Armand Duplantis e Sydney McLaughlin são parte do presente e do futuro
Em relação aos mais jovens, foi sem surpresa que o prémio para Rising Star do ano, no masculino, foi para o sueco Armand Duplantis. Sendo o único atleta da lista final que também estava nomeado para o prémio de “Atleta do Ano” seria demasiado surpreendente e pouco expectável que o mesmo não vencesse o prémio de estrela emergente. Quando conquistou o Mundial Sub-20, depois dos vários recordes juniores obtidos em pista coberta e ao ar livre já seria o grande favorito à conquista do galardão, mas com o espectáculo que deu em Berlim ao vencer os Europeus com 6.05 metros poucas dúvidas poderiam restar.
Na escolha final, Duplantis bateu o norueguês Jakob Ingebrigtsen – que curiosamente dividiu o galardão equivalente da Associação Europeia com o sueco – campeão europeu sénior dos 1.500 e 5.000 metros. Também na lista final constava o etíope Selemon Barega, que correu o tempo mais rápido dos 5.000 metros desde 2005 ao vencer a Diamond League com recorde mundial júnior (12:43:02); o cubano Jordan Diaz, que saltou 17.41m, um recorde sub-18 do Triplo; e o queniano Rhonex Kipruto que brilhou nos 10.000 metros (marca líder do ano) e nos 10 km (a dois segundos do recorde mundial sénior).
No feminino, a lista era dominada pela norte-americana Sydney McLaughlin e pela jamaicana Briana Williams, mas já lá vamos. As outras três nomeadas eram africanas, dos sítios habituais, sendo que a queniana Celliphine Chespol já vai sendo um nome conhecido (este ano além dos obstáculos, brilhou no Corta-Mato), tendo a companhia das etíopes Meseret Belete (melhor júnior de sempre na Meia) e Meskerem Mamo (melhores marcas juniores do ano nos 3.000 e 5.000).
Mas tal como tínhamos mencionado, as grandes favoritas vinham da Jamaica e dos EUA. Briana Williams, a pupila de Ato Boldon, tornou-se, com apenas 16 anos, campeã mundial dos 100 e 200 metros, tendo pelo caminho, por exemplo, corrido o tempo mais rápido alguma vez feito por uma atleta de 15 anos nos 100 metros (11.13), além dos impressionantes 22.50 nos 200 (4ª sub-18 de sempre). Por outro lado, Sydney McLaughlin já é um dos nomes mais entusiasmantes do Atletismo, sendo um autêntico fenómeno de popularidade, o que a obrigou a assinar já um contrato profissional (que se diz, com vários zeros) com a New Balance. Em 2018, impressionou ainda mais o mundo, ao correr o tempo mais rápido do ano (sénior) nos 400 barreiras, com os seus 52.75, marca que entra já no top-10 de sempre. Essa marca é a mais rápida de sempre feita por uma atleta júnior, ao que somou os 50.36 em pista coberta na distância sem barreiras, também a melhor marca júnior de sempre.
Sydney salta agora para sénior deixando um registo impressionante, apresentando, por exemplo, os 10 dos 11 tempos mais rápidos de sempre em atletas juniores nos 400 barreiras (incluindo os 8 primeiros). A escolha da IAAF acabou mesmo por recair na norte-americana e deverá ter sido o mais sensato, visto que Briana, ainda com 16 anos, terá mais oportunidades pela frente e Sydney poderá já começar a dar cartas como sénior, sendo uma aposta mais segura.
A cerimónia distinguiu ainda outras personalidades do desporto, numa lista completa que pode ser encontrada aqui e que inclui o prémio de treinador do ano, que foi atribuído a Joe Vigil, conceituado técnico norte-americano há mais de 50 anos no ativo.
Foto de Capa: IAAF