O Triplo Salto da glória e o Triplo Salto da polémica

    O último sábado ficou marcado pelo Triplo Salto a nível nacional e a nível internacional, embora por diferentes razões. Se em Portugal, o grande destaque foi a nível desportivo no feminino; a nível internacional, a disciplina foi notícia por diferentes e mais polémicas razões no masculino.

    1, 2…3 portuguesas no Triplo de Doha!

    Depois dos Europeus de Berlim, os Mundiais de Doha e os Jogos de Tóquio…no Triplo!
    Fonte: Evelise Veiga

    Foi cedo nesta temporada que Patrícia Mamona e Susana Costa conseguiram a qualificação para os Mundiais de Doha, que se realizam entre 27 de Setembro e 6 de Outubro deste ano. Ambas as atletas brilharam na temporada em pista coberta, alcançando recordes pessoais (no caso de Susana Costa, foi mesmo absoluto, ar livre ou pista coberta) e só não chegaram às medalhas nos Europeus Indoor de Glasgow, porque a prova atingiu níveis há muito não vistos. A dupla de sucesso portuguesa é um dos casos mais felizes do desporto nacional, somando ambas importantes presenças em grandes competições internacionais, finais e medalhas (Mamona até já alcançou o Ouro nos Europeus de Amesterdão, em 2016).

    https://www.youtube.com/watch?v=fGDlvE1wwBw

    Era difícil pensar num contingente maior para os Mundiais, mas se algum nome pudesse despertar uma maior curiosidade seria o de Lecabela Quaresma. Ora, a atleta especialista nas provas combinadas, tinha no ano passado atingido os 13.90 metros (+1.1) no ano passado e até ventosos 14.19 metros (+2.6), tendo se qualificado para os Europeus de Berlim, como a terceira portuguesa a saltar mais longe na história da disciplina.

    Em 2018, também Evelise Veiga já tinha deixado boas indicações nesta disciplina, quando saltou 13.65 metros (+0.3) em Jesolo – com direito a Prata nos Campeonatos do Mediterrâneo Sub-23 – mas todos olhavam para o Triplo como um bom complemento e um importante treino para a sua evolução no Comprimento, a sua especialidade (foi oitava nos Europeus do ano passado). Poucos previram que a atleta fizesse o que foi fazer no passado sábado à Maia: saltar 14.32 metros (+0.6)! A marca garante à atleta do Sporting marca de qualificação para os Mundiais de Doha e também para os Jogos Olímpicos de Tóquio do próximo ano e, com certeza, lhe dará ainda mais confiança para alcançar o mesmo no Salto em Comprimento. A marca aumenta o anterior recorde pessoal de Evelise em incríveis 67 centímetros!

    A atleta sobe a terceira melhor portuguesa da história e terceira a passar (com vento legal) acima dos 14 metros, apenas atrás de Patrícia Mamona (recorde pessoal: 14.65) e Susana Costa (recorde pessoal: 14.43). É também a segunda melhor no Comprimento (recorde pessoal: 6.61), embora aqui bem mais longe de Naide Gomes (recorde pessoal: 7.12). Iremos ver a atleta de 23 anos em ambas as disciplinas nos Mundiais de Doha? Ainda que, para já não tenha marca no Comprimento, assim o esperamos. No programa, ambas as provas ocorrem numa fase tardia da competição, com as eliminatórias do Triplo a decorrerem a 3 de Outubro, com final a 5 de Outubro e as eliminatórias do Comprimento a 5 de Outubro (poucas horas antes da final do Triplo), com a final a 6 de Outubro, último dia do evento.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.