No feminino, prevaleceu o feito único de Ibarguen
No elenco feminino, uma lista também bastante variada incluía atletas da velocidade (a britânica Dina Asher-Smith e a atleta das Bahamas, Shaunae Miller-Uibo), dos saltos (a colombiana Caterine Ibarguen), do fundo com obstáculos (a queniana Beatrice Chepkoech) e das provas combinadas (a belga Nafissatou Thiam).
Embora se percebesse a nomeação das atletas presentes, acabaram por existir dois “elefantes” na sala. Foi difícil de entender a ausência na lista final da sul-africana Caster Semenya (imbatível nos 400 metros e vários recordes nacionais) e da russa Mariya Lasitskene (campeã europeia e mundial indoor, com apenas um derrota na Altura), por motivos que parecem ter outras razões além das meramente desportivas. É que Semenya encontra-se em disputa “mais ou menos” aberta com a IAAF, devido à entidade procurar implementar limitações nos níveis de testosterona, medida que parece feita especificamente para combater o domínio da sul-africana (embora não seja a única atleta no circuito em tal condição); Já Lasitskene tem sido consecutivamente “esquecida” dos prémios internacionais, tanto pela IAAF como pela European Athletics, um facto que muitos têm entendido como um “castigo” extra aos russos pelo escândalo de doping que ainda afeta a federação nacional (impedindo os atletas da nação russa de competirem com a bandeira nacional), aos quais Lasitskene é totalmente alheia.
Polémicas à parte, a votação que é feita através de três meios (comité IAAF, família IAAF e o voto do público) tinha entre as atletas a votação final uma nova recordista mundial (Chepkoech com o incrível recorde nos 3.000 obstáculos), uma atleta imbatível em duas distâncias durante todo o ano (Miller-Uibo nos 200 e 400), outra que conquistou 3 Ouros na velocidade em Berlim e que fechou o ano com duas lideranças mundiais (Asher-Smith nos 100 e 200), alguém que foi imbatível nas provas combinadas, campeã europeia e ainda a terceira do ano na Altura (Nafi Thiam) e uma atleta que conseguiu o feito único de vencer a Diamond League em duas noites consecutivas no Triplo Salto e no Salto em Comprimento (Caterine Ibarguen).
Também a nível de idades, a disparidade que se verificou no masculino se verificou, com Ibarguen a ser a mais experiente, com 34 anos e Asher Smith a ser a mais nova com 23 anos acabados de fazer. Chepkoech (27 anos), Shaunae Miller-Uibo (24 anos) e Nafi Thiam (24 anos) – que venceu o troféu no ano passado – completaram mais uma lista de atletas que prometem voltar a repetir a sua presença nestes prémios.
Tal como no masculino, a experiência parece ter feito a diferença e a IAAF terá entendido que esta seria a altura ideal para também reconhecer não só a fantástica temporada da colombiana Caterine Ibarguen, mas para também premiar a sua carreira. A colombiana, especialista no Triplo Salto (onde já foi campeã olímpica e bicampeã mundial) aproveitou um ano de quase total ausência da nova sensação do Triplo (Yulimar Rojas, que ainda assim venceu o título indoor), para realizar uma época sem qualquer derrota na sua especialidade e ainda alcançar a sua melhor temporada da carreira no Comprimento, sagrando-se vencedora da Diamond League em ambas as disciplinas.