta em 2019, sabendo que, quando chegarem os Mundiais em Setembro, desta feita não deverá ser o grande favorito ao Ouro, o que pode ser bom.